domingo, 31 de maio de 2009

Fui roubado!


Uma das piores sensações que se pode ter nessa vida é a de ser assaltado. Não importa onde, como e com o que, a sensação de impotência, de insegurança e de medo que percorrem o seu corpo quando isso ocorre, deixa-o totalmente indefeso e sem ação.
Lembro-me da véspera do natal de 1984. Devia ser umas sete ou oito da noite. Não havia ninguém lá em casa. Todos tinham saido. Eu resolvi voltar para pegar algo. Quando mexi na maçaneta para abrir a porta, para minha surpresa, já se encontrava aberta. Assim que acendi a luz fiquei chocado com o que vi. Todas as gavetas e portas dos armários e dos guardas-roupas estavam também escancaradas. Quase todas as nossas vestes estavam amontoadas, formando uma pilha de roupas, á serem ensacadas e levadas. Tive medo. Tive ódio. Me senti desprotegido. Quem invadiu a casa dos meus pais para nos roubar? Não obtive respostas. Graças a Deus o "ladrão de galinha" deve ter ficado com medo quando eu cheguei em casa e fugiu pelos fundos sem ser visto, deixando para trás quase tudo que pretendia levar.
Mas minha mãe, anos depois, presenciou algo ainda pior.
Alguns ladrões invadiram a agência bancária, com armas em punho, e gritaram: "Todos no chão! Todos no chão! Isso é um assalto!
Os minutos seguintes foram de total apreensão. Ninguém sabia ao certo o que ia acontecer. As ameaças, a tensão e o pânico tomaram conta de todos. O gerente foi o alvo preferido dos bandidos. O caixa-forte era o foco a ser alcançado. Retirar milhões de reais dali o mais rápido possível e fugir era o objetivo principal deles. E para tais intentos aqueles homens encapuzados não estavam dispostos em medir esforços ou limitar qualquer tipo de escrupulo. Parecia que valia tudo naquela hora. E valendo-se mesmo das estratégias do terror deram tiros para o alto. Ameaçaram matar alguns daqueles reféns e até seguranças. Houve gritos, corre-corre, pavor e sensação de total insegurança. Minha pobre mãe, assim como outros correntistas que lá estavam, encolheu-se, pondo as duas mãos sobre a cabeça e permaneceu deitada de barriga no chão até que aquela loucura toda passasse. O drama foi tão grande que passados algumas semanas eu perguntei detalhes daquele assalto, e ela, coitada, ainda não conseguia se lembrar e dissertar com exatidão como aquilo tinha iniciado e muito menos como tinha terminado. Só soube me dizer que foi um alívio sair viva desse episódio.
Isso não é filme de Hollywood e nem novela da Globo. Infelizmente acontece todos os dias nas nossas cidades. Até mesmo naquelas cidades, ditas como tranquilas, este fato também ocorre. Só quem já passou por alguma situação assim sabe bem o drama que é.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Na entrada da casa Francesco, ele já notara diferença. As portas e janelas, que antes eram mantidas fechadas, estavam escancaradas. Ao rodear a construção percebeu que os cavalos que mantinha nos estábulos também não se encontravam mais ali. As terras, antes cultiváveis, estavam destruídas. As plantações tinham sido pisoteadas e arrancadas. Nenhum camponês ficara para lhe relatar o ocorrido. A desolação do local era nítida. Após descer de seu cavalo andou pelo pátio inferior sem notar vida alguma nas imediações. As mulheres com quem vivia e dividia a moradia não eram mais vistas.
O que houve aqui?... Será que um desses bandos de mercenários invadiu minha propriedade e a saqueou, levando tudo consigo? Pensou ele ao ver tanta devastação.
- Mais que raios! Bandoleiros sem-vergonha! - Ele exclamou, chutando os vasos de plantas que havia ao lado da porta externa dos fundos da casa.
Ao adentrar os aposentos percebeu que nada mais havia.
- Levaram tudo! - Exclamou, surpreso.
Todos os seus pertences de valor haviam sumido. As roupas de guerra que muito prezava não estavam no lugar, alguns móveis adquiridos ás custas de grandes duelos, as tapeçarias que enfeitavam a sala, as espadas que mantinha como troféu e o ouro que guardava com enorme cuidado na arca da cabeceira, tudo isso havia misteriosamente desaparecido. Nas paredes nenhuma marca havia sido deixada pelos vândalos. Intactas, elas haviam sido preservadas. As camas também não tinham sido violadas e nem os seus odres de vinho pareciam terem sido tocados.
Isso não me parece obra de bandoleiros ou baderneiros. Talvez isso possa ser simplesmente obra de saqueadores lambões. Pensou Francesco Riva totalmente incrédulo e confuso com a visão da devastação encontrada.

sábado, 30 de maio de 2009

Sucesso e fracasso...


Podemos na vida alcançar sucesso ou fracasso, o que você quer? Óbvio que todas as pessoas irão endereçar suas respostas para "sucesso". Ninguém gosta de perder. Ninguém quer falhar ou se sentir um fracassado. Todo projeto, quer seja uma guerra militar, um negócio próprio, construir e administrar uma casa, enfim, cada idealização dessas são criadas para no fim gerar um resultado satisfatório. E nesse fim desejado é claro que também estão dinheiro, prestígio, poder, vitória e sucesso, muito sucesso.
Você já ouviu falar na dupla Pepê e Neném? E do Roy, um dos componentes do grupo Menudo? Pois é, ambos estão vivendo hoje no ostracismo e praticamente na pobreza. Ou seja, sem luxo, dinheiro e fama, eles estão, como muitos outros cantores da década de oitenta, vivendo agora o lado "B" da glória que um dia tiveram. Sem popularidade ou notoriedade alguma são hoje em dia apenas mais um no meio da multidão. Tiveram os seus 15 minutos de fama. Atingiram repentinamente o sucesso, para depois, da mesma forma, como um raio, cairem em total fracasso.
Não são poucos os relatos de pessoas que já foram muito ricas e que agora vivem na miséria.
Sucesso e fracasso; vítória e derrota; subir e descer...
Não seria tudo isso a mesma coisa?
Se fizermos uma analogia com o dia e a noite, por exemplo, veremos que tudo faz parte do roteiro da vida. Perder e ganhar então poderia perfeitamente ser comparado como um dia inteiro na vida de alguém. Se temos um dia claro, de muito sol, calor, com poucas nuvens e uma leve brisa, poderíamos dizer que é a parte da nossa vida onde estamos em boa ocorrência. Dai produzimos mais, fazemos melhores amizades, nos associamos melhor, etc. E com isso vencemos, subimos e obtemos ele, o sucesso. Mas quando temos uma noite tenebrosa, com aquele clima chuvoso, repleto de nuvens carregadas, tremendamente frio e desanimador, poderíamos então dizer que é a parte da nossa vida onde estamos tendo más ocorrências. Dai, invariavelmente, produzimos menos, criamos inimizades, nos escondemos e ficamos tristes. Com isso perdemos, descemos e obtemos ele, o malfadado fracasso.
Um dia completo tem tudo isso. Luz e escuridão, sol e chuva, brilho e crepusculo. Somos como uma flor. Nascemos, crescemos, enrijecemos, florescemos e depois murchamos e finalmente morremos. Tudo faz parte de uma mesma vida. Nem só perder e nem só ganhar é a realidade.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- Isso quer dizer então que fracassamos novamente? - O Papa indagou para alguns Sacerdotes, depois que analisou cada mensagem recebida das mãos de viajantes que chegavam em Roma.
- Sim, Eminência. - Respondeu um Cardeal.
- De nada adiantou pedir ajuda á estes famigerados Reis! - Exclamou um outro Clérigo.
Os Cardeais Jacques de Vitry e João de São Pedro analisavam as conseqüências da guerra. Um deles, depois que teve acesso ao conteúdo das mensagens, alçou sua voz e indagou:
- O que faremos agora?
O Papa Clemente III pôs uma das mãos no queixo, pensou um pouco e então lhe deu a resposta:
- Vamos aguardar que todo o pelotão retorne. Assim que isto se der direi o que faremos.
Por que ele faz mistério? Está na cara que vai querer convocar mais homens, novos líderes e estrategistas para poder avançar em direção do Oriente novamente. Pensou João de São Pedro.
Grande parte do exército cruzado teve de permanecer no Oriente para que esta negociação fosse completada. Durante este tempo de permanência, o Rei Ricardo Coração de Leão ficou traçando todos os pontos deste tal acordo. Alguns soldados pediram dispensa e retornaram para suas cidades, inclusive Boullon Marques, que decidiu por retornar á Roma antes do tratado ficar positivamente confirmado.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A morte


Existem muitos temas e assuntos dos quais o ser humano gosta de passar o tempo conversando. Fala-se sobre dinheiro, trabalho, profissão, casamento, namoro, casa, marido, mulher, cachorro, gato, vizinho, amigo, compras, vendas, passado, futuro... As pessoas procuram tratar dos mais diversos e controversos assuntos, a fim de inteirar-se da vida do próximo e da sua mesma no contexto em que vive.
Mas parece que um assunto não permeia as rodas de bate-papo. É visto como um assunto desagradável, deprimente e ruim. Muitos até, por sua presunção, orgulho, soberba e altivez exacerbada, pensam que poderão prosseguir do jeito que estão sem precisar se dar conta deste tal fato. Tem sido muito comum ver, ouvir e notificar que as pessoas estão tentando de tudo, de tudo mesmo, para evitar aquele mal pelo qual todo ser humano um dia deverá passar: a morte.
Isso mesmo, poucos são os que falam com naturalidade sobre a morte, principalmente quando o óbito a ser analisado, discutido e posto em questão é o seu próprio. Algumas pessoas estão se sujeitando a operações no coração e no cérebro para prorrogar a vida e se distanciar do fatídico encontro com a sepultura. Tentam remédios rejuvenescedores, tratamentos médicos, cirurgias, injeções, alimento sem contaminação e ginásticas, para se manterem mais sadias e fortes, a fim de viverem mais e mais...
Isso até me faz lembrar daquele dito popular:"Todo mundo quer ver Deus, mas ninguém quer morrer."
Porque será que a grande maioria das pessoas, além de não gostarem de falar sobre a morte, também têem medo de morrer? Porque? Seria o medo do desconhecido? Seria a preocupação de ter de dar conta de tudo que praticou na vida? Humm... Acho que cada um teria uma resposta bem diferente... Mas o fato é que ninguém, por pior que esteja vivendo, quer mesmo morrer.
A morte é gelada. A morte é mórbida. A morte é a morte. Para muitos é o fim de tudo. Para outros é o início. Perder um amigo para ela é algo terrível. Perder um pai, uma mãe ou um irmão dai então é o desespero total. Mas não fique com medo da morte, ela ainda vai fazer parte da sua vida também. Se você já chorou por alguns que se foram, console-se, pois da mesma forma alguém irá chorar quando você se for.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Os Cardeais e Bispos, juntamente com o Papa Clemente III, estavam apavorados como vespas em um vespeiro mexido por alguém. A fatídica e repentina morte de Ambrósio Vittini deixava uma lacuna nos alicerces da Igreja. Apesar de ser grande, na Igreja, o número de Clérigos, o falecimento dele foi sentido em todas as camadas Sacerdotais. Tanto em pequenas Paróquias, como nas grandes Dioceses, entre Padres e Monges, a morte de um dos mais experientes Cardeais era uma lástima muito grande. Justamente aquele que se recusara um dia ser Arcebispo, nem nunca se elegera para o cargo de Papa, estava agora sendo enterrado. Tinham-no como exemplo de amor á verdade. Suas palavras e seus ensinos precisariam de tempo para que a Igreja encontrasse um substituto á altura para suprir a falta que ele faria na mente dos alunos, dos cursos ministrados pelas Dioceses, em várias regiões que freqüentou enquanto viveu.
Um dos mais abatidos pelo falecimento de Ambrósio era, seu amigo e um dos seus alunos mais antigos ainda vivo, Frederico Fresi. Antes de dar seu último suspiro Vittini, finalmente, havia lhe contado o verdadeiro motivo pelo qual, durante o final de sua vida, mudara de opinião, e passava a não concordar com as guerras levantadas pela Igreja. Contou também do arrependimento que tinha de um dia ter proliferado palavras de ordem á favor da morte dos hereges.

domingo, 24 de maio de 2009

Miscigenação racial


Somos um País miscigenado. No Brasil diferentes raças aqui se instalaram e se multiplicaram sem se preocuparem em manter as distinções de cor, credo e cultura. Por isso é muito comum, quando conversamos sobre esse tema, ver que as pessoas que conhecemos são ao mesmo tempo descendentes de Alemães com Indío, ou de Português com Italiano, ou ainda de Espanhol com Africano. As misturas são as mais diversas, e o povo Brasileiro é resultado disso. Imagine uma salada, é isso que o nosso povo é, uma salada étnica.
Mas em outros lugares também ocorreu o mesmo. Na Europa, famosa e orgulhosa pelas fortes raças dominadoras que ali cresceram, muito dessa mistura racial aconteceu. Ao longo de sua formação, como destacado continente que é, houveram povos distantes que acabaram se fundindo com os naturais daquele pedaço do mundo, criando com isso outras distintas raças. Por isso é cheio de pequenos Países com diferenciações mínimas. Existe lá influência de todos os povos dominadores em tudo o que se vê.
Os Estados Unidos também são famosos por essa invasão e complexidade de culturas em suas terras. Para lá foram, em seu início de Estado, pessoas da Inglaterra, da Irlanda, da Escócia, entre outros, para se misturarem com os tradicionais indios americanos como os apaches. E ainda hoje em dia continua acontecendo o mesmo, com a invasão dos Cubanos, dos Venezuelanos, Porto Riquenhos, etc, que entram, se fixam, arrumam trabalho, se casam e criam filhos na nova nação.
Além desse detalhe da assimilação racial o que vemos também é que com o acúmulo dessa gente que vem de fora para se instalar em uma terra diferente da sua, que são acostumados a dominarem um outro idioma, a ouvirem outro tipo de música, a comerem outro tipo de comida e a apreciarem outro tipo de arte, isso acaba fazendo com os naturais da terra fiquem influenciados pelos seus gostos, pela sua arquitetura, sua vestimenta, religião e muitas coisas mais que são as responsáveis por caracterizar um povo e uma nação, perdendo assim suas caraterísticas próprias. Por isso ainda existe muita força contrária no mundo tentando impedir a globalização.
Mas na verdade as coisas tem de ser assim. No princípio era assim. Quem criou estados, fronteiras e bandeiras foi o homem, motivado por idomas díspares.
DETALHE: A divisão das linguas, chamada a confusão da Torre de Babel, só deu-se por causa da soberba da humanidade. Ainda somos um só mundo e um só povo: a raça humana.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Neste conturbado cenário, alguns Reinos Espanhóis sofriam com a presença de Muçulmanos que entravam pelo sul dos Reinos vizinhos. A cidade de Córdoba era o exemplo típico disso, fazendo-se conhecida então como o centro do domínio Muçulmano Europeu. Tudo lá fazia lembrar um centro do Islã. As primeiras invasões deram-se no ano de 711, vindas praticamente de tribos do norte do Marrocos e do Egito. Através destas primeiras incursões os Muçulmanos instalaram-se em outras importantes cidades como Sevilha, Toledo e Salamanca. E com isso eles acabaram espalhando construções de todos os tipos, tais como Palácios, prédios e Universidades com suas características tradicionais.
Já no recém criado Reino de Portugal, depois da conquista de Lisboa em 1147, através de onde saiam em grandes frotas para a Terra Santa, os cruzados deixaram profundas marcas. A frota de duzentas velas, que transportavam cruzados de várias nações, tais como Alemães, Normandos, Flamengos e Ingleses, ajudaram D.Afonso Henriques a dominar a cidade para saqueá-la. Depois da tomada de Lisboa muitos cruzados acabaram ficando por lá, fixando moradia e deixando os exércitos enfraquecidos. Até mesmo os cruzados vassalos, desertores do Rei Ricardo Coração de Leão, estavam agora ajudando ao Rei de Castela, Sancho I, á guardarem as cidades de Santarém, Torres Novas e principalmente os acessos á Tomar, preocupados com a invasão dos Mouros que aumentava consideravelmente.

sábado, 23 de maio de 2009

Uma oportunidade...


A escada da ascenção econômica é árdua. Subir na vida pelos peóprios méritos, com dignidade e descência, é algo que poucos conseguem. Muitos tentam, mas realmente o acesso é concedido á poucos sortudos.
Certa vez tentei entrar em contato com uma escritora já estabelecida no mercado literário. O caminho parecia, á princípio, que não ia ser muito difícil não. Ela é conhecida de um amigo meu. Portanto, já que também escrevo livros, resolvi estreitar os laços para me fazer conhecer, e quem sabe, aprender e receber importantes dicas. Mas para minha frustração ela, a tal escritora conceituada, nem me deu bola e nem ao menos respondeu o meu e-mail. Isso me marcou bastante, já que ela havia dito á este meu amigo que entraria em contato comigo. Bem, vai ver que ela se esqueceu...
E pior que é assim mesmo. Quando ainda não se é ninguém, quando não se é famoso, quando não se tem uma reputação e um nome consolidado no mercado quase ninguém quer parar para ouvi-lo, quase ninguém quer lhe dar uma oportunidade. E isso acontece em todos os ramos e em todas as atividades comerciais. Um recém formado em qualquer área profissional sofre este mesmo tipo de preconceito. Um novo vendedor ou fabricante que quer entrar com o seu produto no mercado passa pelas mesmíssimas dificuldades. Parece que querem que só subamos as montanhas feitas de pedra e rocha, como escaladores, para que possamos apreciar a natureza...
No meu caso, para se conseguir uma audiência com um editor de renome, com uma editora conhecida e estabelecida, é extremamente penoso e sofrido. Tenho passado por diversos percauços e impedimentos. Todos colocam barreiras na frente:"Ah, tem que falar com fulano." Ou: "Ah, tem que ter isso e aquilo." E ainda:"Ah, tem que pagar tanto, tem que registrar, tem que esperar tanto tempo, tem que, tem que, tem que..."
Dai você fica na fila e os próximos degraus ficam sempre mais distantes de serem atingidos.
Não vou aqui ser duro ou vingativo, mas uma coisa fixei para mim mesmo. Se um dia, um dia, eu conseguir sobrepujar tais dificuldades impostas, e atingir o topo, só darei valor para aqueles que me deram valor enquanto eu ainda tentava subir. Isso pode ser considerado um desabafo. Um desabafo de alguém que sabe que tem capacidade, qualidade e inteligência. Capacidades não acima da média, não para menosprezar ninguém, ou para me achar melhor dos que ai estão, mas simplesmente para também expor aquilo que sei e que aprendi ao longo da vida. E olha que não aprendi pouco...
Então, de forma genuína, ousada, verdadeira e dedicada ainda pretendo prosseguir, quero prosseguir e vou prosseguir. Que estas palavras sirvam de incentivo para os que estão vivenciando a mesma coisa, e que portanto, estão no mesmo barco.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- Foi-lhe permitido subir até aqui para falar comigo. Ouvi calmamente o seu pedido. Agora quanto á falar com Vittini eu já lhe falei que ele está doente e...
Neste mesmo momento surge no amplo corredor um dos Bispos que desferiram a condenação á Enzo, quando de sua prisão.
- O que está havendo Padre? E quem é esse aí em lugar não autorizado? - Indagou o Bispo Giuseppe Florentino.
- Não se incomode Bispo, esse é Bonifácio, filho de Boullon. Foi-lhe concedido permissão para vir falar comigo. Apenas o que ele me pede é inconcebível no momento.
- E o que você queria meu jovem? - Perguntou o Bispo, acrescentando logo em seguida, - Por acaso era falar com o Cardeal em particular?
Bonifácio o reconhecera imediatamente.
- Senhor, eu venho tentando uma audiência com o Papa á algum tempo, e isso só terei se um Cardeal me autorizar ou representar meu pedido. Agora que estou aqui, e tento falar com o Cardeal Vittini, também sou proibido! Como conseguirei tal audiência?
O Bispo ficou relutante e pensativo. Depois de uma breve análise disse:

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O banquete


Esta semana houve o anúncio da fusão de duas grandes empresas do gênero alimentício. Os presidentes da Sadia e da Perdigão apareceram diante da imprensa para comunicarem o fato. Eles disseram que nada mudará. E se porventura mudar alguma coisa será para melhor. Pois pretendem - palavras deles - melhorar a qualidade de seus produtos, aumentar a produção e a diversificação, manter os preços sem aumento e competitivos no mercado interno e externo, e mais, sem executarem nenhuma demissão no quadro de funcionários. Ou seja, de agora em diante, após esta união empresarial, a mortadela, o chester, o presunto e outros derivados que você costuma levar para sua casa, para enriquecer a alimentação da sua família, ficarão ainda melhores, com mais qualidade, com mais variedade, com preços mais acessíveis, e além de tudo sem colocar nenhum pai ou mãe de família no olho da rua. Acreditou? kkkkkkk... Nem eu...
Sempre quando vemos notícias de empresas do porte da Sadia e da Perdigão realizando esse tipo de operação fica claro o seguinte: que o objetivo que buscam são principalmente dois:
1) Baixar custos e despesas. Isso inclui aluguéis, impostos, fretes, pedágios, custos de produção e de entrega, luz, água, e principalmente folha salarial.
2) Monopolizar o mercado. Isso refere-se que, trocando em miudos, anseiam eliminar qualquer tipo de concorrência, querendo com isso aumentar as exportações para também poderem ditar a regra sobre o preço de seus produtos internamente.
Portanto nada do que disseram é a verdade. O preço do que produzem tende a aumentar. E nem por isso a qualidade será obrigada a sofrer qualquer melhora. O que é certo mesmo são as demissões que este conglomerado irá provocar.
Isso sim não é nenhuma novidade. Já vimos isso outras tantas vezes acontecer. São as chamadas fusões corporativas. Aconteceu com a Ford e a Volks, com a Brahma e a Antarctica, a Time Warner que se uniu com á AOL, a Chrysler com a American Motors, etc. Dizem que é culpa da crise mundial. Pode até ser... Só que quanto mais isso ocorrer mais ainda faltará emprego, e principalmente faltará comida na mesa de mais e mais cidadãos.
Será então, lamentavelmente, cada vez mais raro vermos uma mesa "regada" com um delicioso banquete.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
A refeição foi apresentada. Funcionários da instituição encarregaram-se de servir todos os pratos. Carnes de várias espécies de animais, tais como javali, carneiro, faisão e porco foram postas á mesa. Legumes e ovos foram colocados em grandes bandejas para que todos comessem com fartura. Parecia, em parte, com as reuniões no Castelo. Taças de vinho foram servidas para todos os convidados. Era vinho vindo das melhores regiões de Castela. Até mesmo o vinho de pêra, comum apenas para crianças, era servido pelos mesmos empregados através de enormes cântaros.
Uma verdadeira festa Real estava armada.
Rápidas taças daqueles vinhos foram rapidamente ingeridas por alguns participantes. Nem parecia que, sentados ali, estavam três dedicados rapazes, através de muito isolamento e orações, tentando se esvaziar da concupiscência do mundo para adquirirem maior espiritualidade, a fim de enfrentar as tentações e provações da vida externa. Pois rapidamente perdiam o rumo durante aquele banquete. Félix ajudara a providenciar aquela enorme abastança para que os meninos relembrassem dos tempos em que viviam com ele em Caleruega.

domingo, 17 de maio de 2009

O quinto mandamento


Um certo Rei, em seu castelo, resolveu questionar o Deus dos Judeus. Então mandou que um empregado seu entrasse na sua presença e lhe dissesse alguma coisa, um código, ou leis do tal Deus posto em questão. Ele então, obediente ao amo, começou a ler em alta voz:
"Eu sou o Eterno, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa dos escravos. Não terás outros deuses diante de Mim."
Então o rei Egipcio comentou:
- Ah, isso é bem óbvio. Nenhum deus Egipcio gosta que seus súditos sirvam á outros senhores também. Mas prossiga.
Então o empregado leu o segundo mandamento:
"Não farás para ti imagem de escultura, figura alguma do que há em cima nos céus, abaixo da terra e nas águas debaixo da terra..."
Ah, - pensava o Rei, - isso também qualquer dos deuses do Egito também exigem, que não construam outras imagens além da existente...
"Não jurarás em vão em nome do Eterno, teu Deus, porque o Eterno não livrará ao que jurar em vão pelo Seu Nome."
Ah, nenhum deus do meu reino também gosta que seu nome seja desonrado...
"Lembra-te do dia do Shabat para santificá-lo. Seis dias trabalharás e farás todas tua obra..."
Ah, isso também é bem normal. Qualquer deus tem o seu dia preferido de culto...
Mas quando o empregado leu: "Honrarás a teu pai e a tua mãe..." O Rei sobresaltou-se de sua cadeira e interrompeu a leitura dos dez mandamentos:
- Espere, espere ai! Que Deus é esse que põe alguém comum em pé de igualdade? Ah não, nenhum deus daqui do Egito aceitaria o que esse Deus dos Hebreus aceita! Jamais irão dividir os seus tronos com um mortal!
Moral da história: Somente um Deus soberano, que reina de eternidade áfora, é capaz de tal atribuição. Pois não teme dividir o respeito que tem de seus súditos com seres naturais, carnais e imperfeitos como os nossos pais. A construção da família como célula mater foi idéia do Criador.
Por isso honrar pai e mãe é acima de tudo agradar a Ele, o Criador dos céus, da terra, do mar e de tudo o que neles há. Filhos sem uma boa criação é o mesmo que gente sem raiz. Pois o ensino deve passar de uma geração á outra. Ou como diz o salmo: "Teus filhos sucederão teus pais, como líderes por toda a terra. Em todas a gerações lembrarei Teu nome e eternamente hão de Te louvar todas as nações."
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- Por favor, Asebes, chame-o, - disse Félix interrompendo-o, - é o último favor que lhe peço. Pela nossa grande amizade, pela confiança que há entre ti e meu irmão, faça isso. Joana não suporta mais viver sem seus filhos ao seu lado. Ela não teve coragem de vir até aqui e ser desprezada novamente.
Félix fez uma interrupção em sua colocação para chorar.
O céu estava totalmente encoberto. Nuvens espessas cobriam o firmamento. As águas não cessavam de cair sobre a grama do jardim.
- Sente-se e procure se acalmar. - Disse Asebes.
A distância de onde estavam para a família Garcia não era grande. Uma extensão de bancos enfileirados pelo corredor era o que tinham para separá-los, mas em tom bem baixo, aquela dramática conversa não podia ser ouvida. Félix era a figura de um pai abandonado pelos filhos, trocado pela Igreja. Em sua comovente tentativa de convencer o Reitor á aceitar a proposta, falou assim:
- Meu filho mais velho, o Antônio, nós o vemos de vez em quando,... Sempre que ele deseja ir nos ver, é claro... Manes Gusmão já faz quase igual ao outro, quase não nos visita mais. Nestes últimos dias o que temos deles são cartas... Tudo isso por que são influenciados pelo caçula... Desde aquela terrível visita que fizemos aqui nunca mais o vimos. Parece que ele nos abandonou de vez.

sábado, 16 de maio de 2009

A carta


Como era demorado e entendioso se comunicar com alguém de longe, hein? Mesmo não sendo tão velho assim me lembro bem da dificuldade que tinhamos para enviar uma mensagem para um parente, uma namorada ou um amigo qualquer. Demorava dias até que a tal carta pudesse chegar no endereço solicitado. Depois levava outro tanto até que a pessoa lá de longe pudesse te responder. Enfim era um tédio muito grande, mas ainda assim tinha seus atrativos. O suspense, a emoção em poder abrir o envelope, o conteúdo da mensagem... Humm, era bom. Se fosse uma carta de amor então, oh! Dai o coração acelerava e quase que se derretia. Pena que isso não ocorria com frequência...
Era comum, na época, receber cartas antes e durante o natal e próximo ao ano novo também. Quando alguém então fazia aniversário dai lá estavam elas novamente, as correspondências escritas de papel e caneta, alegrando quem as recebia. Era um tempo nostálgico. Recordo-me que aqueles que não recebiam nenhuma mensagem ficava largado pelos cantos, triste e abandonado. Era o mesmo que não tivesse nenhum amigo ou quem gostasse dele. Comigo mesmo isso se passou diversas vezes. Era triste ver que meu aniversário tinha chegado e que ninguém tinha lembrado de mim. Também, naquela época, eu praticamente não escrevia para ninguém... Então recebia o que dava, ou seja, nada! Ainda bem que os tempos mudaram e hoje me comunico com pessoas de diversos lugares ao redor desse mundão de Deus.
Se levarmos em consideração as transformações pelos quais todo tipo de serviço sofreu os correios ainda são os heróis da resitência, pois perduram em nosso meio. Eles realizam o mesmo tipo de serviço, trazendo e levando mensagens sutis, sigilosas ou de paixão, como a trinta, quarenta ou cinquenta anos atrás. Atualmente eles contam com o sedex, que agilizam um bocado nesse tipo de operação. Mas nem de longe se compara com a velocidade da tecnologia eletrônica que temos atualmente.
O e-mail, a carta virtual, revolucionou e acelerou as comunicações entre as pessoas. Ninguém mais precisa dizer que tem preguiça de ir á uma papelaria, comprar papel de carta e envelope, escrever uma "mini-redação" para quem você queria falar, e ir até uma agência de correios para enviá-la, pagando por isso, e depois esperar até obter o resultado. Tudo evoluiu. Você agora não precisa ficar mais tristonho esperando pelo carteiro bater em sua porta, trazendo consigo uma carta, uma carta de alguém...
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- Já leu as cartas? - Félix indagou para Joana, assim que foi informado que as correspondências haviam chegado.
As amigas já tinham ido se deitar. Joana estava sozinha no grande salão.
- Sim. - Respondeu ela secamente.
- E como eles estão?
- Bem.
- Bem? O que mais disseram?
- Pegue e leia você mesmo.
Ela que não anda nada bem... Tem misericórdia, oh Deus!
Enquanto Félix sentou-se em sua poltrona para ler o conteúdo das duas cartas que seus filhos lhe enviaram de Gumyel, Joana voltou a entreter-se com o tear.
A fabricação de tecidos era obra das mulheres. Depois de tosquiada a ovelha e colhido e tingido a lã, pelos camponeses, a tarefa ficava á cargo das suaves e dóceis mãos femininas para fiar, tecer e bordar. Nas regiões da Normandia, Flandres e Champagne, todas na Gália, vinham os melhores tecidos produzidos para serem comercializados nas feiras dos demais Reinos. Mas ali em Caleruega, Joana e suas amigas faziam também com que seu trabalho fosse reconhecido pelos mercadores. Isso era seu único e atual prazer.
Coitada, é isso que ainda á faz viver. Pensava Félix, enquanto abria as mensagens. Era doloroso vê-la trabalhando até altas horas da noite.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Mestre?... Mestre?...


Tenho estudado muito sobre o comportamento humano em relação a fé e a religião. A história nos mostra, relatando fatos e acontecimentos, de como o homem vem se moldando, se modificando e se aperfeiçoando ao longo dos tempos. Muitos Impérios já surgiram e desapareceram. Com eles também as suas religiões. Onde está hoje a religião dos Sumérios? E a dos Cananeus? etc. Antigas crenças que desapareceram com o passar dos anos.
Acontece que outras religiões, algumas mais antigas e outras nem tanto, para não sumirem da mesma forma, se adptaram aos costumes e as culturas e assim perduram até os dias de hoje. A vida tem sido constituida dessa maneira. Os "espertos" se macomunam, fazem aliança, acertam tratos e permanecem um pouco mais...
Mas para haver religião é preciso que haja um líder, um mestre. Todas estas formas de crença e de fé tem ou tiveram um líder eloquente e convincente. Natural e óbvio que seja assim. Alguém tem a idéia e os adeptos veem depois atrás.
Não quero aqui "meter o pau" em formas distintas de fé. Cada um tem o direito de acreditar no que quiser. Minha função aqui é esclarecê-lo até o ponto em que você me permitir que o esclareça. Por isso me ouça.
Em um documentário acompanhei a trajetória de um desses líderes destas seitas que surgem a cada dia no mundo. O sujeito se apresenta e prega como se fosse um salvador da humanidade. Como se já não bastasse os tantos postuladores a salvador do mundo, humm... Mas o que me espanta e chama a atenção é que ele, ainda assim, consegue arrebanhar súditos! Em minha cidade ocorre também o mesmo. Tem um doidão desses andando por ai, de roupa larga, estilo saião, estilo roupa medieval, estilo hábito dos Padres, e que infelizmente - digo por mim - ele consegue alavancar seguidores e fiéis para o seu rebanho! É loucura? Não sei, vá dizer isso para os fieís que acompanham esses "iluminados homens". Tem no sul do País o tal de Inri Crito, que volta e meia aparece em programas de televisão. Esse então é uma comédia. Mas mesmo sendo uma comédia também consegue rebocar "ovelhas para o seu rebanho".
Em São Paulo surge duas Igrejas a cada dia! Cada uma delas com um novo candidato a Bispo, Bispa, Pastor ou sei lá o que... Será que não basta os templos e os líderes que já existem? É, parece mesmo que todo mundo quer ter alguém para chamar de mestre...
Por isso aviso: Tome cuidado com essas religiões que são baseadas em um único sujeito que diz ter tido uma "revelação" ou "que Deus falou com ele", etc. Deus se manifesta para o coletivo e não para um homem só. Aprenda isso definitivamente, se é que esse conselho lhe é útil.
Essa miscelânia religiosa que vemos hoje em dia é proporcionada justamente por causa dos espertalhões, e as custas dos bobalhões que se deixam levar por qualquer vento que vem e que depois irá passar...
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Santo Agostinho, como era chamado pela Igreja, tinha elaborado teses logo que se iniciou na vocação de Monge. Nascido por volta do ano de 354, na Argélia, ele deixou como resumo de sua obra teses do pecado original, da conciliação entre a fé e a razão, do conhecimento natural de Deus, além de citar sobre a necessidade da graça para a salvação do homem e a presença das imagens da Trindade no Universo. Sua influência foi dominante por toda a Europa Ocidental.
Já São Bento viveu em Núrsia, cidade encravada nas montanhas á nordeste de Roma entre os anos de 480 á 547. Suas regras baseavam-se em dois pontos principais; a paz e a reza na obediência do trabalho clerical. Mas não era só isso. Estas regras eram compostas de setenta e três capítulos chamados pelos submissos Monges de “as regras do Mestre”. Ela servia para dirigir os costumes dos que á obedecessem, instruindo-os como deveriam se comportar. Como, por exemplo, os tipos de Monges á serem escolhidos, os Abades e seus afazeres.

domingo, 10 de maio de 2009

Mão amiga


Existe várias formas e maneiras de se pedir por socorro. A mais clássica de todas é gritar mesmo. Ainda mais quando se está correndo algum perigo de vida. Mas existem outros jeitos.
Quando vemos alguém vendendo balas nos sinais de trânsito fica claro para muitos que aquela pessoa quer trabalhar, não tem oportunidades, e por isso recorre á esse tipo de exposição. Ela quer vender seu produto sim. Precisa arranjar algum sustento para levar para sua família. Mas no fundo, no fundo, se você tiver coragem de perguntar, e ela tiver ousadia de se abrir, você verá que o que ela precisa mesmo, e quer, é uma ajuda, um auxílio, um socorro para sua desesperada situação.
Assim também o é com aqueles meninos e meninas que fazem malabarismos de circo nas ruas e nas calçadas. Ou com aqueles que veem até a porta de sua casa para oferecer produtos dos mais variados possíveis. Todos esses, e muitos outros, na verdade não precisam de esmolas, e sim de apoio, de emprego, de socorro...
Um amigo meu, inferiorizado na vida até este momento, quando indagado pela a sobrevida que leva, costuma dizer: "- Nem todo mundo tem ou teve as mesmas chances."
É verdade. Nem todos conseguem visualizar ou conhecer alguém que esteja a fim de ajudá-lo a sair do buraco.
É comum vermos nos dias de hoje muitos desses desgraçados e desfavorecidos, praticamente entregues ao Deus dará, terem chegado á esse estágio por erros em sua própria caminhada. Cometeram deslizes imperdoáveis e agora estão jogados, descriminados, descartados e condenados á um fim miserável e infeliz. Mas também é comum vermos pessoas cultas, com diplomas, inteligentes, autamente capazes e ainda em fase produtiva já sendo totalmente excluidas do mercado de trabalho e sem chances de recolocação. Ambas, tanto as que erraram e são até certo ponto incapazes, quanto as que possuem algum grau diferenciado, merecem e clamam por socorro e ajuda.
Isso é o que eu costumo chamar de prisão do capitalismo. Sem emprego, sem profissão e sem dinheiro apenas teem a sepultura diante de si. Isso caso algum parente puder pagar. Portanto feliz é aquele que tem onde recorrer. Sortudo mesmo é quem encontra uma mão amiga estendida.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- Este blasfemo permanecerá preso tempo suficiente e receberá o castigo necessário para que aprenda a não desafiar a Igreja! - Disse um dos Cardeais responsáveis pela prisão de Enzo.
E assim foi feito. O rebelde Enzo Strozzi se tornou, á partir desse dia, um encarcerado.
Bonifácio pensava na enrascada que se metera ao ter prometido á Boullon, seu pai, que cuidaria de seu amigo.
Meu pai não me perdoará por não ter conseguido impedir a prisão de Enzo.

Andando de um lado para o outro impacientemente, assim estava Bonifácio, agora em sua casa.
Só daqui á algumas semanas é que me concederão uma audiência com o Papa, meu Deus... O que farei até lá? Boullon está no Oriente e nada poderá fazer por ele. Enzo não pode ficar todo este tempo detido naquele cárcere... Tenho que fazer alguma coisa...
A mãe de Bonifácio observava a impaciência e desespero do filho. Taças e mais taças de vinho eram ingeridas, mas ela não tinha coragem de aproximar-se e dizer qualquer coisa. Na mente do jovem Bonifácio passava a clara imagem de seu pai aconselhando-o para que evitasse que Enzo Strozzi cometesse alguma bobagem:
“Enquanto eu estiver fora, acompanhe ele onde quer que vá. Impeça-o de cometer alguma asneira, faça isso por amor á mim, certo?”

sábado, 9 de maio de 2009

Corrupção: O mal que corrói...


As cruzadas foram basicamente uma disputa militar na Terra Santa. Cristãos da Europa se juntaram para expulsar os Muçulmanos de lá, através do uso da força. Muita coisa ilícita, ilegal, inescrupulosa e de baixa classificação foi realizada nesse interím. Houve traição, mentiras, corrupção, mortes de inocentes, ganância exacerbada, casais destituidos, etc... Mas não foi somente nos embates entre as cavalarias opostas que muitas dessas coisas horrendas foram praticadas não. Já durante a convocação desses mesmos pelotões havia tais práticas entre os próprios comandantes e generais.
Corruptores e corrupção. Cada um queria tirar vantagem do seu jeito.
Para quem pouco sabe da história, vale á pena lembrar que foram nove cruzadas Européias. Sendo que destas nove apenas uma não alcançou o Oriente, ficando em lutas dentro do próprio continente, matando cidadãos de Paises vizinhos e roubando e espoliando todos os seus bens.
E politicamente falando, não há País no mundo que suporte muitos anos seguidos de corrupção, desmando e mentira. Não há um regime sequer que seja capaz de suportar escândalos e mais escândalos subsequentes, sem que sofra alguma grave consequência por causa disso. Não quero ser aqui o profeta do caos e do desespero. Não. É apenas constatação.
Natural é que as classes mais baixas da sociedade queiram, de uma maneira ilícita, avançar alguns degraus para sair da miséria. Natural também é que essas mesmas classes inferiorizadas abraçem qualquer tipo de "oportunidade" para sobreviver com mais dignidade. Mas o que não é natural, e nem admissível, é ver tais comportamentos no meio da liderança desse mesmo povo. Se seu Rei é ladrão, como seu súdito não o será? Se seu líder, ou governante, ou presidente, ou ministro, ou senador, é um constante frequentador das páginas de jornais, promovendo práticas ilícitas, mentindo e enganando, tirando vantagens, só se dando bem na roubalheira, como você, cidadão comum, poderá ser algo de melhor? Em quem você irá se espelhar? O exemplo tem que vir de cima.
Talvez nos falte justamente isso: Alguém em quem possamos nos orgulhar de poder copiar.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Para adquirir voluntários que o acompanhasse, o Rei Ricardo teve que despender enorme quantia antecipada de dinheiro. O motivo disso foi que, como havia carência de bons soldados, teve então que instigar, atrair diversos homens pela própria cobiça deles. Isso fez com que ele trocasse o feudo por dinheiro como pagamento para estimular possíveis voluntários em uma luta tão distante. Então, mercenários de todas as partes vieram alistar-se a fim de adquirir fortuna. Muitos destes, principalmente os que haviam vindo da Província de Aragão, e também de Navarra, ambicionaram bastante abastança. Só que ao invés de capturarem os inimigos, durante o trajeto, promoveram matanças, flagelos, sacrilégios e crimes de toda espécie, perturbando a ordem de seu pelotão. Furioso, Ricardo Coração de Leão mandou degolar o pescoço da metade de um bando destes mercenários baderneiros. Já uma outra parte, que também o acompanhava e fazia as mesmas balburdias, teve seus olhos furados e foram deixados pelo caminho.
E não só isso Ricardo Coração de Leão fez de ilícito. Uma outra séria coisa começava a lhe pesar sobre seus ombros e consciência. Anos antes de ser convidado á aceitar o pedido do Papa Gregório VIII, e sair dos territórios da Inglaterra para esta cruzada, ele divulgou uma notícia caluniosa que causou tremenda confusão em seu Reino.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Residência oficial


Diz o ditado, em outras palavras, que ir á Roma e não ver o Papa é o mesmo que não ter ido. No Vaticano, o centro do poder religioso Católico, você e qualquer turista poderá ter esse privilégio de ver o Pontífice, se assim o considera e quer. Mas não foi sempre nesse lugar que o poder religioso se sentou e ditou as ordens sacramentais.
Séculos antes, o Papa, os Bispos e os Cardeais se reuniam na Basílica de Latrão. Uma construção magnífica e grandiosa para a época, com acomodações e muito conforto para todos do Clero Romano. Foi desse portentoso prédio que partiram as ordens para os cruzados se dirigirem ao Oriente e lutarem pela Terra Santa contra os Muçulmanos. Latrão era, por assim dizer, a residência oficial do lider da Igreja. O principal lugar. O mais venerado. O lugar mais bonito, mais luxuoso e também o mais suntuoso que podia haver na época. Assim era também com os Reis e as Rainhas. Eles eregiam seus grandes Castelos, suas fortalezas, com seus fossos, portões, altos muros e muitos soldados de prontidão e vigilância. Todos, líderes eclesiásticos ou não, gostavam de ostentar riqueza e poder, morando em belíssimas construções ás custas dos pobres e necessitados.
A história mostra que sempre foi assim. E ainda hoje é assim.
Conheço uma pessoa, na qual considero minha amiga, que diz:"Quando alguém chega no poder e se senta na cadeira real, no trono, parece que abaixa um "santo", e dai o sujeito muda completamente, passando de humilde para arrogante na mesma hora."
Ela deve ter algum tipo de razão em dizer isso. Pois se não fosse assim os líderes de origem humilde, vindos da pobreza, teriam feito alguma coisa para mudar esse gritante quadro de desnível social em nossa sociedade.
E exemplos não faltam: Na Polônia foi Lech Valessa, um ex-operário que se tornou presidente daquele País, criando o SOLIDARINOSK, mas que depois sumiu e nada mudou. Na África do sul foi Nelson Mandela, ativista, sabotador e guerrelheiro, praticamente considerado um terrorista, que se tornou também Presidente de seu País e até ganhou um prêmio pela paz, lutando pelo APARTAIT, mas que no fundo as diferenças raciais mantiveram-se na mesma. E aqui no Brasil foi o Lula. Ex-lavrador, ex-torneiro mecânico, e que depois, de tanto tentar, acabou chegando no poder para quase nada fazer, criando apenas o BOLSA FAMÍLIA, e mantendo os pobres na mesmíssima pobreza e quase mendicância.
Você meu amigo, que mora em uma casinha simples, agradeça a Deus pelo que tem, pois se esperar pelos homens nem mesmo ela restará.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
No topo da construção viam-se as estátuas de mármore dos Apóstolos de Jesus, sendo três de um lado, outros três de outro e mais quatro próximos ao centro. Sobre um altar mais elevado destacava-se a figura do Apóstolo João segurando uma cruz. A obra havia sido feita em homenagem, tanto para o Apóstolo, quanto á João Batista, aquele que batizou á Jesus. A Basílica tinha sido construída por Constantino na colina de Latrão, por volta do ano 311 e 314, e servia agora como local do trono Papal, sendo considerada, em importância, acima de todas as outras Igrejas.
Os primeiros quatro Concílios Ecumênicos da Igreja haviam sido nela realizados. De grande História para o Catolicismo, a Basílica passou por uma destruição no ano de 896, sendo reconstruída em 904, durante o Pontificado de Sérgio III. Sua localização ficava ao lado do Palácio Lateranense, que era a residência oficial do Sumo Pontífice.

domingo, 3 de maio de 2009

Péssimas noticias


Tenho andado revoltado, e porque não dizer desanimado, com os telejornais. Quando ligo a TV e sento diante dela para assistir o jornal das oito o que vejo são os apresentadores e repórteres lançando notícias ruins na minha cabeça. E dai eu rodo os canais á procura de boas notícias e nada. Em todas as emissoras é a mesma coisa: péssimas notícias em tudo quanto é canto do mundo, - me induzem a pensar.
Eu não preciso ficar aqui repetindo o que eles dizem, pois todos já sabem de cor e saltiado. Porque na verdade mostram os mesmos "furos jornalisticos" para a população inteira. São as piores tragédias e mazelas da humanidade que invadem a nossa casa todas as noites. É triste. É de desanimar mesmo. Se um sujeito estiver deprimido basta assistir um desses programas para cometer um suicídio, de tão drástico que é.
Existem pessoas que são assim também. Não conseguem dizer nada de bom. Só contam histórias macabras ou maléficas. Vai ver que é por causa da influência que sofrem da televisão.
Por acaso você sabia que em Paises do Oriente Médio já se consegue tirar água do ar?
Eu não falei asneira não, é isso mesmo. Em lugares tremendamente áridos a água está sendo extraida do ar úmido das noites no deserto! E isso você assiste na TV? Obviamente que não. E por que não? Porque não dá ibope. O povo gosta de tragédia.
Aproveitando-se disso a imprensa valoriza ainda mais certos temas ditos da moda. A gripe do porco é um exemplo disso. Antes só falavam da crise mundial. Era crise para cá, crise para lá, etc. Agora não. Só se fala na tal gripe... Talvez seja por isso que as pessoas andem tão pessimistas e derrotadas. Sua "fonte de inspiração" - a TV - só lhes traz angústia e dor com as péssimas coisas que dizem.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- As coisas por aqui têm estado ruins assim desde que cheguei. Aliás, antes da minha vinda para cá as notícias já não eram tão boas. Com o passar do tempo pioraram ainda mais. - Disse Valdivas depois de introduzir Frederico Fresi e seus companheiros na pequena Igreja do Hérault.
A construção precisava de reformas urgentes. As paredes eram sujas e desgastadas. O chão tinha buracos e era igualmente mal tratado. Os poucos bancos de madeira soltava lascas e apresentava sinais de que os cupins faziam moradia. A Igreja não tinha condições de pagar um ou dois funcionários para a limpeza.
Padre Valdivas serviu uma humilde refeição de pães com café, após ter feito com que o grupo se alojasse.
Frederico e o restante dos visitantes comiam e observavam a má conservação da Igreja.
Depois disso Valdivas refletiu um pouco na situação em que se encontrava e só então disse:
- Há muito tempo que não se consegue encher uma Igreja por estas bandas! Parece que o povo não quer mais os santos sacramentos... A Santa Madre Igreja vai ter um enorme trabalho de evangelização para realizar aqui. Será preciso muitos pregadores e muito tempo para que este povo se converta.

sábado, 2 de maio de 2009

A vereda


Sempre quando nos propomos a fazer uma viagem uma das coisas que temos de ter em mente é o intinerário que devemos pegar. Qualquer que seja o local que quisermos ir, embora isso possa parecer bem óbvio, teremos que memorizar qual o caminho, qual a vereda certa a seguir. Para muitos isso é feito quase que inconscientemente. Por isso mesmo tratam este tema como uma coisa já assimilada, óbvia, sem mistérios e extremamente comum.
Mas será que esses mesmos sabem que cada viagem, cada passeio, cada mudança de endereço e cada novo lugar onde irão repousar os seus pés é um caminho diferente em suas vidas, repleto de mistérios e coisas desconhecidas? Será que já se deram conta que até mesmo nesta experiência, e principalmente nessa experiência, é que se pode tirar preciosas lições?
Novas pessoas, lugares, construções, ruas, modo de vida, costumes, roupas, clima, comida, bebida e idioma, entre tantas outras coisas, poderão se apresentar diante de você, fazendo-o sentir-se pequeno demais. Quem já teve a oportunidade de viajar para um outro País sabe bem o que quero dizer.
O ser humano vive em constante aprendizado. Uma escritora até chegou a dizer:"O dia em que pararmos de aprender algo é porque morremos."
Isso vale para tudo na nossa vida. Quer seja uma caminhada, uma refeição, um trabalho, uma amizade, enfim tudo em que nos relacionamos, nós, eu e você, temos de estar aptos e atentos para cada ensino. Por isso precisamos de uma direção certa. Precisamos visualizar algo novo á nossa frente. É o mesmo que ter um objetivo, um alvo, uma direção. Não tenha medo do diferente. O diferente pode ser belo e interessante.
Sair de um lugar fisico e chegar ao outro pode parecer bem simples e natural, mas sair de um estágio intelectual para ultrapassarmos a fronteira imaginária do saber é um passo e um caminho ainda maior. Apesar de que todo caminho central tem suas variantes, encruzilhadas, riscos e atalhos.
Portanto abra sua mente. Adquira conhecimento. A vereda está mais adiante e temos de prosseguir rumo ao encontro de...
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Atravessaram todo o Oeste dos Reinos e Condados Romanos em uma dura jornada até que chegaram aos limites do Reino Gaulês. Começaram então, passando pela Província do Ródano sem o menor incômodo. Esta era uma região muito bonita, também chamada de Alpes Franceses, lugar de gente cordial e pacífica. Seguiram descendo pelo caminho mais ao sul em meio á muita neve. As estradas eram tortuosas. Á princípio aquela vereda não parecia querer levar á lugar algum. Havia enormes desfiladeiros. A brancura que se fazia por sobre o cume das montanhas, incrementado pelo caminho repleto de árvores secas ao redor e uma vegetação rasteira e densa que resistia ao frio, compunha a encantadora paisagem.
Os cavalos trotavam devagar. Os viajantes admiravam a beleza do local. Ao atingirem a planície atravessaram a região da Sabóia e depois o Isére. O território do Drôme foi a outra escala a seguir, chegando por fim á Província de Ardéche.
- Afinal de contas, onde estamos indo Senhor? - Perguntou o Padre Giordano, da Paróquia de Virtebo, cavalgando do lado do Cardeal Frederico Fresi.
- Já ouviu falar no Languedoc? - Disse o Cardeal.
- Sim, algumas vezes.
- Então, é para lá que nós vamos.