domingo, 28 de junho de 2009

Festa de casamento


O ato de casar-se, de se juntar á um companheiro(a), de unir-se a uma pessoa diferente, de assumir um compromisso para o resto da vida, é algo realmente muito importante. É um passo decisivo na vida de qualquer um. Em qualquer cultura, em qualquer povo da terra, em qualquer nação, este é um derradeiro momento, tanto para os homens como para as mulheres. É algo sério, que envolve não só o casal como suas famílias, e até mesmo os amigos em comum.
Dizem os especialistas que o casamento é hoje uma instituição falida, dado o elevado número de separações.
Lembro-me bem do casamento de um amigo meu da época do ginasial. Ele era apaixonado pela namorada. Viviam juntos para tudo quanto era canto. Namoraram por bastante tempo. Tempo esse em que puderam se conhecer ainda mais. Suas famílias tornaram-se praticamente uma, de tão grande que era a afinidade que havia. A festa do casório foi pomposa. Dizem que gastaram uma elevada quantia - não vou dizer aqui quanto - para realizarem a cerimônia em uma afamada igreja. Tudo foi devidamente providenciado nos mínimos detalhes. A arrumação e decoração ficaram deslumbrantes. Haviam muitos convidados. Os doces e quitutes, além de terem sido produzidos em quantida assustadora, também estavam deliciosos. E o bolo então... humm... simplesmente fabuloso. Realmente foi um senhor casamento, com fotos, filmagens, carro de luxo para os noivos e tudo o mais.
Só que...
Infelizmente, para surpresa minha e de todos os colegas da classe, a noiva resolveu dissolver aquele pacto rapidamente. O divórcio foi pedido três semanas após esta linda data.
Não vou aqui culpá-los em nada. Mesmo se eles acabaram dando mais importância para a festa do que para a união em si. Se tiveram problemas de convivência, e que durante o período de namoro não veio á tona. Se eram muito novos e não estavam preparados para a responsabilidade, ou outra coisa qualquer. Nunca, nem eles e nem nós, entramos nesses pormenores. O fato é que a decepção doeu em todos. Mais neles, é claro, mas doeu também em todos aqueles que viram, desfrutaram e se deleitaram com aquela portentosa cerimônia.
Casamento não é conto de fadas. Casamento é dar as mãos e seguir unido até que a morte os separe, já dizia o mestre de cerimônia.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Pessoas elegantes eram vistos por todos os cantos da cidade. Homens da Nobreza e suas mulheres transitavam pelas acanhadas ruas do lugar. Reis e Rainhas acenavam para o povo, passando em grandes e belas carruagens. Condes e Duques também davam demonstrações de sua opulência para o pacato povo local, que em sua maioria mantinha-se indiferente com tudo aquilo. Padres e Sacerdotes, estes sim, reduzidos em número pela pouca influência da Igreja Católica na região, alegravam-se pela presença desses mesmos Nobres nas estreitas alamedas.
- Sejam bem vindos! Sigam em direção da nossa Paróquia para que possamos nos alegrar ainda mais com vossa presença, e assim façamos deste evento um grande acontecimento para todos, principalmente para Vossa Alteza. - Disse o principal Clérigo de Proulle, curvando-se, frente ao Rei Afonso que passava diante dele na mais bela carruagem.
De tudo, o que mais contrastava era justamente o lugar onde seria realizado o casamento. A Paróquia era uma construção humilde demais para tantos sublimes senhores. Além disso, não recebia uma reforma havia tempos. Seu aspecto era, por não dizer, horrível, acanhado e sujo para receber tais ilustres presenças.

sábado, 27 de junho de 2009

Entendendo o propósito Divino


Já lhe ocorreu alguma vez que sua vida está sem propósito, sem sentido ou sem razão de ser?
Essa incessante busca do ser humano, para tentar entender qual o propósito de Deus para a vida, tende a crescer e a se elevar ainda mais. Quanto mais evoluimos, quanto mais aprendemos, quanto mais coisas nos ocupamos, SE ESTAS NÃO ESTÃO CONECTADAS COM A LUZ, mais ainda nos parece faltar uma direção.
Esse tipo de deliberação, de intento, de mira, de seriedade ou de juízo, as quais o dicionário nos dão como definições para a palavra propósito, são muitas vezes determinados fora e contra a nossa vontade.
Quantas e quantas vezes achamos que estamos fazendo o correto, o melhor que podemos, e nada de bom ou de diferente nos acontece? Utilizamos nossos conhecimentos, força de pensamento, fé, coragem, mas uma lacuna insiste em permanecer aberta. Quantas vezes isso ocorre?
Entender qual o propósito Divino é uma tarefa um tanto quanto delicada. Até mesmo porque o caminho de uma pessoa não é o de outra. Somos seres semelhantes, mas não iguais. É como uma grande torre de Babel. Cada um tem o idioma que domina e no qual gostaria de se comunicar. Ou então como o Universo, cheio de estrelas, Galáxias e constelações, onde cada um daqueles planetóides tem sua função e papel específico. Cabe então ao instrutor multilingue, ao criador dos céus e da terra, Deus, falar e agir individualmente para cada um destes mesmos seres.
Saiba, porém, que qualquer que seja o seu propósito nesta vida - bom ou ruim, amplo ou reduzido, definitivo ou passageiro, justificável ou não - que UM é quem determina todas as coisas. Por mais que não o vemos ou não o entedamos ELE tem estado na frente das coisas.
Como diz um provérbio: "Há muitos propósitos no coração do homem, mas é o conselho do Eterno que prevalece."
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- O que me falta? Tudo que faço, faço pela Igreja! O que mais precisarei?
Asebes não queria ofender o já cansado e desanimado rapaz. Suas intenções eram as melhores. O potencial que Domingo demonstrara, mesmo nas adversidades, eram consideradas qualidades compreensíveis e admiradas de um santo Católico. O que acrescentar á isso?
- Não sou eu quem responderá a essa sua pergunta. Á meu ver Deus é quem lhe mostrará o caminho.
- O senhor está querendo dizer que preciso de uma prova concreta, de um sinal patente de que Deus é comigo?
Que Deus é contigo eu não tenho dúvidas, mas... Um sinal seria interessante. - Talvez nesta nossa viagem você consiga sentir ou absorver algo além. - Disse o Reitor, servindo um pouco de vinho e pães para Domingo.
- Mas eu...
- Não se exaspere mais, - disse Asebes interrompendo o afoito rapaz que rapidamente se transformava em homem, - creia que há um propósito Divino muito maior diante de ti.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O disfarçe


Um quadro que atualmente tem feito relativo sucesso na TV chama-se o impostor. Disfarçando-se de várias formas, para enganar seguranças e assim poder frequentar as festas mais badaladas á procura de famosos para poder cumprir suas tarefas, nas quais ele mesmo as chama de desafio, o tal ator mostra grande habilidade de persuasão e coragem. Auxiliado por um câmera-man e mais alguns produtores ele consegue cumprir o seu objetivo com relativo sucesso. Geralmente as metas estabelecidas são coisas banais, tais como entregar uma bola de futebol á um narrador, arrancar um fio de cabelo de uma top model, tirar uma foto ao lado de uma aniversariante famosa e assim por diante.
Mas uma coisa logo salta os olhos de qualquer um que vê esse quadro de um programa humorístico que vai ao ar em canal aberto todas as semanas: a fragilidade e a facilidade com que se "fura" um esquema de segurança.
Tudo bem, vá lá, eles estão brincando e fazendo pegadinhas inocentes com os participantes. Mas vocês já pensaram se alguém, com más intenções, resolve usar das mesmas artimanhas para praticar o terror? Que isso nunca chegue a ocorrer. Mas de qualquer forma fica aqui o alerta.
Talvez por isso que algumas tragédias já aconteceram ao redor do mundo. Basta lembrar do ataque terrorista na estação de trem de Madri. Ou da bomba que explodiu em Bali, na Indonésia. E o mais famoso de todos os ataques até os dias de hoje: o atentado ao World Trade Center.
Fatos estes que mostraram ao mundo que a segurança desses lugares não era tão segura assim. Os cuidados que os prédios e os lugares públicos recebiam, onde a frequência de público era enorme, não foram suficientes para conter a fúria e o ódio daqueles que professam e lutam pela destruição em massa.
Um disfarçe, por melhor que seja, não é perfeito. Uma capa pode cobrir o corpo, mas acabará deixando o rabo do lado de fora. Portanto é preciso não só conter e vigiar os paspalhões de plantão, mas sim cercar-se de todos os lados contra os "ratos" que se espreitam á procura de uma ou mais vítimas inocentes.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Eles haviam feito como tinham planejado. Em Turim nada realizaram de balburdia e confusão. A cidade era bem resguardada, por isso tiveram de se comportar como verdadeiros peregrinos. Agora Francesco Riva liderava um grupo de mercenários, disfarçados de Frades. As roupas adquiridas em Florença lhes caiam bem. E realmente pareciam religiosos fanáticos. Carregavam cruzes de madeira, usavam o hábito e capuz, portavam exemplares das Sagradas Escrituras e andavam pelas vielas da cidade de cabeça baixa para não chamar tanta atenção...
...Dispersando-se entre o povo, enquanto as carruagens recebiam o aceno da população, aproveitaram para se esconderem em uma taverna.
- Vamos nos distrair um pouco. - Disse o líder daquele estranho grupo de Frades, adentrando as dependências daquele público local.
Quem diria que um cavaleiro de Tívoli viajaria tanto! Chegar até Turim, mas para fazer o que? Nem eles mesmos sabiam.
A taverna tinha as paredes feitas de pedras, com colunas e travessões de madeira, e chão batido. As mesas eram enfeitadas por panos bordados com insígnias e brasões dos Nobres daquele típico lugar.
- Dê vinho para estes que cá estão comigo! - Disse Francesco Riva, apontando para Sanchez e os demais, depois que se aproximou de um balcão com tampo inteiriço, feito de tronco de árvore.
Os moradores da cidade que freqüentavam o local estranharam aqueles Frades, mas como já tinham visto muita coisa esquisita ali, deixaram os beberrões em paz sem interrogá-los...

domingo, 21 de junho de 2009

Insatisfação tem cura


"Eu tô de saco cheio dessa vida."
Tenho escutado essa frase da boca de muita gente ultimamente.
Tudo bem que não faltem motivos para que uma pessoa se expresse dessa maneira, mas venhamos e convenhamos nem tudo é ou está tão ruim assim. Claro que a rotina, o tédio, a falta do que fazer, a falta de dinheiro, os problemas do cotidiano, os sonhos que nunca se realizam e a falta de expectativa, entre tantas outras coisas, colaboram e muito para que cheguemos á esse ponto.
Desanimar, ficar abatido, triste e insatisfeito são caóticos sentimentos que volta-e-meia nos envolvem. Muitas vezes esse acúmulo de fatores negativos nos deixam deprimidos e derrotados.
O que fazer para mudar esse quadro?
Não sou psicólogo, psiquiatra e nem psicanalista, mas posso afirmar que para todos esses males á uma saída. Para que seu humor e otimismo voltem recomendo algumas coisas:
1º- Evite pensar em coisas que te deixem para baixo;
2º- Procure fixar-se naquilo que lhe traz alguma alegria pessoal;
3º- Leia, ouça e converse sobre coisas boas e de alto astral;
4º- Pratique boas ações;
5º- Insista com os quatro itens acima citados, pois o resultado desejado logo virá.
Por fim recomendo dois bons livros que lhe ensinarão ainda muito mais. São eles:
O PODER DA CABALA - De Yehuda Berg
THE SECRET - De Rhonda Byrne
Ótima leitura.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- Ele não era um Cardeal influente. Particularmente eu não o conheço, mas se chegou até aqui é porque deve ter qualidades. - Respondeu um outro Cardeal que havia vindo de Milão para a clausura.
Frederico Fresi era um dos Clérigos mais insatisfeitos de todos. Encostado em uma pilastra, quase escondido na sacada da Basílica, coçava a sua barba branca, fazendo uma cara de poucos amigos. Assistindo a posse de Inocêncio III sentia um aperto no coração.
- O que foi Frederico, não está feliz com o novo Papa? - Perguntou Jacques de Vitry, achegando-se para perto dele.
Receando que suas palavras pudessem ser mal interpretadas, Frederico Fresi negou o fato balançando a cabeça, sem dizer uma palavra sequer.
- Sabe às vezes me pergunto se este que agora recebe a ovação do povo não será capaz de implantar mais guerras, reformas e leis absurdas para os devotos e, por conseguinte, para o Clero como um todo. - Desabafou de Vitry.
Engraçado, isso é o mesmo que estou pensando... Pelo que soube seu voto foi nele... Que escolha terá sido essa? Pensava Frederico sem dizer uma única palavra ao Bispo de Vitry.
- E então, o que acha?

sábado, 20 de junho de 2009

........................é a voz de Deus


Gostaria de sugerir novamente - pois já fiz isso em uma outra oportunidade - que as prefeituras criassem uma espécie de bancada de opinião popular para que os menos favorecidos também pudessem expor seus anseios e desejos. Sei que uma medida dessa precisa ser muito bem estudada para que não gere ainda mais problemas para o município e nem para os governantes. Mas isso - uma bancada democrática para sugestões e reclamações - poderia ajudar ao povo, além dos maiorais, para que conduzissem suas cidades num caminho mais próspero e igualitário. Afinal de contas, segundo diz o ditado, a voz do povo é a voz de Deus.
Mas talvez aquele antigo lema de liberdade, igualdade e fraternidade estava "batido" e não sirva como base de mais nada em nossas sociedades. Só que digo: se não há preocupação em se governar para a maioria - pois essa maioria é formada de pobres - de que adianta então governar?
As pessoas que são colocadas no poder tem que ter uma só coisa em mente: elas estão lá para representar o povo. E dar voz de opinião para este mesmo povo é uma das muitas maneiras que há de fazê-lo existir.
De quem têem medo?
Administrar o dinheiro público é também dar satisfação para este mesmo público.
O que querem continuar escondendo?
Transparência e lisura devem ser virtudes de um homem público.
Portanto não devem temer ou esconder nada.
Não há como ajudar todo mundo? Não há emprego para todos? Não há saúde, transportes, habitação e saneamento para toda a comunidade? Gerir e comandar um município, um Estado ou um País é muito pior do que gerir a própria casa? Tudo bem, nós até entendemos. Mas então dê voz aos seus eleitores. Entre eles há aqueles de cabeça pensante, que com toda certeza encontrarão respostas e soluções para os problemas mais sérios do meio em que vivem.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
-... Desde quando eu era pequeno, ainda no colo de minha mãe, admirava a forma com que os poderosos utilizavam-se da posição e poder para dominar aos demais. Depois cresci um pouco e continuei vendo que os pobres persistiam em existir com aquelas crendices. Eu os ajudava, mas sempre os quis longe de mim. Ao mesmo tempo em que isso ocorria observava como outros credos ploriferavam-se em nosso meio. Tenho ódio dos Marranos desde essa época, pensou, e em seguida acrescentou. - Não podia ser assim. Á meu ver esse não era o jeito certo de se fazerem as coisas. Os mais inferiorizados não deveriam ter opinião.
Fez uma pausa para mudar de posição. Ele estava sentado á muito tempo. Com dificuldade, pôs-se de pé, devido sentir câimbras. Depois disso continuou:
- Quando cresci ainda mais, mudei um pouco, quero dizer, resolvi defender os mais necessitados por achar que deles era o Reino dos céus. Evito pensar em fazer uma reconciliação com famílias de Marranos, eles fazem parte desta maldita casta, refletiu novamente enquanto prosseguia em seus argumentos. - Durante todo esse tempo avancei assim. Mas agora percebo que as autoridades dos Reis e dos grandes Sacerdotes é que fazem o papel de Deus na terra. Deles provém o dinheiro, deles emana o trabalho, deles também deriva as terras para o plantio. Diego de Asebes sempre me falou á respeito. Hoje percebo que estava certo! Pense. O que os pobres têem na vida? Nada, talvez o sonho. De que adianta terem opinião? Ora Conrado, meu coração se enche de alegria quando vejo os pobres se alimentando, mas ao mesmo tempo sei que nada fazem para merecer o alimento. Se pudesse faria com que hereges e pobres se comportassem como ovelhas em um aprisco; mudas e submissas.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Olhando sempre pelo lado bom das coisas


Ser otimista nos dias de hoje é virtude. Ser otimista mesmo com as coisas todas "caindo" e "despencando" ao redor ai sim é virtude ainda maior.
Um homem foi assaltado. Ao ser entrevistado, após ter passado o susto, ele narrou mais ou menos assim a sua experiência:
"Bem, eles me assaltaram, mas me deixaram vivo. Levaram meu dinheiro, mas ainda bem que eu não tinha muito naquela carteira. Me fizeram ameaças, mas não passaram de ameaças. E agora estou aqui, feliz em ter escapado ileso da ação daqueles homens, que á partir de hoje terão que viver fugindo para não serem presos por causa do ato que cometeram."
Isso ilustra bem a ótica e o ponto de vista de um otimista. Mesmo tendo sido assaltado não ficou lamentando e ainda teve motivos para se sentir um felizardo.
Tirar proveito de situações drásticas e tristes não é algo fácil. Sorrir e entender que aquele mal que as vezes ocorre também está lhe trazendo um bem é uma coisa que na verdade poucas pessoas conseguem assimilar. Talvez muitos digam que agem assim, de teoria. Mas na hora que a onça resolve mesmo beber água ai é que a realidade emocional e psicológica de cada um vem á tona.
Para conseguirmos sempre olhar pelo lado bom das coisas primeiramente não podemos apenas usar esse nosso olhar físico e materialista. Para conseguirmos tirar proveito das situações adversas da vida não basta apenas fixar pensamentos positivos em nossa mente. Olhar com olhos espirituais e com a mente iluminada podem ser os primeiros passos, mas muito mais que isso devemos fazer. É um processo contínuo, onde no qual o ser humano deve sempre prosseguir crescendo.
No dia em que nós entendermos que luz e trevas, montanhas e abismos, céu e terra, no fundo são uma mesma coisa, dai sim estaremos bem próximos de enxergarmos tudo com olhos de ternura e de gratidão.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- O que me preocupa não é isto senhores.
- E o que é então senhor Frederico? - Indagou o Cardeal de Gênova, Jacques de Vitry.
- O que me incomoda é o momento atual da Igreja e a sua luta contra vários inimigos. Aliás, temos inimigos por toda á nossa volta, basta que os senhores observem. - Argüiu Frederico Fresi, a fisionomia tensa.
- Ora Cardeal deixe de preocupações prematuras, - disse de Vitry, - olhe pelo lado bom das coisas. Veja como ex-Papas deixaram seu legado. Muito devemos á vários deles. Para não me estender por longo tempo deixo-vos a lembrança do que fez o Papa Lucio III ao redigir o Direito Romano. Por esta e por outras devemos crer que á cada novo Pontífice as ordens serão estabelecidas com o intuito de colocar a Igreja no caminho de onde ela nunca deveria ter saído; que é o da evangelização do mundo.
- Bem observado senhor de Vitry. - Confirmou o agora Cardeal Pierluigi Cassano.

domingo, 14 de junho de 2009

Preciso me lembrar...


Você tem boa memória? Costuma recordar-se com facilidade de fatos e acontecimentos antigos? Guarda nomes e fisionomias com precisão? Lembra de tudo que disse e de tudo que fez na semana passada sem se confundir? Se sua resposta é sim para todas estas questões, parabéns. Sinal que você tem mesmo uma grande e boa memória, capacitada de dotes cerebrais comparados á de um arquivo de computador, com cadastro e fotos atualizadas, e uma excelente filmadora, com câmera lenta (slow motion), aclopada atrás de sua retina.
Lembrar-se de tudo ou de quase tudo é bom e extremamente necessário. Mas normal é perguntarmos algo á uma pessoa e ela nos responder assim: "Não sei, não me lembro nem do que comi ontem."
Um dos sinais de que uma pessoa está perdendo a saúde é a sua incapacidade de se lembrar das coisas. Dai dizemos que ela está ficando velha e caduca. O mal de alzheimer, por exemplo, é uma doença que traz consigo o sintoma da perda da memória. Geralmente é diagnosticado em pessoas acima dos 65 anos, é degenerativa e não tem cura.
Mas supondo que você frequentemente se esqueça das coisas, estando ainda jovem e em perfeita saúde, o melhor a fazer é não se irritar com isso. Existem os afobados de plantão que logo partem para os remédios, tipo biotônico fontoura ou fosfosol, para sanar o problema. Mas não se assuste, pois dificilmente guardamos tudo na cabeça mesmo. Até nos adolescentes, estando na flor da idade, "dá" o chamado "branco".
Em nossos dias, ainda bem, temos para o nosso auxílio o laptop, a agenda de bolso, ou mesmo papel e caneta para questões simples como anotar um número de telefone ou uma senha de banco. O celular, que antes era só para telefonar, também se tornou uma ótima ferramenta para nos socorrer em caso de alguma informação importante ter se dissipado de nossa mente por alguns segundos.
Então auxilie-se disso. Não procure ter tudo encafifado na cabeça para responder aos outros com rapidez e precisão cirúrgica. Ninguém é perfeito ou infalivel. Até mesmo porque o stress é um dos maiores causadores de panes mentais. Pois quanto mais força você fizer para não se esquecer de nada, na verdade significa que você está se assenhorando e se assoberbando de coisas demais.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Intrigado com aquelas falas dos comerciantes, Francesco Riva remoia-se em imaginações:
Pois bem, se eles estão falando a verdade e nós estamos tão próximos, o que me custa conferir esta história?... E se realmente eu conseguir descobrir este segredo e encontrá-lo serei então o homem mais sortudo do mundo!...
Remexeu em seu alforje, apanhou um pequeno pedaço de papel e leu novamente.
- Chefe o senhor não quer comemorar conosco? O que é isso que está lendo? - Indagou Sanchez, vindo em sua direção com uma caneca cheia do melhor vinho.
- Hã?... Há é você!... Não, deixe-me sozinho. Preciso pensar um pouco em tudo que passamos até agora. - Respondeu Francesco, colocando o pedaço de papel de volta na sacola.
- Em que pensavas senhor?
- Em muita coisa. A propósito, lembra-se do que disse aquele homem na venda, ainda lá em Florença? No local onde nos apresentamos como negociantes. Lembra o que ele disse? - Perguntou Francesco, ainda sentado, virando-se para Sanchez.
- Lembro. - Respondeu Sanchez, inocentemente.
- E então, não atinou para nada? - Indagou Francesco.
- Não. Que me lembre não.
- Ainda bem!... Rapaz como você é ingênuo! Sente-se aqui e preste atenção...

sábado, 13 de junho de 2009

Tirando dos ricos para dar aos pobres


Cresci vendo e ouvindo, na TV e em resvistas, que Robin Hood, nas florestas de Sherwood, na Inglaterra, por volta do século XIII, era um ladrão que roubava dos ricos e dava aos pobres.
Conhecido como o principe dos ladrões, por desviar dinheiro público que serviria para financiar a confiança dos Barões, sem se beneficiar por isso, com o escopo de fortalecer o Xerife, a fim de que pudessem tomar a coroa do Rei, desviando esse mesmo montante para a manutenção dos cidadãos menos abastados que tinham sido expulsos da cidade, Robin Hood se notabilizou como o que podemos chamar de um excelente justiceiro.
Mas ele fez sua fama, mas não deitou na cama. O que quero dizer com isso?
Passados tantos séculos alguns historiadores, arqueólogos e até criptografistas descobriram documentos indicando que Robin Hood, na verdade, não roubava dos ricos para dar aos pobres, mas sim que ele simplesmente roubava porque era um ladrão, um bandoleiro, um mercenário qualquer que vivia á margem das leis da época, escondido no meio da mata. E que ninguém recebeu ou foi socorrido pelos recursos adquiridos pelos seus furtos, pois ele tinha que viver fugindo para não ser condenado pela corte.
Nada diferente de um ladrão de bancos moderno. Nada tão distinto do que traficantes da favela. Com isso, caso seja mesmo comprovado a autenticidade desse documento encontrado, o mito cairá por terra. Os escritores e romancistas terão de reescrever suas histórias.
Ah, era tão bom enquanto podíamos pensar que em algum lugar do planeta, em algum tempo, de alguma maneira utópica, havia vivido um homem que se preocupava com os injustiçados, e que, além disso, procurava lhes ajudar, conseguindo víveres e sustento...
SHALOM ALEICHEM.

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Por conseguinte, o grupo de Francesco Riva fazia curtas paradas nas cidades que invadiam. Muitos grupos de mercenários, surgido na mesma época do grupo de Francesco Riva, já haviam sucumbido e deixado de existir.
- Chega de saquear pobretões, agora eu quero os mais ricos! - Exclamou Francesco concordando com o que seu pajem, Sanchez, havia lhe dito na cidade de Nápoles.
Depois diz que eu só falo besteiras... Eu tinha lhe dito exatamente isso. Pensou Sanchez após ouvir a inesperada decisão de seu chefe.
Então, encorajando-se para fazer uma pergunta inteligente, Sanchez ergueu a voz e disse:
- Como poderemos invadir os grandes Castelos que porventura possam existir por aqui, se nem ao menos temos conosco uma besta ou um trabuco?
- Ora seu imbecil, e quem disse que nós vamos invadir algum Castelo? Sei de alguns afortunados que vivem por estas bandas e que não possuem a mesma proteção dos Nobres. - Disse Francesco Riva exibindo um satírico sorriso, com cabelos soltos ao vento.
- E quem são senhor?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Gente boa...


Podemos difamar ou elogiar alguém. Cabe a cada um, em seu juízo, razão e análise, determinar se beltrano ou cicrano são de fato gente boa. Isso é muito comum em nosso meio. Na sociedade em que vivemos e fomos criados nós aprendemos dessa maneira. Quando alguém diferente se aproxima para realizar um negócio de compra ou venda, ou simplesmente para conversar, sempre precisamos resolver essa básica questão: ele é ou não é gente boa? Dai consultamos alguém que conhece aquele indivíduo de outros carnavais para termos uma opinião senão apenas aquela de nossa primeira impressão visual.
Como podemos afirmar que uma pessoa é de fato honesta, verdadeira e idônea? Como adquirir subsídios para realizarmos uma afirmação dessas com pequena margem de erro? A resposta é que não há como ter certeza.
Uma mesma pessoa pode ser ruim ou boa. Uma mesma pessoa pode ser verdadeira ou falsa, justa ou injusta, alegre ou triste, prestativa ou não, despreziva ou não. Tudo vai depender da situação e do seu oposto. Joaquim acha que Manoel é um cara legal. Mas Juca desconfia e não gosta nada, nada de Manoel, e diz que ele é uma pessoa ruim, um péssimo sujeito, um bad guy. Pode até ser difamação ou mentira, mas o fato é que para um o sujeito posto no exemplo acima é bom, enquanto que para o outro ele não vale nada.
Já me ocorreu essas duas situações distintas na vida. Eu também já fui julgado das duas formas. O que aprendi foi: Ninguém é totalmente ruim e ninguém é totalmente bom. Todos nós temos defeitos. Todos os seres humanos possuem aquilo que a Torá chama de ciência do bem e do mal dentro de si. Ou seja, a inclinação e o conhecimento para um e para o outro lado. Depende de qual lado deixaremos fluir melhor as nossas ações. O lado optado sem dúvida se manifestará mais. Só que o seu lado B estará ansioso para lhe pregar uma peça tão logo você der vazão a ele.
Portanto, parafraseando um dito da justiça, digo: todos são gente boa(inocentes) até que se prove o contrário.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- Aqui nas montanhas você estará seguro, - disse Pedro Valdo á Enzo, depois que este foi recolocado em uma acomodação diferente.
Enzo agora se encontrava em um cômodo exclusivo para homens. Sem entender ele estava agora fazendo parte daquele estranho grupo. Pedro, o líder deles, havia tomado esta atitude depois que foi informado por Margarida quando ainda estava nas plantações. Aquele enfermo e moribundo homem, trazido por Boullon até o convívio e cuidados das bruxas, e também vindo de uma seita religiosa perseguida, apresentava melhoras consideráveis, e por isso seria mantido ali.
Pedro Valdo observava-o e concluía que brevemente Enzo sairia daquele estado inerte em que ainda se encontrava. Para acalmá-lo ainda mais, achegou-se para perto da cama, esticou uma das mãos e disse:
- Nós somos pessoas boas e de paz. Fique tranqüilo e recupere-se.
- Eu, eu não sei o que dizer...
- Não diga nada, - retrucou Pedro Valdo entendendo perfeitamente o que se passava em sua mente...
Algumas semanas se passaram.
Nessa época Enzo Strozzi já estava quase totalmente recuperado das enfermidades, mas ainda permanecia deitado em seu leito...
- Quem são vocês e o que pretendem fazer comigo? Eu já estou praticamente curado e... - Enzo Strozzi indagava e questionava, curioso com o que seria de si.
Pedro Valdo o esquadrinhou e depois disse:
- Quanto a nós, bem..., nós somos um povo que habita nestas montanhas e que coexiste pacificamente sem agredir á nenhum outro povoado, grupo ou aldeia.

domingo, 7 de junho de 2009

As ervas que curam


Meu pai costuma me contar que na sua época de garoto, sempre quando sentia alguma dor ou mal estar, ele recorria ao chá feito pela minha avó. Nesse chá não havia nada de especial, apenas mato. Plantas que ainda hoje nascem e crescem sem cuidado algum no meio do matagal da roça e que muitas vezes são preteridas e renegadas á segundo plano pela população. Mas antigamente as pessoas não pensavam assim. Não havia médico, hospital, remédio, consulta e operação. E se havia alguma coisa dessas nas grandes cidades não eram todos que tinham acesso. Mas o povo humilde não se incomodava com isso. Como em um passe de mágica, no dia posterior que tinha ingerido aquele "santo remedinho", meu pai já não sentia mais nada. Ele estava literalmente curado e pronto para outra.
Agora pensemos: Quanto tempo a humanidade viveu assim, procurando nas matas, nas plantas e nas ervas a cura para os seus males?
Milênios.
Pena que atualmente a maioria das pessoas já não pense desse jeito. Corre-se com uma facilidade danada para os conceituados médicos e centros cirurgicos. Olha a faca!
E o que procuram é mesmo entrar na faca. Querem um transplante de órgão, um marca-passo no coração, uma ponte de safena, um novo rim, uma nova córnea, uma cirurgia no estômago, uma lipoaspiração. Agem como se fossem veículos automotores que podem ter suas peças trocadas em minutos.
Vou dar aqui um breve relato. Conheço um jovem que estava com um mal terrível em seu intestino. Ele foi ao médico. O resultado da consulta: operação de risco. Ele teria que retirar parte do intestino delgado e talvez até mesmo do intestino grosso. Ou seja, caso topasse fazera cirurgia, e não tinha outra alternativa, ele estava condenado a morte. Dificilmente sobreviveria muito tempo sem partes tão vitais do corpo humano. Mas alguém, e esse alguém foi o meu pai, indicou um remédio:
- Vá, tome isso. É um chá de PANACÉIA.
E entregou ao rapaz uma garrafa de dois litros daquele chá feito de um mato pouco difundido em nosso meio. Poucas semanas se passaram até que o rapaz o encontrou novamente, e irradiando felicidade disse:
- Eu não sei como agradecer ao senhor. Aliás, eu não sei nem o que dizer direito. O que sei é que eu não estou sentindo mais nada! Não preciso mais operar!
Portanto, antes de entregar sua vida nas mãos de um desses especialistas da medicina, tente e experimente as milhares de plantas naturais que existem em nosso planeta. Talvez você não precisará ficar deitado em um leito de hospital sentindo aquele terrível suspense...
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Sem a aceitação da Igreja Romana, todas as mulheres praticantes de tais atos, quer fosse a realização de um culto diferenciado ou curas e até mesmo partos, eram rapidamente amaldiçoadas pelo Clero. Devido terem escolhido a medicina proibida das ervas, a alegação de praticarem magia e encantamentos ficava latente na boca dos religiosos de Roma. Chamada pela Igreja de medicina proibida, capaz de enfeitiçar as pessoas, esta arte era aperfeiçoada de conhecimento curativo e restaurador através das ervas, sendo que era mantido distante, pelos Clérigos, dos homens comuns, sob justificação de que: quem praticasse tais curandeirismos estava em contato direto com demônios, rituais macabros de sacrifícios e holocausto de animais e crianças...
Roma, como capital da fé Católica, afirmava que qualquer indivíduo que praticasse tais experiências com as plantas, para alucinação ou cura, seria excomungado do convívio religioso, ficando sujeito á condenações ainda maiores aqueles que porventura desobedecessem tais ordens. A legítima medicina só era permitida para quem realmente fosse médico ou Monge. O poder de curar ficava, portanto, restrito ao Clero. A arte, pura e simplesmente de manipular folhas, ervas e com isto fazer um chá que aliviasse dores e outras doenças era vista como uma bruxaria, um mal das trevas, uma afronta para a Igreja Católica.
E não só isso.

sábado, 6 de junho de 2009

A insatisfação com os representantes do povo


Já fazem um pouco mais de cinco meses que ocorreram as eleições municipais. Tempo esse que dá para fazer algumas breves análises. Aliás, você ainda se lembra em quem votou? Ainda tem em mente o que esperava que o novo prefeito fizesse? E quanto aos membros da nova câmara de vereadores. O que era mesmo que eles tinham que fazer para melhorar a cidade?
Bem, depois de cinco meses talvez as coisas ainda estejam engatinhando. Vai ver não é tão fácil administrar um município, pois tem muitas dívidas, muitos funcionários, principalmente funcionários fantasmas, e a verba não é suficiente, e a equipe é nova, e tem muita coisa pra fazer, precisa realizar muita obra, vai ter muito gasto, e para piorar quatro anos de mandato não dará para realizar tudo que é necessário...
Delongas. Sempre as mesmas delongas.
Será que em sua cidade estão ocorrendo estas coisas? Ou seja, nada.
Quando estavam se candidatando será que não sabiam que o dinheiro público era mal utilizado e que fatalmente não daria para tudo? Ah cambada! Vai enganar outro!
É sempre assim. E apesar do pouco tempo desse governo já sei que será igual aos outros. Quando surgem veem com aquele discurso quase infalível: "Eu prometo... Eu vou fazer... Eu vou contruir, vou gerar empregos, vou isso e vou aquilo..."
Dai quando chega a hora de ir embora saem com o rabo entre as pernas, quietos e sem graça. Apenas os bolsos deles é que podem se alegrar. A moral, a verdade, a lisura e a honestidade se perderam por completo. Os desmandos seguirão o seu rumo. Por isso não dá para ficar satisfeito e esperar coisa melhor não. Eleitores indecisos e eleitos infiéis, somados, não dá bom caldo.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Mais nem todos estavam satisfeitos.
Existia na vastidão dos Reinos Europeus um amplo campo para a ploriferação de heresias. E isto era visto pelos poderosos como uma manifestação anti-feudal perigosa, uma vez que insurgiam contra a estrutura da sociedade em que a Igreja Católica estava inserida. Duques, Condes e Barões, de Segóvia e de outros Reinos vizinhos, eram constantemente informados sobre aquele mendigo maluco, vestido de Monge, que aparecera, sem dizer de onde, anunciando o arrependimento e a salvação através de uma doutrina diferente. Falava para que fossem á Igreja, mas será que as pessoas já não iam? O que faltava para aquela gente que eles já não tivessem?
Talvez não fosse esse o momento propício para o aparecimento de um pregador nos moldes de antigos santos da Igreja.
Na verdade a época em que estavam vivendo era recheada de conflitos, crendices, medos, guerras e disputa por hegemonia e poder. Um pregador, senão os Sacerdotes que já existiam poderia transformar, quem sabe, a situação em um caos ainda maior e mais questionável. As pessoas estavam com as suas mentes vagas e indecisas.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Quem parou de sentir dor, levante a mão...


A ploriferação de igrejas dá-se pelo motivo básico da extrema necessidade de milagres.
Depois do século XV, onde Martinho Lutero implementou a reforma contra o clero católico, muitas denominações surgiram, tanto na Europa, como no resto do mundo. Cada seguimento religioso destes procurou então absorver algo das Escrituras para fundamentar sua fé e assim se distinguir dos demais concorrentes. O racha na igreja serviu para disseminar a crença de que na Bíblia estão impressas as revelações de que o homem precisa. Sendo assim cada um procurou ler e interpretá-la ao seu modo e bel-prazer.
No Brasil o ingresso das chamadas seitas evangélicas tem pouco mais de um século. No início se comportavam acanhada e discretamente. Eram poucos templos e também poucos adeptos, que movimentavam pequena parcela de dinheiro e possuiam infimos e acanhados imóveis. A religião era dos pobres. Feitas pelos pobres e para os pobres. Cada um se contentava com o que tinha, e aqueles que contraiam doenças eram apenas consolados e confortados pelos "irmãos", pois - diziam eles - uma vida melhor existia lá no céu.
Mas um fato mudou esse comportamento.
Com o advento da igreja universal, aquela do Bispo Macedo, a mesma que detém os direitos e poder sobre a emissora Record de televisão, a mesma que quis comprar o maracanã para transformá-lo em um templo, a mesma que se orgulha de ser a igreja que mais cresceu nesse ramo de atividade nos últimos tempos, uma mudança de foco e de direção teve de ser tomada. A mensagem dos púpitos sofreu uma enorme transformação para moldar-se aos novos interesses recém descobertos. Dai seus líderes e membros passaram a desejar uma vida boa aqui na terra mesmo. E com isso clamou-se por milagres, por curas divinas, por intervenções espirituais, etc, etc, etc...
Então, com essa ploriferação desordenada, desenfreada e descontrolada, já que qualquer um pode denominar-se pastor, diante da TV eu encontro um desses "filhotes" do Edir Macedo "curando" todos os dias. E os testemunhos são os mais animadores possíveis:
"Ah, eu fui curada de dor de cabeça..."
"Eu fui curado de dor de ouvido..."
"Meu joelho doía antes do culto e agora está melhor."
E dai eu fiquei pensando: Nossa quanta gente tola!
DETALHE 1:Na verdade os interesses recém descobertos não são tão novos assim. O que se pratica hoje em dia, cobrando dízimos, ofertas e doações das mais diversas, já era praticado pela igreja de Roma no quesito INDULGÊNCIAS. Cobrava-se uma vaga no céu, isso só para se ter idéia de onde originou-se tais abusivas práticas.
DETALHE 2:Dor, segundo o dicionário, é uma SENSAÇÃO mais ou menos aguda, mas molesta(incomoda). Ou seja, dor é algo muito subjetivo. Do mesmo jeito que surge pode também sumir. E para deixá-lo louco ela pode voltar quantas vezes cismar, e permanecer por longos ou por curtos períodos. Nosso corpo é propensso a sentir dor. Portanto curar a DOR é o mesmo é o mesmo que "matar a fome". Amanhã ela deverá estar de volta.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- Você esteve lá?
- Sim, durante a viagem de volta do Oriente. Os soldados que estavam comigo resolveram passar através daquela região, pensando economizar tempo na viagem. Deu tudo errado. O caminho foi ainda maior e nós ainda pegamos uma espécie de enfermidade estranha que nos deixou fervendo de febre.
Bonifácio estava confuso, parecia que alguma vez havia ouvido seu pai dizer alguma coisa sobre as bruxas de Flandres e da Normandia; as bruxas da Gália.
- Pai, mas não são nestas Províncias que o senhor um dia me disse que há mulheres que praticam horrendas bruxarias?
Boullon, pela extrema amizade que tinha com Enzo, teria que abdicar-se de suas convicções religiosas.
Abrandando o tom de voz disse:
- Sim, é verdade. Eu lutei muito comigo mesmo esta noite, mas não teremos outro jeito. Segundo soube, tanto dos Clérigos como de soldados daqui de Roma que o viram no cárcere, o estado dele é lastimável. O único jeito de tentarmos salvar Enzo de uma morte prematura é levarmos ele até aquelas bruxas. São, a meu ver, as únicas pessoas que conheço que poderão salvá-lo.