sábado, 22 de maio de 2010

NATHÁLIA: Um anjo mais que especial...





















Postar, voltar a expor comentários e notícias em meu blog, deveria ser uma ação natural, mas...

Anos atrás, mais precisamente no dia 13/01/1992, por volta das 4:00hs da tarde, nascia em Teresópolis, minha filha, minha única filha, NATHALIA WERNECK PFISTER DA SILVA. Lembro-me de quando á vi pela primeira vez. O berçário do hospital estava cheio de crianças recém-nascidas. Eu caminhei pelo corredor, de olhos atentos em cada um daqueles bebês, tentando "achar" a minha "QUIANÇA" - jeito pelo qual ela seria chamada por mim. Quando a encontrei não tive dúvida alguma, lá estava a minha querida filha. Eu então me tornava pai de uma linda menina, e externava á todos uma alegria quase que indescritível.

Mas o "destino" me reservava algo que jamais havia imaginado. Com apenas 15 dias de vida a Nathália apresentou um problema. Na verdade, desde que á levamos para casa, ela - ainda um bebê indefeso - se comportara de maneira estranha. Não tinha força para mamar no peito da mãe e muito menos para chorar com intensidade (coisas comuns em crianças). E no décimo quinto dia de vida a Nathália ficou toda roxa e foi levada ás pressas para o pronto-socorro. Confesso: foi um susto, um tremendo susto, o primeiro de muitos que teríamos...

O tempo rapidamente passou. A Nathália desenvolveu-se, crescendo como qualquer outra criança. Mas as sequelas de seu parto, da gestação, ou até mesmo da fecundação - ninguém nunca soube direito, nem mesmo os médicos - ficaram e ficariam para sempre em seu cérebro. Apenas foi diagnosticado que ela tinha uma rara doença chamada SÍNDROME DE WEST (uma espécie de ALTISMO). Esta doença, que invariavelmente apresenta multíplas crises convulsivas de difícil controle, acarretaram um retardo mental irreversível. Então aos poucos eu e a mãe fomos vendo que tinhamos diante de nós uma linda filha na aparência, mas com um seríssimo problema psiquico em seu cérebro...
Sim, Nathália, minha filha, ERA UMA MENINA ESPECIAL!

Apesar de ir crescendo normalmente, de não apresentar deficiências fisicas, e de não ser, digamos, feia por fora (porque tende-se a achar que toda criança especial invariavelmente tem um aspecto comprometido), a Nathalia tinha sim sérios problemas mentais, que a tornavam totalmente dependente para o resto de sua vida.

Nathália foi então encaminhada para fazer exames - eletroencefalograma, tomografia computadorizada e remédios fortíssimos - tudo na ânsia de controlarmos as tais convulsões. Como ela não tinha um comportamento normal, ou seja, não falava, não interagia com outras crianças, não brincava e nem se portava como os demais, ela teve então de ser colocada em colégios especiais. Colégios esses que recebiam e recebem diarimente centenas de outras crianças com casos semelhantes - piores ou melhores - ao da minha filha. O último deles foi a APAE, onde ficou matriculada por oito anos.

Eu e a mãe, pais sofridos e despreparados para tal desafio, ainda assim lutamos e nos dedicamos com todas as nossas forças. Fizemos tratamento na Nathália nos melhores médicos e hospitais do Estado do Rio de Janeiro. Fomos na Ilha do Fundão, em Petrópolis, Friburgo, Botafogo e até mesmo nos Estados Unidos - lugar este onde minha irmã mora até hoje e colaborou com o que pode...
Enfim, ABRAÇAMOS A CAUSA, e amamos, sim, amamos o nosso anjinho de todo o nosso coração. Ela precisava de muito amor. E isso, sem dúvida alguma, nós demos.

Houveram, apesar das dificulades e preconceitos, bons momentos. Como uma pequena família - privados por causa de sua rara doença - eu e a mãe tivemos de nos moldar para vivermos da melhor maneira possível ao lado dela. Brincávamos e fazíamos de tudo para alegrá-la. Em suma, Nathália não era uma criança difícil de se agradar. Bastava fritar nuggets, batata-frita ou dar-lhe guaravitas e refrigerantes que ela já ficava satisfeita, sorrindo para nós. Outra coisa que ela sempre gostava de fazer, e fazia com uma energia danada, era caminhar. E para isso, nós, os pais, tinhamos de estar dispostos e animados, pois as caminhadas tinham de ser longas e por caminhos diferentes para não causarem nenhum tipo de angústia ou tristeza em nossa filha. Nosso maior medo era "pagar algum tipo de mico na rua". Por isso escolhíamos caminhos alternativos e quase sempre isolados, distante do grande fluxo de pessoas. Aliás, sempre costumávamos dizer que, para Nathália, mais de duas pessoas era o mesmo que uma multidão. Por isso quanto menos gente ficasse perto dela era melhor. Era assim que ela era. Era assim que ela se sentia bem...
E a diversão favorita da nossa filha, junto apenas de mim e de sua mãe, era mesmo "andar de carrinho". Então saíamos sem destino pela cidade afora para dar voltas e mais voltas de carro. Nesses momentos de interação familiar era como se o tempo parasse. E no banco de trás, sempre sentada atrás do carona, lá estava ela, atenta ao movimento dos pedestres e dos carros, sorrindo, esqueçendo-se de chorar ou de se enfastiar, parecendo ser uma criança normal.

Só que no último dia 13 de Maio de 2010, próximo da 4:30 hs da madrugada, exatamente 18 ANOS E QUATRO MESES depois de seu nascimento, a Nathália faleceu. A causa da morte foi diagnosticada como parada cardio-respiratória, bronco aspiração e crise convulsiva generalizada...

Ah minha filha, quanta saudade...

Nathália, na verdade, era apenas um bebê. Apesar de seu enorme corpanzil ela era apenas uma QUIANÇA em termos de mente e comportamento. Ela, como não era para ser diferente, cresceu fisicamente. Usava roupas de adulto e comia como tal. Mas tinha realmente atitudes infantis, comparadas apenas á crianças de 2 ou 3 anos! E nós sempre a olhávamos e a tratávamos como o nosso bebê, a nossa "quiança grandona", inocente e pura, que jamais fez mal para alguém.

Homenagear alguém distinto assim, em um momento tão duro desse, sendo esse alguém seu próprio filho, é algo difícil e entristecedor. Mas deixo esta postagem como uma espécie de dedicatória, de amor de pai - em nome da mãe e dos demais parentes que hoje sofrem com a sua ausência.

NATHÁLIA, MEU ANJO, CERTAMENTE SUA PASSAGEM POR ESTA VIDA FOI MUITO MARCANTE E APAIXONANTE. QUE D'US TE ILUMINE, TE ABENÇOE E TE GUARDE. E QUE UM DIA, NO MUNDO VINDOURO, NÓS POSSAMOS NOS REENCONTRAR. TE AMO FILHA. DESCANSE NOS BRAÇOS DO ETERNO.

SHALOM ALEICHEM.

sábado, 1 de maio de 2010

Plataforma explodiu, causando uma tremenda catástrofe ambiental





















A notícia não é nova - pois já tem onze dias que este fato ocorreu - mas como chegou ao conhecimento geral somente nas últimas horas, então acho que vale á pena postar e tecer alguns comentários.
Dia 27 de abril passado a plataforma de petroléo Deepwater Horizon, que pertence à empresa suíça Transocean Ltd, explodiu e afundou na região conhecida como Golfo do México. O saldo são de 11 mortos e 4 feridos. Só que as autoridades da Guarda Costeira do Tio Sam apenas disseram que esses 11 operários estão desaparecidos... Bem, pelo menos conseguiram salvar 115 trabalhadores, aliviando assim os números da tragédia.

O fato é que de lá pra cá um enorme vazamento de óleo bruto foi constatado no fundo do Oceano - diziam que o vazamento era de 150 mil litros diários, mas hoje chegou-se a afirmar nos telejornais que mais de 800 mil litros estão fluindo sem nenhum controle, provocando um verdadeiro desastre ambiental, só comparado ao que houve no Alasca em 1989!
Os números desta tragédia se alteram a cada minuto. Mas especialistas afirmam que o prejúizo, a perda de petróleo, fica na casa dos 5000 barris diários!

Mesmo com dados tão imprecisos o Congresso Americano já manifesta sua preocupação. O Departamento de Defesa já foi acionado para entrar em ação a qualquer momento. O Governo Federal também já foi solicitado para que intervenha de alguma maneira. Até mesmo o Presidente da nação, Barak Obama, irá sobrevoar a enorme área atingida. A grande mancha, que inicialmente havia sido localizada entre 50 e 75 kms da costa, rapidamente foi aumentando de tamanho e agora já abrange quatro Estados Americanos (Flórida, Geórgia, Alabama e Lousiana).

Algumas outras medidas vem sendo tomadas...
Uma equipe da Guarda Costeira ateou fogo em parte da mancha de petróleo, em uma tentativa de salvar o frágil ecossistema da região. Aviões jogaram produtos químicos para neutralizar o óleo, e trinta quilômetros de lonas foram lançados para evitar que a contaminação atingisse a vegetação costeira. Mas tudo isso foi em vão. Quem vive do mar e no mar já sentiu os trágicos efeitos.
O Estado da Lousiana abriga cerca de 40% dos pântanos e mangues Americanos, e é o habitat de inúmeras espécies de peixes e aves. Até mesmo o Estado do Texas - em sua costa litorânea - deve ser afetado por essa inesperada contaminação das águas. Enfim, todo o litoral Americano que se fronteiriza com o Golfo do México está sendo fortemente e inevitavelmente atingido. Quem mais sofre com isso são os indefesos animais marinhos. Muitos já começaram a aparecer na costa totalmente cobertos de óleo. Não se pode ainda estimar, mas certamente milhares de animais já morreram...

O caos é maior do que supunham...
Pois o pior disso tudo - lógico que não estou eliminando e nem deixando de me sensibilizar com as vidas que se perderam neste acidente - mas o pior disso é que os técnicos da empresa que ajudam nos trabalhos de controle e contenção do fogo, não estão conseguindo selar a saída de óleo. Ou seja, por causa poços de extração estarem á uma tremenda profundidade (cerca de 1.500 metros) - e só se consegue chegar neles através de submarinos robôs - há então uma enorme dificuldade para que se consiga fechar os tais três poços que estão vazando óleo deliberadamente. E dai, pelo jeito que a "banda vem tocando", o precioso óleo petrolífero continuará escoando livremente, dia-e-noite, sem parar, sem que ninguém consiga fazer algo.
Um representante de uma empresa Britânica, triste e chocado com o gigantesco desastre ambiental que seus olhos avistavam da cabine do helicóptero, chegou a dizer que: "não há solução para esse caso."
A Deepwater Horizon tinha uma superfície de 132 metros de comprimento por 85 de largura e podia perfurar a uma profundidade de mais de oito quilômetros. Ela operava com quase 150 pessoas, e sua produção diária hoje, lamentavelmente, pode ser vista das janelas dos aviões e dos helicópteros, totalmente perdida no mar.

Alega-se que essa terrível explosão foi ocasionada por uma falha humana. Notabilizadamente esse não é o momento certo de se tentar achar possíveis culpados. Esse é momento, sim, em que a "sangria" precisa ser estancada, que esse vazamento tem que ser, de um jeito ou de outro, detido urgentemente, para que a natureza não sofra mais do que já sofre cotidianamente.

Fatos como esse volta-e-meia se repetem. Quer seja no Alasca, na Bacia de Campos ou no Golfo do México, acidentes trágicos e de grandes dimensões são sempre catalogados, e depois acabam sendo pontuados na história como exemplos a não serem seguidos. Que falhas houveram isso é notório. Afinal de contas nem mesmo fechar a "boca" daquilo que um dia o homem descobriu como sendo um avanço tecnológico e uma satisfatória solução para o progresso da sociedade, os "entendidos" técnicos não conseguem fechar.

Então que este fato sirva mesmo de lição para que a prepotente e orgulhosa nação do dólar, do inglês, da liberdade e do poder, baixe um pouco a crista, aprendendo a ser mais humilde e menos soberba. Pois quando - voltando ligeiramente no tempo - as "cortinas de ferro" do Comunismo foram abertas viu-se claramente que de Superpotência a Rússia não tinha era nada, que sua economia era fraca, que seu povo vivia na miséria, que seus armamentos eram sucateados e que sua infra-estrutura e política eram de quinta categoria... Então, agora, após constatar enormes falhas no 11 de Setembro, no sistema de imigração, na fragilidade da economia (com diversas quedas da bolsa), na violência e mortes nas escolas, nas arrogantes e inverídicas acusações contra o Iraque, na petulante invasão no Afeganistão e na malfadada e escandalosa eleição Presidencial anterior (quando suspeitas de fraldes eleitoreiras foram levantadas, mas logo abafadas), culminando com essa terrível CATÁSTROFE AMBIENTAL - fora tantos outros erros de politicagem - enfim, para mim, fica claro que se os Estados Unidos ainda posam de Superpotência, ou de grande potência mundial, isso só se deve pela incompetência alheia.
No dia em que alguma outra nação, seja ela qual for, praticar melhor sua meta de censo comum, sua política interna, cuidar de sua população igualitariamente e objetivar projetos concretos e de crescimento humanitário pacífico e de bem-estar - evitando desmandos e escândalos -, então certamente esta tal nação tomará o pódio mais alto e reinará absoluta.

SHALOM ALEICHEM.