terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A exploração pela exploração


Desde os tempos antigos o homem se subordina ao homem. Existe até um ditado popular que diz:"Manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Na verdade sempre foi assim. Quem detém o capital, os meios de produção, as terras, ou o que mais que seja ou sirva de objeto de dominação, fará o papel de mandante. Aquele que não detém nenhum destes recursos será obrigado a abaixar a crista e simplesmente deverá obedecer. Por isso existe patrão e empregado, dono e meieiro, rico e pobre. Durante o período da existência dos feudos o senhor feudal doava parte de suas terras para um ou mais vassalos para que este(s) lhe(s) desse segurança. O vassalo por sua vez repassava parte das terras á pobres camponeses para que estes produzissem alimento, vendessem o excedente da produção, e por fim lhe desse lucro em dinheiro, pagando-lhe impostos. Parte destes impostos, mais tarde, acabavam nas mãos do senhorio. Uma intensa cadeia em escala de importância e resultado final.
Isso hoje, mesmo com o fim do sistema feudatário, ainda é assim. Parece que os grandões gostaram da brincadeira. Ninguém pensa em dividir os seus lucros de forma igualitária. "Quanto mais melhor". "Farinha pouca meu pirão primeiro". Os negros que sofreram com a escravidão souberam na pele muito bem o que é isso.
Se tu te indignas com este famigerado e desigual sistema tendes a sofrer severas penas. É como se não tivéssemos saída. A não ser que, como o mundo capitalista costuma pregar, habilmente você monte uma empresa ou crie um produto, para poder competir com as demais já existentes no mercado, e assim poder, ou pelo menos tentar, fazer sucesso.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"Bertone Pagani era cidadão Romano, oriundo de Pisa, morava na cidade dos Papas desde muito jovem e era também um ótimo cavaleiro. Sua destreza e obediência proporcionaram-lhe o título de vassalo daquelas terras em que agora caminhava. Félix Gusmão confiava nele, e agora era o dono de sua própria terra, podendo fazer o que pretendesse com elas.
“Tome estas terras para ti. É uma concessão minha direta á ti. Em troca apenas lhe peço proteção contra saqueadores e bastardos... As famílias que moram neste terreno ficam á seu cargo.” Lembrava-se Bertone das palavras que Félix havia dito.
Como vassalo das terras próximas ao Castelo, Bertone tinha que prestar algumas obediências á Félix como seu senhor feudal. Uma vez por ano fazia uma longa expedição de até quarenta dias pela região dos domínios da família Gusmão. Esta incursão, como era chamada, era realizada, sobretudo em tempos de guerra entre os vizinhos da nobreza. Solicitada esta guarda para a proteção da Fortaleza, com a convocação dos plebeus, o vassalo dedicava-se em manter a paz em troca da supremacia de seu feudo.
Uma das famílias de que Bertone invariavelmente convocava para estas incursões e que tinha também de tomar conta para que fizessem boa produção agrícola, para retirar dali os impostos, eram os Meléndez, moradores de uma humilde casinha naquelas terras."

domingo, 28 de dezembro de 2008

Lendas e mitos que povoam a mente humana


Volta e meia me deparo com fábulas muitos comuns que são ditas pelas pessoas quase que diariamente. Estas mitologias, baseadas em contos antigos, acabam tornando-se tão corriqueiras que nem paramos para prestar atenção nelas. Outras vezes, e não poucas, até repetimos as mesmas coisas que ouvimos, sem nos darmos conta, passando pra frente, dando assim continuidade á essas mesmas baboseiras. Coisas do tipo:"Papai noel vai trazer um presente se você se comportar." Ou:"Temos que entrar o ano novo de branco para trazer paz ao mundo." E ainda:"Se não aceitar essa ou aquela religião você vai ser condenado no inferno."
Por estarmos no fim do ano lembro-me de certas simpatias que inumeras vezes iludem o povo menos culto, fazendo-o obedecer cegamente ao que é mandado. Há quem não coma frangos ou outros animais que ciscam para trás, com medo de sua vida dar também de ré. Outras incentivam ao afoito, "por sugestivas melhoras na virada de ano", para que este coma sete uvas e pule sete ondas, pensando simultâneamente em um bom pedido á cada feito desse. E isso vai muito além, mas prefiro parar por aqui nas simpatias para citar um autor que foi também muito criativo e cheio de imaginação, captando do seio do povo suas crendices e medos. Boi tatá, curupira, saci-pererê, entre outros, ganharam vida e notoriedade graças á Monteiro Lobato. Sim ele, o autor do sitio do pica-pau-amarelo, apenas traduziu e revelou o temor que as pessoas sempre tiveram do desconhecido.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"O medo de arderem no fogo do inferno, implantado pela Igreja, na cabeça dos fiéis, era algo muito utilizado para aprisioná-los em seus dogmas. Só de imaginarem que teriam de ficar em um lugar cheio de fogo por todos os lados, ao lado de um sujeito com tridente, chifres e rabo isso causava um verdadeiro pavor em todos. Quando o Clero cismava de implantar alguma nova doutrina, mudando a antiga, a expressão usada era:
“Senão obedecerem á Santa Igreja suas almas irão padecer junto do diabo e de seus anjos.”
Ou ainda:
“Se não quiserem aceitar os conselhos e as palavras do Senhor, todos vocês vão queimar no fogo do inferno.”
A Teologia de um inferno que queima eternamente, juntamente com a idéia do Purgatório, onde se fica provisoriamente pagando os pecados a fim de purificar-se, vinham sendo impregnadas ao conhecimento de todos desde o princípio do Catolicismo. Já nos primeiros séculos da era comum o Clero massificava essas errôneas pregações no seio do povo, fazendo-o massa de manobra."

sábado, 27 de dezembro de 2008

Em que mundo estamos?


Não tem sido pouco comum assistir ao noticiário televisivo e chocar-se com as drásticas notícias que nos rodeiam. As vezes são as enchentes, provocadas pelas intensas chuvas de verão, que destroem famílias, casas e cidades inteiras. Já outras vezes os repórteres dão enfase para a chamada desertificação, que é provocada pelo excesso de sol nas lavouras. E pior que isso, mostram o inusitado contraste de regiões próximas, pois nestes lugares de grande calor acontece justamente o oposto: a falta de chuva. E dai o gado morre sem água, as plantas não resitem e a terra fica estéril. Isso realmente choca.
E também há as notícias de crimes ediondos; de corrupção desenfreada; de tráfico de drogas na favela e no asfalto; crimes sem punição, principalmente os de colarinho branco; justiça lenta e parcial; inflação; aumento de impostos; desemprego; e isso; e aquilo; e aquilo outro... São notícias ruins, principalmente para quem é o protagonista destas cenas. Já se imaginou perdendo sua casa com a elevação das águas? Já passou por uma plantação de frutas ou de legumes e viu tudo se perder pela falta de chuvas? Enfim todos esses males acontecem quase que diariamente ao redor do planeta.
Agora abro aqui um parenteses para citar uma notícia, que quando é dada em qualquer jornal, me indigna demais: Os escândalos sexuais dos ditos "sacerdotes da igreja". O sexo depravado e pecaminoso lastrou-se entre a liderança religiosa. E tem mais, já que estes depravados não trasam apenas com mulheres adultas não. A pedofilia está em todas as camadas sociais, mas jamais era para ter ganhado a proporção que ganhou. Este infame, nojento, repugnante e pernicioso mal, considerado por muitos como desvio de conduta irremediável, encontrou brechas profundas, e se alojou, no meio daqueles que eram para cuidar do povo. Escândalos e mais escândalos tem feito parte do noticiário diário. Quase que é comum ouvir algo do tipo:"Padre foi pego no banheiro da sacristia fazendo sexo oral com um adolescente". Ou então:"Preso pastor que aliciava menores para fazerem sexo em sua própria casa".
Me dói e me chateia muito quando aqueles que deveriam trazer as palavras de Deus trazem as mazelas do inferno.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"Ramirez Calderon não era muito afeito a dar conselhos sobre casamentos, principalmente lidar com os maridos. Antes ele preferia tratar direto com as mulheres e assim poder assediá-las. Quando não encontrava brechas para atacar as vítimas, era obrigado á ouvir os esposos, como nesse caso, geralmente resumindo tudo dando apenas as penitências, tais como rezar as ave-marias ou até mesmo os sacrilégios, que consistiam em passar várias horas de joelhos ou passar muito tempo trancado em um cômodo escuro pedindo perdão. Mas diante de si estava um dos maiorais da região, um sujeito rico, que com apenas uma doação poderia fazer alavancar uma grande reconstrução na Paróquia.
Desta vez tem que ser diferente. Esse rapaz nem sempre vem aqui, prefere ir à Igreja de Palência, ou mesmo de Roma. Sua esposa está invariavelmente aqui, mas ele... Pensava Ramirez, policiando-se para fazer-se mais simpático e agradável ao confessante.
- Meu filho, me diga mais para que possa ajudá-lo.
Félix não sabia por onde começar, apenas lembrava que desde o nascimento do filho caçula sua esposa esfriara com ele.
- E então, pode dizer. O que se passa contigo? - Disse o Padre.
- É meu filho menor. Ele possui uma deficiência nas duas pernas que não lhe permite andar direito como os outros meninos de sua idade, - Disse Félix, - fato este que nos incomoda por demais.
Fez-se uma pausa. De ambos os lados surgiam perguntas.
- O que faço Padre?"

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

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Sonhando com uma vida mais justa


Nesses dias de pratos cheios, mesas fartas, e excesso de comida para os felizardos que podem realizar uma ceia, ponho-me a imaginar um mundo sem desigualdades. Após ler um capítulo de meu livro, que trata justamente da enorme diferença entre nobres e plebeus, percebo que depois de tantos séculos, e tantas mudanças que a humanidade já presenciou, ainda nos encontramos atados frente á um dos maiores problemas sociais do planeta: a fome. Pode parecer utópico, ou até mesmo ilusório, mas creio ser plenamente possível erradicar esse mal de nosso meio.
Se nos tempos antigos os meios de produção e escoamento, que não eram tão desenvolvidos assim, permitiam, mesmo que com carências, que um trabalhador se alimentasse e tivesse o que dar á sua família, quanto mais hoje em dia. Produz-se muito mais e melhor e com menos custo. Tudo é rápido e fácil. A variedade também é enorme. O que falta talvez seja uma melhor distribuição, passando por políticas de emprego e salário. É claro que há muitos interesses em jogo, e também má vontade. Por isso essa importante e sonhada melhora ainda não tenha sido implementada. Mudam-se os governantes, mas os problemas continuam os mesmos. Se no passado os pobres sofriam com a tirania de alguns Reis, digo que hoje sofrem pela falta de verdadeiros Senhorios. A falta de alimentos na mesa de muitos é uma dura e cruel realidade. Talvez não nos demos conta disso na prática, pois eu e você estamos do outro lado. Mas quando ouço uma notícia de que uma família está comendo ratos por falta de carne em seu prato, me sinto triste e ao mesmo tempo impotente. Mudar este quadro significará muito mais união e luta. Infelizmente os "nossos representantes"; (desde os eleitos para a câmara de seu município, até os do senado federal em Brasilia); ainda não se concientizaram que o poder foi lhes dado para cuidarem quase que exclusivamente disso. Espero que agora a barriga deles estejam cheias, e que em sua mente brotem soluções e ações para que o sonho de justiça um dia se torne latente para todas as pessoas.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"Quando vamos gozar do nosso trabalho? Pensam enquanto trabalham.
Trilha-se o grão e depois venta-o. Agora falta pouco... É hora de ensacar, ufa, finalmente mete-se no celeiro.
Triste saga á dos campesinos. Triste a vida destes pobres trabalhadores. Triste a sina da família Meléndez.
... Neste primeiro dia da semana a família camponesa está rasgando a terra com o arado para por as sementes, e sonhar que um dia irão colher novamente.
- Espero que esta próxima colheita seje melhor que a anterior. - Disse um idoso camponês.
Já seu filho mais moço dizia:
- Espero poder encher o celeiro.
E um esquelético homem, vizinho deles, que mal agüentava carregar os galhos secos, proferiu:
- Quero comer até me fartar, chega de mingau.
A fome é o medo principal de todos. A fome é negra, a fome é má e cruel."

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Uma só carne


Poucas semanas atrás soube de um convite de casamento. Não que eu era um dos convidados, mas de uma certa forma acabei sabendo deste evento. Para minha surpresa uma mulher desquitada e com filhos já grandes estaria se enlaçando matrimonialmente. Para muitos um fato normal, rotineiro, comum. Até poderia concordar com isso, afinal de contas todo mundo tem o direito de tentar se feliz na vida. Mas bastei refletir um pouco sobre o real sentido de casamento e pronto: a oposição á este acontecimento já estava formada.
Quando duas pessoas resolvem viver, morar e construir uma vida juntos, dando a isto o nome de casamento, normalmente sabem que é algo para ser duradouro. Não é como namorar ou até mesmo noivar. Esse passo é algo muito mais sério. Querendo ou não envolve, além das famílias, um conceito de união muito antigo: "Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á á sua mulher, e serão ambos uma carne." Gênesis 2:24.
O padre, pastor ou outro mestre qualquer que normalmente costuma realizar esse tipo de cerimônia sempre repete a mesma frase: "até que a morte os separe". Sei que nos dias de hoje, com o divórcio em moda e facilitado, é muito mais fácil, ainda mais quando os problemas se afunilam, partir para "uma outra". Mas pense, e pense bem sobre isso: Um corpo pleno e completo, no sentido mais amplo de cada uma dessas palavras, verdadeiramente só será formado se duas pessoas, baseadas no amor, mantiverem-se fortemente unidas e cientes de que tal união foi feita diante de uma autoridade muito, mas muito maior que elas.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"- Querida, você está tão linda hoje, - iniciou Félix, tentando se retratar das palavras que havia dito, - como sou um homem feliz!
Na verdade ele também tentava agradá-la depois de ficarem dias sem trocar uma única palavra. Estavam sem dormir na mesma cama fazia um bom tempo.
- Ora estou do jeito que sempre fui, deixe de brincadeira é hora de irmos rezar na Paróquia.
Aproximando-se mais ainda, tentou tocá-la.
- Félix não é hora disso, olhe em volta, não vê as nossas empregadas nos olhando?
Havia as tradicionais empregadas de rotina do Castelo. Umas ajudavam nas preparações das refeições matinais. Já outras faziam a limpeza e arrumação de alguns cômodos. Estavam todas ali para tomarem um café. Joana não costumava fazer distinção, e por isso os empregados comiam junto com seus patrões.
- E o que tem? Elas não sabem que sou seu marido? Aliás, nunca concordei muito com essa idéia de deixar os empregados comerem junto de nós.
Ela esquivava-se dele, não permitindo que sua mão encostasse à dela.
- Deixe disso. Não quero que pensem que somos um casal que não sabe se reservar e manter o respeito. O Padre disse que nesta semana faríamos uma reza especial e que para isto deveríamos nos manter puros.
- Mas o que há com você mulher? Até o Padre vai ficar no meio da gente agora? Ele não sabe das coisas, não tem mulher para cuidar.
Não houve resposta. Ficaram então totalmente quietos."

domingo, 21 de dezembro de 2008

Algo mais adiante dos olhos


Você foi a Igreja hoje? Sim? Não? Independentemente de qual seja sua resposta, hoje, dentro do conceito Ocidental cristão, era dia de se reservar um tempo para buscar á Deus. Mesmo com todo o modernismo, correria, descrença, corrupção, tragédia e outras mazelas que cotidianamente ocorrem em nosso meio, muitas pessoas ainda elevam suas mentes e corações para o Divino. Não vou afirmar aqui que não importa qual seja sua religião ou forma de adoração, e que o importante é ter somente a fé. Não, não vou fazer isso, pois Deus tem suas leis e regras. Se você costuma procurá-lo de qualquer maneira depois terá de dar conta disso. A responsabilidade é individual. Um aparelho eletrônico ou qualquer outro produto que você possa vir a adquirir tem seu manual de uso e de manuseio. Deus não é um produto, apesar de muitos dizerem que é uma invenção do homem, mas ainda assim deixou-nos seu manual para que cressemos, entendessemos e obedecessemos. Procure, se informe, leia, é fácil, não dói e nem tira pedaço. Ao contrário, se fizer como Ele desde os primórdios ordenou uma forte conecção será estabelecida. E dai você, eu e qualquer outro poderá visualizar algo mais adiante dos olhos.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"- Vamos, já está na hora da missa. - Disse ele para os seus filhos em alta voz, ainda estando no corredor do Castelo, mas já se dirigindo ao dormitório deles.
Os meninos ainda estavam em seus quartos, mas nada responderam. No piso inferior sua esposa dava ordens para que as serviçais subissem e aprontassem seus filhos.
- Vamos, já é hora de irmos á Igreja. - Disse Félix, ao chegar ao quarto, tentando tirá-los de seus profundos sonos.
Naquele mesmo instante Constância apareceu na porta.
- O que foi? - Perguntou Félix, virando-se para ela.
- Senhor as crianças devem estar de pé e lavadas. Já está na hora."

sábado, 20 de dezembro de 2008

Um bom lugar para se viver


Você está feliz onde mora? Sua casa, cidade e País condizem com tudo aquilo que sempre sonhou para sua vida? Normalmente, e em sua grande maioria, as pessoas responderão a essa pergunta com um sonoro NÃO, pois esse tipo de realização é atingido por pouquissimas pessoas. São os chamados "felizardos" e "sortudos". Quem pode escolher e gostar de onde vive é realmente uma pessoa de sorte. Por diversos motivos você pode estar ou ser infeliz por morar onde mora. Talvez sua casa sofra com as enchentes, ou com as barreiras e deslizamentos, ou com os vizinhos ruins, ou o exesso de barulho, ou até mesmo com a insegurança. São muitos os motivos que podem fazer com que você viva sonhado em poder se mudar. Aonde está agora você é infeliz.
Mas pense, ou pelo menos tente pensar de uma outra forma: Nem tudo está perdido. Você é um destes que tem algo, ou habita em algum lugar que em nada o satifaz, certo? Ok, mas dentro de você, em sua mente, o lugar ideal existe, é visível e possível de se conqusitar.
Ah, mas isso é pouco! - Lamentariam alguns.
Mas lhe digo: Isso não é ruim de tudo, é? E sabe porque faço essa pergunta? Simples.
O ser humano que ainda não se realizou continuará buscando seus ideais. A não ser aqueles que infelizmente já se entregaram e desistiram, os demais continuaram sonhando e lutando para adquirirem uma coisa melhor. E isso vale para moradia, emprego, relacionamentos e tudo mais na vida. Insatisfação, vontade de crescer, de vencer, de se mudar, são sentimentos inerentes á todo ser. E são esses sentimentos e vontades que fazem com que nós ainda permaneçamos vivos.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"- É um belo lugar para se viver. - Disse um viajante.
A caravana de peregrinos seguia seu rumo em busca de maiores aventuras do que as apreciadas naqueles extensos campos de plantações do interior.
- É verdade, mas estamos buscando a santidade. Neste lugar, ao que me parece, nunca vai aparecer nenhum santo como o que nós estamos indo buscar. - Respondeu o companheiro de viagem.
Eles seguiam para Santiago de Compostela, no vizinho Reino de Leão, ou Leon, (futura Galícia), atrás de milagres de São Thiago, e seu caminho natural passava pela cidade de Caleruega. Este era um simples vilarejo, uma simples cidade de feudos, tipicamente habitada por poucos nobres e muitos camponeses."

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A história que ainda não foi contada


Quando vou a uma biblioteca ou livraria me pego pensando: "Sobre o que vou ler dessa vez? Qual história que eu ainda não li?"
Mas, depois de folear algumas páginas, de observar alguns títulos, percebo que esse pensamento se esvaiu completamente e o que ficou foi o interesse em adquirir, quer seja comprando ou pegando emprestado, uma outra forma de visão á respeito daquilo que me chamou a atenção naquele momento. Entendeu? Não? Eu explico.
Depois que a mente se esvazia, ela simplesmente quer se encher de alguma coisa. É isso que acontece comigo depois que os tais pensamentos sobre qual história ler vão embora. Não importa se o tema agora desejado não era mais aquele conto mirabolante que antes imaginava que iria ler. Ou até mesmo se é uma história repetida. O importante é observar uma outra visão, uma outra ótica, sobre o assunto.
Na verdade, ao que me parece, não há nenhuma história que não tenha sido contada pelo menos uma vez. Pode ter sido em uma coluna de jornal, ou em um livro, em um filme, em algum documentário, e até mesmo em um desenho animado. De um jeito ou de outro você já deverá ter ouvido a tal história que disseram que nunca antes tinha sido contada. Isso é ainda mais real quando abrimos nossa mente para as mais infinitas maneiras de se contar algo. Por exemplo: Uma criança, deitada em seu berço, ouve histórias de sua para dormir. Um pregador, do alto do púpito, conta histórias para angariar membros. Um político, antes da eleição, inventa histórias para conquistar eleitores. E por ai vai...
Por isso insisto: É sempre bom ouvir, ver ou ler uma história, seja ela real ou não, mas o importante é aprender sempre. Então, já que o que ficou para trás, em um passado longinquo, nós também chamamos de história...
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"- Filho, se quer mesmo saber sobre certas “mudanças”, terá basicamente que aprender sobre o período que compõe o final do século XI e início do século XII, isso sem deixar de lado vários acontecimentos importantes dos séculos anteriores. Daí você vai precisar entender sobre o que foram as cruzadas, principalmente a cruzada Albigense. Terá também de aprender sobre os líderes religiosos, sobre os Papas, os Templários, sobre o Santo Graal e até mesmo sobre alguns Reis e Imperadores. Precisará compreender o que foi o feudalismo, seus vassalos e camponeses. Além, é claro, de ter que assimilar parte da história que não foi contada pela Igreja, e da realidade de alguns ritos e de regras de outras crenças religiosas. E por fim você terá de saber á respeito da Inquisição e dos Dominicanos.
- Isso tudo? - Indagou o filho, sentindo-se agora pequeno em meio á tantas informações que seriam necessárias para que ele compreendesse o período da Idade Média, o mesmo em que ocorreram tais mudanças."

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Os fundamentos da fé


Sempre quando paro para rezar ou orar; como preferirem pronunciar este tipo de ato de fé; fico pensando como cada pessoa que professa algum tipo de crença ou religião costuma basear suas fontes, raizes e história, para assim continuarem buscando e acreditando ainda mais aquilo que crêem. Algumas vezes vai-se longe em busca de um alicerce firme. Procura-se na arqueologia, no passado histórico, em livros sagrados, nos heróis da fé e de seus verdadeiros exemplos. Outras vezes, e não poucas, não procura-se tanto. Faz-se por fazer. Segue-se a tropa, a maioria, a moda, enfim, a correnteza.
Deus é apenas um. Não há dois, três, quatro, um time de onze, não, DEUS É UM. Muitos, contrários a essa afirmação, poderão afirmar e reafirmar que existem vários deuses. Por isso que existe a crença Monoteista: crença em uma só Divindade; Politeísmo: crença em diversos tipos de Divindades; e por ai vai. Até existem aqueles que dizem não haver deus, os Ateus ou Ateistas. Independente dessas e de onde essas discussões possam chegar o fato mais marcante para mim continua sendo: Cada pessoa procura ter uma verdade, seja ela qual for.
Se eu roubo alguém ou algo é porque tenho motivo, e posso justificar esse ato, mesmo sendo errado diante da grande maioria. Se minto isso também pode ocorrer. Se trabalho demais, ou se de menos, se não sou fiel, se sou fiel até demais, etc, tudo pode ser justificado, "contendo apenas as minhas verdades".
Pode parecer que isso nada tenha a ver com fé, religião, Deus ou o além, mas pense bem, tem sim. Assim como minha reza, minha fé e minhas atitudes na sociedade tendem fazer sentido para mim, pois procurei por uma base sólida para ter certeza daquilo que acredito, e me fundamentei para agir dessa maneira, assim também o é para aquele que não reza, que não tem fé e que vive de forma equivocada na sociedade. Tudo em torno dele girará mediante os alicerces em que depositou sua confiança. Os fundamentos dele o guiarão para onde ele for. Se forem bons fundamentos, com certeza trilhará, mesmo que passando por lugares escuros e sombrios, uma vereda plana.
SHALOM ALEICHEM

trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"...Ao chegar à cozinha o rapaz o aguardava ansiosamente.
- Pai, eu preciso tirar algumas dúvidas com o senhor.
- Pois diga então o que é meu filho.
O jovem não sabia como começar á indagá-lo, mas mesmo assim iniciou de uma forma um tanto quanto genérica:
- Queria saber por que ás vezes eu sinto que os religiosos não me dizem a verdade? Sabe como é né... Um puxa para um lado, outro para o outro, diversas religiões, muita confusão...
Por um momento Raul Gonzalez esqueceu-se daquela página do novo livro que estava tentando escrever e pôs-se a pensar naquela vaga indagação do seu filho. Fez-se então um misterioso silêncio naquele ambiente.
Então ele tratou de esquentar um bule de café para ambos e sentaram-se em volta da mesa.
Depois de oferecer uma caneca de café para o filho, Raul Gonzalez sorveu um gole, parou, depôs a sua caneca sobre a mesa e respondeu:
- A verdade é algo muito amplo, talvez por isso não lhe digam tudo o que sabem.
E enquanto não ouviu refutação alguma do rapaz refletiu também vagamente:
Ora, a verdade... O que é a verdade?... Há várias definições para a mesma pergunta, assim como há também para vários temas.
- Mas pai, eu tenho necessidade de saber sobre certos fundamentos de minha fé. Queria saber sobre a Igreja de uma forma em geral. Sabe, sinto-me confuso, vago... Talvez algumas explicações sejam necessárias..."

sábado, 13 de dezembro de 2008

A idade média e o mundo de hoje


Quando lembramos da Idade média, remetemos nossas mentes á Castelos, Reis, Rainhas e súditos. Uma das histórias que mais vem em nossa lembrança é a famosa saga do Rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda. Os contos das Brumas de Avalon, certamente para menos adeptos, fazem também parte da imaginação coletiva. Essas narrativas são então, por assim dizer, maravilhosas, imbatíveis e insuperáveis. Mas existiram fatos, pessoas, acontecimentos e intrigas que, independente de ser fábula ou não, ainda perduram em nossos dias. Grande parte das crenças religiosas contemporâneas do Ocidente foram e são ainda influenciadas pelos movimentos iniciados nos antigos séculos XI, XII e assim por diante. A Idade média, portanto, ainda não findou.
Segue abaixo uma parte da sinopse de um livro que também relata os tempos antigos:
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"Houve um tempo em que a Igreja queria ser a senhora de quase tudo...
Uma triste mãe, desejando ter seu filho caçula curado e, ao mesmo tempo, obter a graça de Deus para que sua madre fosse aberta para um novo nascimento, influenciou a trajetória das pessoas da família Gusmão. Só um milagre poderia mesmo abrir as portas de tal realização. Assim, na busca desta maravilhosa benção uma novena religiosa foi marcada. Nela acontece a visão que marcaria e mudaria de vez a vida de todos. O anúncio de que um menino viria e traria luz ao mundo, pôs um ponto divisor no rumo dos cristãos."