quinta-feira, 30 de abril de 2009

Quer passar? Então pague!


Você sabia que pedágio é uma coisa bem antiga?
Fazendo algumas pesquisas para elaboração deste romance deparei-me com algo inusitado. Já naquele tempo havia uma verdadeira imposição na cobrança de pedágio. Os trechos onde o viajante podia trafegar com mais segurança era justamente aquele onde havia sentinelas e pedágio. Nesses acessos, onde as ruas eram calçadas, as pontes eram mais firmes, e os perigos eram mantidos á distância, é que se cobravam os soldos. Isso era ato comum nas terras do senhor feudal - aquele que detinha o poder de uso da terra - pois, qualquer estranho (visitante, turista ou vizinho) que tentasse atravessar as demarcações limítrofes, eram então obrigados a pagarem um soldo - valor em dinheiro - para os homens que faziam a guarda.
É claro que a trezentos, quatrocentos, quinhentos anos atrás não se tinha os dispositivos tecnológicos que se tem hoje em dia. Não havia radares, nem faróis ou sinais luminosos, cancela eletrônica, câmera de vigilância, etc. Também não se tinham tantos usuários assim, como nas estradas municipais e federais do nosso País. As estradas também não eram asfaltadas como as nossas. Até porque os "carros" da época iam abanando o rabo e defecando pelo caminho.
Mas ainda há uma outra grande diferença que eu gostaria de registrar.
Quem cobrava as taxas de pedágio não era um Rei, um Papa ou um outro Monarca. Quem cobrava e recebia o dinheiro dos transeuntes era o próprio dono das tais terras. Essa diferença pode parecer pequena, mas não é não. E digo porque. O que esse Vassalo, esse senhor feudal, fazia com este dinheiro? Quanto cobrava? Como cobrava? Qual o critério que utilizava para impor seu preço? Todos pagavam a mesma quantia?
É claro que não. Nenhum padrão havia. Uma grande comitiva, com várias carruagens repletas de bagagens, significava que poderia conter muito ouro e jóias. Portanto quem ditava a ordem das coisas era "a cara" do freguês. Uma simples travessia podia custar bem caro...
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
As ruas que davam de Palência até na direção de seu destino final na verdade eram verdadeiras vielas, logradouros estreitos, cheios de curvas, totalmente sem calçamento. Era semelhante ao caminho feito pelos seus parentes de Caleruega, que também transitaram na maioria do tempo entre florestas, charnecas e pradarias. Mas algumas paisagens próximas á Burgos sofreram alterações. Já não havia jardins e nem pomares. As terras abandonadas ocupavam a maior parte das áreas, restando apenas uns poucos arbustos e ervas. Grande parte do calçamento havia sido retirada para a construção de casas. Agora os buracos estavam por todas as partes...
...Alguns poucos trechos entre os vilarejos feudais não possuíam essa triste constatação de abandono e descuido. E nas pouquíssimas estradas que se encontravam em condições ideais de tráfego, o que mais se via eram cavaleiros bem armados cobrando pedágios. Ruas de calçamento em pedra, que davam em direção á grandes Catedrais, sempre tinham homens á postos para impedir quem tentasse passar sem pagar as taxas exigidas pelo senhor feudal. Qualquer ponte rusticamente erguida de pedras não lavradas necessitava-se pagar um soldo para atravessá-las.

domingo, 26 de abril de 2009

É preciso que haja segurança pública


Na idade média duas corporações de cavaleiros se destacavam. Uma se chamava "a paz de Deus", e a outra denominava-se "a trégua de Deus". Ambas eram forças de homens armados com espadas e lanças, bem treinados, e com seus cavalos plenamente equipados e prontos para o enfrentamento. A primeira corporação servia para proteger os eclesiásticos, campesinos, mulheres, crianças, comerciantes e bens de utilidade comum á todos, tais como moinhos, lavoura e animais. Já a segunda corporação servia exclusivamente para evitar que houvessem hostilidades e conflitos durantes as festividades religiosas, tais como a quaresma e a páscoa.
E porque existia tanto aparato de guerra?
Por causa das diversas rebeliões que eram provocadas pelos bandoleiros e mercenários. Estes eram verdadeiros rebeldes que a nada respeitavam. Eles burlavam as leis e ignoravam as autoridades com muita frequência.
Para manter a ordem então era preciso o uso da força intimidatória.
Vai ver que é desse tempo antigo que tiraram idéia para criar a polícia militar, o exército, a marinha e a aeronautica dos nossos dias.
A sociedade precisa de proteção. Os homens e mulheres comuns não utilizam-se de armas para viver. Poucos são os que possuem o porte de alguma arma de fogo. É preciso confiar esta tarefa - a da segurança pública - aos órgãos capacitados para isso.
Na antiguidade alguns soldados destas importantes cavalarias jogavam dos dois lados, como limpador de parabrisa. Não poucas vezes eles trabalhavam para quem pagasse mais. Também não poucas vezes eles matavam aqueles aos quais deveriam proteger. Os interesses econômicos estavam na frente de tudo. Se o clero desejasse proteção tinha que abrir a sacola. Se um ou outro cavaleiro achasse que o soldo pago não era suficiente então mudava de patrão e servia sem pestanejar aos bandoleiros da época, causando assim um terrível mal na sociedade, deixando-os sob o fantasma do medo.
Passados tantos anos será que alguma mudou para melhor? Será que os protetores da sociedade moderna ainda fazem o mesmo? Tomara que não... Tomara que não...
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Fazendo parte da corporação “a paz de Deus” Genaro Salvatore tinha uma clara função: proteger os religiosos de qualquer herege ou inimigo da Igreja.
As cerimônias de ordenação, chamadas de sagração do cavaleiro, davam-se nos Castelos ou até mesmo no pórtico de uma Igreja. Uma preparação sacramental, através da confissão e a comunhão eram exigidas. E para a confirmação era ainda necessária uma vigília na capela, seguindo-se então de banquetes e diversões.
Já em tempos de guerra a ordenação era feita através da entrega da espada e a simples saudação com tapas nos ombros. Como os tempos eram de guerra Genaro Salvatore recebeu sua ordenação da forma mais simples possível.
- O Cardeal manda comunicado para que vá se encontrar com ele na Basílica de Roma. Uma reunião está marcada. - Disse um emissário que representava o Clero.
- Quando se dará isso? - Indagou Genaro, da baia onde cuidava dos seus cavalos.
O outro então respondeu:
- O mais breve possível.

sábado, 25 de abril de 2009

Amigo


Geralmente, em rodas de bate-papo, ouço as pessoas comentando: - Fulano tem muitos amigos, tu precisa ver...
Ou então: - Beltrano é gente boa, ele tem um bocado de amigos também...
Dai fico cá com meus botões, pensando:"Será isto uma verdade ou estão exagerando?"
Fala-se em amizades como se fala em roupas, sapatos e relógios. Fala-se na existência de uma quantidade e variedade deles, como se estivessem por ai, o tempo todo, aos montes, fácéis e amáveis, tremendamente dispostos, com seu companheirismo, com sua fidelidade e sinceridade inquestionáveis no instante em que você precisar. Basta estalar os dedos e lá estarão eles, á postos...
Eu sei que existem pessoas que tem facilidade de arrebanhar e conquistar amigos. São pessoas extremamente adoradas pelos seus admiradores. Sei também de casos de pessoas que possuem esse dom - o de fazer amigos - e que quase são idolatradas, de tão queridas que são. Mas será que essa aparência, esse apego, esse entrelaçamento, essa comunhão, é o que é na real?
Não é difícil encontrar pessoas rodeadas de gente e mais tarde vê-las sozinhas pelos cantos. Ainda mais quando estão passando por alguma dificuldade. Dai sim os "montões de amigos" de outrora se traduzirão em apenas dois, ou um, ou nenhum amigo...
Um verdadeiro amigo é aquele que o aceita do jeito que você é. Um amigo é aquele que lhe estende a mão sem pedir nada em troca. É aquele que dá seu ombro como apoio. Que dá bons conselhos. Que participa com intensidade da sua vida. Que quer te ajudar e ver o teu bem. E que isso... E que aquilo..., etc, etc, etc...
Ser amigo não é fácil. Para ser um bom e grande amigo o sujeito tem que ter mais qualidades do que um candidato á Presidência. Mas ter amigos é algo necessário, bonito e agradável. Sendo que para muitos ter amigos é mais que fundamental e essencial que o próprio ar.
Então, responda para mim:
Seus amigos são tantos que dá para encher o Maracanã, ou os dedos de sua mão direita sobram quando você os conta?
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Meu pai morreu lutando pela Igreja, e eu estou morrendo de trabalhar para este senhor feudal. Tenho que fazer alguma coisa para mudar essa situação. Do jeito que está vou acabar matando um desgraçado de tanto ódio. Pensava Enzo Strozzi.
Os meses de ausência de seu trabalho deixavam-no ainda mais nervoso. Aquela relutância, em permanecer ali em Roma, deixava seu amigo Boullon Marques extremamente preocupado:
O que posso dizer á ele?
Depois de retornar para sua casa, terminando seus afazeres de chefe do exército, naquele dia, Boullon procurou seu amigo.
Enzo estava sentado em um canto da sala, amolando um punhal.
- Olhe bem pra mim Enzo e me escute. - Disse Boullon aproximando-se dele, abraçando-o. - Não fique triste, nem pense alguma bobagem. Sou seu amigo e lhe devo a minha vida. O que mais quero nesta vida é poder te ajudar, retribuindo o que você me fez um dia. Vá para sua casa e descanse um pouco, depois veremos o que poderemos fazer para aliviar esta sua carga.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Livros: A fonte do saber


Você gosta de ler? Você tem costume de ler? Quer seja revista, jornal, livros ou quadrinhos, qualquer um desses porventura atrai sua atenção para o primordial: a leitura?
Se sua resposta é sim significa que você está em um bom caminho. O caminho do aprendizado, do conhecimento e do saber. Um caminho que certamente trará luz e respostas á você. Quaisquer que sejam suas dúvidas, medos, anseios, limitação ou ignorância serão sanados através do hábito da leitura. Ler é render-se ao desconhecido. Ler é querer aprender. Ler é, antes de tudo, envolver-se, apaixonar-se, inteirar-se com algo novo.
Mas na leitura alguns enigmáticos mistérios acontecem. Primeiro porque nunca lemos tudo e de tudo. Segundo porque não temos a capacidade de gravar tudo. E terceiro porque sempre há algo que precisamos ver ou rever. Por isso você poderá se deparar com alguma coisa velha, tipo uma história antiga, já contada, mas que poderá achá-la interessante. E porque? Porque você não a conhecia em detalhes. E isso certamente ocorrerá com temas que você julga dominar, mas que no fundo, assim que sentar-se para ler algo á respeito, verá que alguns detalhes tinham lhe passado despercebido. Enfim, há mil motivos para ler.
Agora se sua resposta a minha pergunta inicial é não, não fique tão triste ou desapontado. É claro que você está perdendo um mundo de oportunidades e conhecimentos, mas nem tudo ainda está perdido. Veja só a internet. Ela veio para revolucionar até isso. Conheço pessoas que dizem que não leem e que não gostam de ler. Como a maioria dos brasileiros. Mas isso é uma inverdade. Quando se está em uma sala de bate-papo ou em um messeger o que fazemos? Escrevemos e lemos. Isso! Na verdade temos que ler aquilo que as outras pessoas mandam para nós.
Portanto assimile: Não há um humano sequer que saiba tudo, e também não há um humano sequer que não saiba nada. Por mais alienado que alguém possa ser, com certeza esse alguém deve ter aprendido alguma coisa na vida. Burro é só aquele animal, parente do jumento e da mula... Mas isso é consolo que não conforta á todos. Então mãos a obra e boa leitura!
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- Sei de sua fé e boa vontade para com os mais necessitados. O que fez foi uma boa atitude, mas isso não é uma maneira correta de agir para um principiante na carreira Clerical. - Disse o Reitor pausada e pacientemente.
- Por quê? - Indagou inocentemente.
Ora, por quê?...
- Bem, - argüiu Asebes, - primeiro porque seus livros serviriam por toda a vida, e comida é comida, daqui á pouco não haverá mais nada. E outra coisa, esse não é um problema seu. A fome existe desde que o mundo é mundo.
Ele não aceitava aquela resposta.
- E de quem é o problema então?
- Ora de quem,... Dos Reis e de pessoas de poder que podem cuidar dos miseráveis.
- Mas a Igreja não é um desses poderes? Ela não serve para matar a fome dessa gente? - Perguntou, recusando-se a crer o que ouvia.
Ele insiste com isso. Se a Igreja tiver uns vinte alunos iguais á este rapidamente ela irá a falência! Pensou Asebes.
Depois de uma pausa, Asebes então prosseguiu:
- Escute rapaz, a Igreja não pode alimentar á todos que tem fome. Já pensou se ela se incumbir desta tarefa? Quantos filhos ela terá? Agora se realmente você quer vender os outros livros que ainda resta, e for dar de comer á esses miseráveis novamente, vá e faça isso, afinal de contas são seus livros mesmo. Mais depois não me venha com arrependimentos pelo que fez.
- Obrigado pelo conselho. Onde posso oferecer meus outros volumes?

domingo, 19 de abril de 2009

Bons tempos aqueles...


Quem não tem saudades da infância, hein? Quem não se lembra com nostalgia da época em que a vida era menos corrida, menos evoluida, menos cheia de coisas, mas muito mais cheia de calor e afeto humano. Quem não se recorda das molecagens, das enrascadas e das peraltices que fez ou se meteu? Não conheço um só ser que não tem saudades dos tempos que ficaram para trás. Se você não é tão antigo com certeza se lembra da calça boca de sino, do megafone, da brilhantina, dos bailes de salão... Parecia ser melhor do que os dias e tempos atuais. Há quem diga que realmente eram. Meus pais e avós, que viveram em tempos ainda mais remotos, teimam em afirmar isso. Alguns amigos também dizem o mesmo. Quer tenham vivido na miséria ou na abastança, todos são unânimes em afirmar que "antigamente era muito melhor".
Mas pergunto, discordando um pouco disso, será que era melhor mesmo? Antes de tentar responder pare um pouco. Reflita, relembre o máximo de fatos que puder, volte no tempo e tente repassar sua vida, naquela época, em sua adolescência ou infância, em apenas alguns minutos. Pronto, agora que já fez isso, responda com sinceridade: sua vida antigamente era melhor?...
É claro que fatos tristes, como a perda de parentes e amigos, irão pesar em algumas respostas. Nesse caso, se esse for o único motivo pelo qual você gostaria que o tempo voltasse, então é válido que o tempo volte mesmo. Estas vidas não teriam se perdido e você ainda poderia estar junto delas.
Mas fora isso, em uma análise mais abrangente, posso afirmar que a vida de hoje é a evolução e a maturidade da vida antiga. Portanto é muito melhor.
Comparemos brevemente. Você trocaria seu carro pela charrete? Trocaria a luz elétrica pela lamparina? A TV pela sala vazia e as histórias de mula sem cabeça? As roupas que hoje enfeitam as vitrines das lojas pelas feitas de saco de batata? Os aparelhos de sons ultra-modernos pelo megafone? Os sapatos e tênis atuais pelo tamanco? Não, é claro que não. Ninguém trocaria.
E isso sem contar as evoluções que tivemos nesses ultimos anos, tais como o celular, a internet, o micro-ondas, o avião, o foguete, etc, etc, etc... Qual destas invenções tem similar na antiguidade? Qual hobby do passado é melhor do que qualquer destes brinquedinhos futuristas?...
Recordar-se dos bons momentos é salutar, mas desejar que tudo volte a ser como era antes é o mesmo que querer entrar no ventre de sua mãe com cordão umbilical e tudo.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Já sua esposa Gioconda ajudava na colheita e fazia os trabalhos da casa. Apesar de já não possuir um único fio negro de cabelo em sua cabeça, ela era ativa, e sempre que podia ia á Igreja rezar. Nessa mesma noite, ao terminar os seus afazeres, ela se lembrava de como vieram parar ali, e de como começaram suas vidas no campo. Essa triste lembrança afetava seu humor, amargava seus dias e lhe trazia a triste constatação de que morreriam pobres e miseráveis naquele lugar. Mas ainda assim nunca deixava de incentivar os filhos á tentarem uma vida melhor e mais digna.
- É, o Alberto já dormiu. - Disse depois que se virou e observou o ronco pesado do marido.
Ah, Alberto era tão romântico e delicado. Que saudades daquele tempo á beira do mar, o cheiro suave das plantas e a vida menos sofrida... Os navegadores compravam conosco. Os mesmos navegadores que depois se envolveram em guerras... Guerras, para que isso? Só serve para destruir os sonhos. Minha juventude se foi mesmo... Agora meu marido só me diz: Ah, minha velha! E eu só posso retribuir: Ah, meu velho!

sábado, 18 de abril de 2009

Nota 10 ás mulheres


Uma canção que gosto, que motivou e embalou a juventude de muita gente, tem seu refrão mais ou menos assim: "Mulher, mulher, na escola em que você foi ensinada, jamais tirei um dez, sou forte mais não chego aos seus pés."
Este trecho musical, feito por Erasmos Carlos, retrata bem a importância, a força e a grandeza da mulher.
Infelizmente nem todas as sociedades, nem todas as culturas e nem todos os povos respeitam os direitos da mulher como deveriam. Em alguns lugares, ainda hoje no século XXI, a mulher é tratada como ser inferior, sem direito ao voto, sem representatividade, sem liberdade e fardada apenas para o seviço do lar e o cuidado dos filhos.
E é nesse ponto que quero tocar.
Já pensou em trocar de lugar com ela durante um dia? Não? Seria bom se você fizesse isso. Já tentou memorizar quantas tarefas elas fazem? Aqui vão algumas: Preparar o café da manhã, lavar as louças, arrumar as camas, varrer a casa, lavar o banheiro, limpar o quintal, colocar o lixo na rua, tratar dos bichos de estimação, lavar as roupas, fazer o almoço, preparar o lanche da tarde, arrumar e mandar o filho para a escola, costurar as roupas, limpar os sapatos e os armários, tirar pó dos móveis e fazer a janta. Não bastasse isso ainda tem que dar atenção para o(s) filho(s) e para o marido, incluindo ai o sexo conjugal.
Achou muito? Mas não para por ai. A mulher de hoje, em sociedades democráticas mais abertas, conseguiu ganhar espaço, e por isso divide em igualdade de condições o mercado de trabalho com o homem. Então ela, além dos compromissos acimas citados, tem também de sair cedo de casa para buscar o pão de cada dia, no emprego que possui. Aquilo que outrora tinham de tempo livre para realizarem as tarefas caseiras, fica então restrito apenas para o horário noturno e os finais de semana. Acaba sendo uma jornada dupla ou até tripla. Tem de dar duro para dar conta. Isso requer muita dedicação e destreza.
Portanto valorize as mulheres. Respeite as mulheres. Elas não são sexo frágil coisa nenhuma. A era das cavernas, onde o homem arrastava-a pelos cabelos, já passou. Elas, além de trabalharem muito mais do que eu e você, também praticam o bem estar da coletividade com muito mais precisão e dedicação do que qualquer sociedade machista pode imaginar.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Quando ainda eram bem meninos, chegando quase á se formarem rapazes, Francesco Riva e Boullon Marques disputaram um torneio que dava a mão de uma dama para futuro compromisso. A vitória foi de Francesco Riva que acabou derrubando seu oponente duas vezes do cavalo. Boullon perdera o duelo e a moça. Mais o pior golpe ainda estava por vir. A moça que ficou como prometida para Francesco caiu em desgraça quando seu pai, um rico Duque das terras altas de Nápoles, perdera todas as suas terras para invasores, e preferiu se matar ao golpe da própria espada do que se ver na miséria. Francesco, ao saber do fato, foi até o Castelo da bela, retirou-a de lá, pagando dinheiro por isso aos conservos e depois, para surpresa de Boullon, foi vendê-la á peso de ouro como escrava á navegantes que cruzavam o Mediterrâneo. Boullon jamais se esqueceria disso. Ele amava aquela jovem. Nunca a venderia por preço algum.

domingo, 12 de abril de 2009

catequizar para lucrar


A cidade onde resido é uma "graça", para não dizer ao contrário. Falta emprego; o salário de quem trabalha é baixo; alguns poucos mandatários á comandam, como se fossem capatazes de uma grande fazenda; existe falcatruas na política; a câmara de vereadores é uma verdadeira zona; há escândalos em licitações; existe a chamada compra de voto e até esquemas de propina e facilitação. É quase que uma cidade provinciana. Mas uma coisa nela não falta: Igreja. Ah, isso tem de montão! Mas quanto emprego será que uma igreja gera? Um?
Tem igreja de tudo quanto é tipo e pra tudo quanto é gosto. Onde tinha uma fábrica, hoje virou um templo. Onde era uma carpintaria agora é uma outra denominação com alguns membros. Onde havia uma loja de material de construção vê-se lá irmãos e irmãs cantando e orando fervorosamente. Pura benção...
E o mais engraçado disso tudo é que estes "irmãos" pensam estarem realizando uma coisa boa. Pregam seus dogmas, disseminam teorias fantasiosas e mirabolantes e pertubam os vizinhos com suas músicas de péssimo gosto. Aliás, por falar em música, estas são tocadas em um volume quase ensurdecedor á qualquer hora do dia ou da noite. E, ai de quem se manifestar contra. O coitado será rapidamente condenado ao inferno, e com certeza dirão que é possesso de demônios por não gostar destes "hinos de louvor".
Para não me alongar deixo aqui algumas questões: Se estes crentes acreditam tanto em sua mensagem, porque não pegam um avião e vão aonde não existe Igreja? Porque, ao invés de ficarem trombando uma igreja na outra, lado á lado muitas vezes, eles não abandonam tudo e vão realizar as chamadas missões de evangelização ao redor do mundo? Será que ainda não se deram conta de que, se ficarem somente pregando na porta da minha e da sua casa, o deus deles nunca irá retornar? Será que também não notaram que á cada nova denominação religiosa que se inaugura diversos empregos são extintos?
É por isso que catequização é uma questão delicada. De que adianta encher o sujeito de palavras se o seu bolso e a sua barriga estão vazios? Será que os mesmos também estão vazios, hein pastor?

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Feito isso, Francesco Riva foi ao encontro dos missionários, em Roma. Ao revê-los, disse que havia tentado de tudo para catequizá-los, mas não houve possibilidade de convertê-los.
Portanto arranjou uma desculpa para o que havia feito:
- Acabei por eliminá-los.
Estava sendo sarcástico, e prosseguiu:
- Não tive outra escolha. Eliminei aqueles hereges do convívio de cristãos verdadeiros. Fiz um bem á humanidade. Os aliviei de pecarem ainda mais. Um dia ainda me agradecerão.
Sem nada responder, os missionários retiraram-se da presença de Francesco. Um deles, indignado, meneou a cabeça em represália ao ato de execução.
Francesco Riva notou a cólera do missionário e disse:
- Ora, mas quem diria! A Igreja não convocou moças para o serviço de catequização. Se não for por bem tem de ser por mal. Ainda não inventaram uma outra forma.
Fez uma ligeira pausa e depois concluiu:
- Agora, se não se esqueceram de nada, onde está o meu dinheiro?

sábado, 11 de abril de 2009

É proibido fumar


Sempre quando ouvimos falar de aumentos somos induzidos e influenciados a raciocionar que os motivos para tais aumentos estão relacionados com a mãe natureza. Algus lavradores alegam que choveu demais, por isso o preço do arroz e do feijão teve de subir. Já em outras oportunidades os criadores de gado alegam que, por causa do excesso de calor, e da escassez de chuvas, o preço do leite e de seus derivados sofrerá um forte aumento, pois o gado está magro e produzindo pouco.
E ficamos com cara de "tacho", achando isso um pouco estranho, mas até certo ponto normal.
Mas esses dias tive outra resposta para um recente aumento abusivo que diretamente me atingiu. Assim que comprei um maço de cigarros algo me impulsionou para que indagasse o dono do estabelecimento. Então perguntei:
- Porventura você tem uma explicação para esses sucessivos aumentos?
(Afinal de contas, no último mês, o cigarro sofreu um acréscimo de 17%, depois mais 30%, e já se fala em uma sobretaxa de 20%, totalizando 67% de aumento!)
O dono do bar então prontamente me respondeu:
- Ah, isso é porque o governo resolveu tirar o IPI(imposto sobre produto industrializado) do material de construção para lançá-lo sobre o cigarro e sobre a cerveja.
Humm... Então quer dizer que estes aumentos na verdade são um repasse de impostos?... Os fumantes é que terão de arcar com isso agora?... Pensei, entendendo finalmente porque o meu hábito de fumar estava ficando tão caro.
Dai ficamos conversando um pouco sobre esta inédita decisão dos políticos, analisando o quanto isso será bom ou ruim para a vida em geral, e depois disso fui embora.
Talvez você não fume e ache essa medida uma boa medida. Afinal de contas cigarro e cerveja são superfluos, enquanto que tijolo e cimento são essenciais. Mas para quem está na outra ponta do iceberg isso foi uma injusta "facada" no peito e no bolso.

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
As taxas e impostos eram abusivos e altíssimos, mas não tinha outro jeito, o povo era obrigado á cumprir com aqueles encargos.
Era munido deste poder e autoconfiança que o vassalo Bertone Pagani exercia sua força sobre os pobres camponeses. Seu principal objetivo para manter o cargo era a cobrança das taxas, e para isso usava de força e pressão contra os pobres e escravizados trabalhadores. Quer fosse o pagamento em dinheiro ou até mesmo em víveres, o importante era receber e fazer funcionar o sistema feudal. Esse tipo de administração era modelo em quase toda a Europa e isso fazia com que os pobres ficassem sem opção de melhoria em suas vidas.
Era o final de mais uma colheita. O clima ajudara. As chuvas caíram na medida certa. O sol não ficou tempo demasiado a irradiar seu brilho no céu. A natureza cooperou. As pragas deram uma trégua. O vento e as nuvens suavizaram os difíceis momentos de trabalho no campo. Agora era só colher os frutos e lucrar com eles.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Estou ocupado...


Certa vez convidei um amigo para comer uma pizza lá em casa. Era para ele ir com a esposa e as suas filhas. Mas para minha surpresa ele alegou que andava muito ocupado, sem tempo mesmo, e por isso adiou a tal confraternização. Isso aconteceu uma, duas, três vezes. Tudo bem, pensei. E o tempo foi passando...
Até que finalmente este mesmo amigo deu uma "deixa":
- Esses dias eu pensei naquela nossa pizza! - Disse ele, tentando reativar o antigo projeto.
Foi então, depois disso, que resolvi ligar para a esposa dele. Quem sabe ela se decida e finalmente queira realizar este tal jantar com as nossas famílias, eu imaginei cá com os meus botões.
Afinal de contas era ela mesmo quem decidia sobre os encontros sociais deles. Só que, para minha total frustração e decepção, a conversa no telefone não foi a desejada:
- Vocês poderiam vir aqui qualquer dias desses, hein?
E ela respondeu:
- Ah, nós estamos muito ocupados, sem tempo. Esse meio de semana não vai dar não...
Dai insisti:
- Que tal vocês virem no fim de semana?
- Ah, nesse não vai dar. Temos uma festa de casamento. Fomos convidados para sermos padrinhos...
Festa de casamento? Humm... Pensei. E então busquei outra alternativa:
- Que tal no próximo final de semana?
E ela categoricamente respondeu:
- Ah, no outro final de semana nós também temos um outro casamento para irmos... Que pena...
Conclusão: Não liguei mais, não convidei mais. Eles também não dispuseram outra data livre e ficou por isso mesmo. Nem eu te ligo, nem tu me telefona, diz o ditado.
Quando realmente queremos fazer algo não damos desculpas, simplesmente fazemos. Sempre há tempo livre para aquilo que queremos.

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- Sinto muito..., mas eu não posso ir vê-los agora.
Aquela resposta pareceu fria demais.
- Não pode vê-los? ... Por quê?
- Eu estou ocupado tio, muito ocupado. Agora não vai dar, depois...
- Depois, o quê menino? Meu irmão não te vê á quase dois anos! O que está havendo? ... Sua mãe está sofrendo demais com essa sua recusa, - acrescentou Antônio demonstrando uma tremenda fúria, - o que eles fizeram de tão mal para você?
O rapaz, que um dia iria se tornar homem, estava determinado em não ir ver seus pais. Ele parou, pôs uma das mãos no queixo, pensou em uma resposta e depois disse:
- Nada. Não me fizeram nada... Apenas os considero como outras pessoas comuns. Meus amigos e minha família são todos aqueles que fazem à obra de Deus. Há algum mal nisso?

domingo, 5 de abril de 2009

A escola da vida


Estranho é ficar sem estudar ou aprender algo. Desde o jardim de infância, passando pelo ginasial, pelo segundo grau, depois pela faculdade, pela universidade, e por fim chegando ao mestrado e ao doutorado, você sempre será incitado a conhecer e aprender sobre a vida e o mundo em que vivemos. Mas mesmo quem não teve a oportunidade ou vontade de estudar tanto assim, também recebe, ao longo de sua trajetória, ensinamentos proveitosos e significativos.
Na verdade, enquanto estamos vivos, sempre aprendemos alguma coisa. Á cada novo dia recordamos o que já sabemos e abrimos espaço para uma nova informação, para um novo aprendizado, para um novo acontecimento ou para detalhes que no dia anterior lhe passaram despercebidamente. Quer seja na sua profissão, no convívio familiar, no seu ciclo de amigos, na sua comunidade, em sua igreja, e até mesmo sozinho, você irá se deparar com novas ou velhas coisas que irão lhe ensinar algo. Não precisa estar muito "ligado" ou "antenado" não. Basta notar um detalhe: Sempre quando fazemos alguma pergunta para alguém, significa que estamos atrás de informação. Portanto aquela resposta, assim que obtida, será um ensinamento á mais na sua vida.
É claro que se você puder parar um tempinho nos seus afazeres, a fim de meditar na sua e nas demais existências que estão ao seu redor, com certeza o número e o grau de aprendizado será ainda muito maior. A escola da vida tem milhares de coisas que gostaria que você soubesse. Pode ser com as flores, com as plantas e até com os animais. Pode ser com as estrelas, com a lua ou com o sol. Poderá ser também com milhares de outras coisas visíveis e até mesmo com as invisíveis. Para qualquer lado que olhe ou reflita você sempre achará um ávido "professor" tentando lhe instruir em algum assunto.

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
A Igreja de Gumyel D’yzan, onde Antônio Gusmão era Reitor, ficava próxima da cidade de Caleruega. Fora neste lugar que muitos dos Sacerdotes do Reino de Castela e Leon haviam iniciado. A alfabetização era concedida com total propriedade pelos professores, fazendo com que destacados Clérigos da Igreja orientassem novos alunos para fazerem seu aprendizado também ali.
- Eu sei que ele já é alfabetizado, mas há muito que aprender. Esse menino começara á prender a ser um grande homem. A educação dispensada á cada aluno lá faz com que se tornem ávidos no trato pessoal. Isso também facilitará no caso de vocês irem visitá-lo. - Disse Antônio Gusmão, convencido de que aquela era a melhor opção para aquele menino.
- É claro que sim. Iremos vê-lo sempre que pudermos. Mesmo que fosse longe daqui nós nunca deixaríamos nosso filho isolado, de jeito nenhum. - Disse Félix convicto de que tomara a melhor e a mais difícil decisão de sua vida.

sábado, 4 de abril de 2009

Psiu!


Uma cena que gostava de ver era o Romário(jogador de futebol) correndo na direção da torcida oposta, com dedo em riste, mandando que estes se calassem. Sempre quando ele fazia um gol era assim que costumava comemorar. Era comum isso ocorrer no Maracanã, principalmente em dias de grandes clássicos.
Geralmente um atacante ou um artilheiro, assim que consegue fazer um gol, tende a comemorar com seus companheiros, com seu treinador e com a sua torcida. Isso é o normal. Essa é a ação esperada de quem luta para vencer seu adversário. Quando o consegue transpor o obstáculo volta aos seus e se alegra.
Pelé comemorava dando socos no ar. Zico corria, erguendo uma das mãos expalmadas. Já Rivelino esbravejava com raiva á beira do campo, gesticulando, xingando e gritando de tanta emoção que sentia. E detalhe, todos eles comemoravam junto de seus torcedores e fãs.
Mas com o Romário, esse folclórico personagem da bola em que acabou se tornando, era bem diferente. Se durante as partidas ele fosse, como normalmente era, tremendamente ofendido, vaiado ou difamado, dai com toda a certeza, assim que estufasse as redes adversárias, ele saia correndo na direção da torcida rival e fazia o seu tradicional gesto. E isso podia acontecer duas ou três vezes em um mesmo jogo. Não era moleza aguentá-lo quando queria se vingar. Ele, ao contrário do que mandava as regras de boa conduta do esporte, gostava mesmo era de desafiar seus oponentes, mandando-os que ficassem quietos e em silêncio.

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Seu amigo Boullon Marques tentava contê-lo, mas Enzo Strozzi era a fúria em pessoa.
Haviam discutido pelos poucos soldos que recebera do seu senhor, pelo trabalho que tinha executado nas forjas das armas. Além disso, Enzo tinha a mágoa e decepção pelas falsas promessas do Clero á respeito dos soldos e indulgências que seu pai tinha direito.
Boullon pensou em propor-lhe algo e disse assim:
- E então, porque você não desiste disso, volta para Tívoli, entra na Igreja e pede misericórdia para ti e para teus conservos? Hein, o que me diz?
Realmente, nas tentativas anteriores Enzo havia fracassado.
Eles ainda vão me pagar... Todas As indulgências que um dia prometeram... Vão pagar tudo. Enzo Strozzi pensou, mas nada disse.
O silêncio era a resposta.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Calma, eu só estou brincando...


Um rapaz, certa vez, tinha um apelido que tentava manter oculto. Fazia ao máximo para que ninguém, mas ninguém mesmo, soubesse e contasse para os outros colegas. Mas um dia um dos seus amigos de escola, sorrateiramente, conseguiu descobrir o tal apelido. Pronto, a bagunça estava feita. Contou á todos e caçoou a vontade do pobre rapaz. Quando este já estava ficando furioso, por causa do desonroso apelido que tinha, o outro virou-se e disse: - Isso é só uma brincadeira!
Casos assim são conhecidos aos montes. Zomba-se da pessoa, ri e sacaneia á vontade para depois dizerem com a cara deslavada: - Eu falei de brincadeira!
Ou então, quando tiram mesmo a pessoa do sério, argumentam: - Você não aguenta brincadeira não?
Brincadeira... Humm...
Sabia que é durante as conversas informais, na pura descontração, muitas vezes regadas á bebida, no meio amigos e pessoas conhecidas, que falamos as maiores verdades uns aos outros? E que brincar, ou falar brincando, é uma salutar maneira de dizer tudo o que pensa á respeito do seu semelhante?
Isso não é nenhuma condenação, apenas uma constatação.
Portanto brinque. Brincar é bom. Nos faz voltar a ser criança. Mas tome cuidado, pois tem certas "brincadeiras" que são verdadeiros e sérios puxões de orelha.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- O que é isso meu filho, quem te ensinou essas coisas? - Joana tornou a perguntar depois que se aproximou dele.
O menino hesitou, mas depois de um breve momento respondeu:
- Mamãe eu só estou brincando.
- E isso lá são brincadeiras que se faça?
Félix permaneceu estático assistindo á tudo.
O menino não entendia aquela censura e nem a cara de espanto deles. Para ele aquilo era normal, pois só repetia o que ouvia durante as conversas das ruas ou mesmo das reuniões realizadas no Castelo Gundemaro, quando seus pais recebiam vassalos e Nobres de várias partes do Reino...

- Os hereges devem morrer! – Dizia ele em uma outra sessão de brincadeiras com seus irmãos.
- Isso mesmo! Só assim o culto á Satã, realizados no nosso Reino, cessará. – Retrucou o outro. E prosseguiram em seus papéis teatrais:
- As abominações tem se espalhado por todos os lados.
- É verdade. Dizem que existem bruxas, que vivem próximas daqui, que praticam o coito com demônios horrendos!
- Deus!... E a Igreja, o que diz disso?
- Ela ainda tem se manifestado de uma forma um tanto quanto contida, mas creio que tomará providências á esse respeito...