domingo, 12 de abril de 2009

catequizar para lucrar


A cidade onde resido é uma "graça", para não dizer ao contrário. Falta emprego; o salário de quem trabalha é baixo; alguns poucos mandatários á comandam, como se fossem capatazes de uma grande fazenda; existe falcatruas na política; a câmara de vereadores é uma verdadeira zona; há escândalos em licitações; existe a chamada compra de voto e até esquemas de propina e facilitação. É quase que uma cidade provinciana. Mas uma coisa nela não falta: Igreja. Ah, isso tem de montão! Mas quanto emprego será que uma igreja gera? Um?
Tem igreja de tudo quanto é tipo e pra tudo quanto é gosto. Onde tinha uma fábrica, hoje virou um templo. Onde era uma carpintaria agora é uma outra denominação com alguns membros. Onde havia uma loja de material de construção vê-se lá irmãos e irmãs cantando e orando fervorosamente. Pura benção...
E o mais engraçado disso tudo é que estes "irmãos" pensam estarem realizando uma coisa boa. Pregam seus dogmas, disseminam teorias fantasiosas e mirabolantes e pertubam os vizinhos com suas músicas de péssimo gosto. Aliás, por falar em música, estas são tocadas em um volume quase ensurdecedor á qualquer hora do dia ou da noite. E, ai de quem se manifestar contra. O coitado será rapidamente condenado ao inferno, e com certeza dirão que é possesso de demônios por não gostar destes "hinos de louvor".
Para não me alongar deixo aqui algumas questões: Se estes crentes acreditam tanto em sua mensagem, porque não pegam um avião e vão aonde não existe Igreja? Porque, ao invés de ficarem trombando uma igreja na outra, lado á lado muitas vezes, eles não abandonam tudo e vão realizar as chamadas missões de evangelização ao redor do mundo? Será que ainda não se deram conta de que, se ficarem somente pregando na porta da minha e da sua casa, o deus deles nunca irá retornar? Será que também não notaram que á cada nova denominação religiosa que se inaugura diversos empregos são extintos?
É por isso que catequização é uma questão delicada. De que adianta encher o sujeito de palavras se o seu bolso e a sua barriga estão vazios? Será que os mesmos também estão vazios, hein pastor?

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Feito isso, Francesco Riva foi ao encontro dos missionários, em Roma. Ao revê-los, disse que havia tentado de tudo para catequizá-los, mas não houve possibilidade de convertê-los.
Portanto arranjou uma desculpa para o que havia feito:
- Acabei por eliminá-los.
Estava sendo sarcástico, e prosseguiu:
- Não tive outra escolha. Eliminei aqueles hereges do convívio de cristãos verdadeiros. Fiz um bem á humanidade. Os aliviei de pecarem ainda mais. Um dia ainda me agradecerão.
Sem nada responder, os missionários retiraram-se da presença de Francesco. Um deles, indignado, meneou a cabeça em represália ao ato de execução.
Francesco Riva notou a cólera do missionário e disse:
- Ora, mas quem diria! A Igreja não convocou moças para o serviço de catequização. Se não for por bem tem de ser por mal. Ainda não inventaram uma outra forma.
Fez uma ligeira pausa e depois concluiu:
- Agora, se não se esqueceram de nada, onde está o meu dinheiro?

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