sábado, 25 de abril de 2009

Amigo


Geralmente, em rodas de bate-papo, ouço as pessoas comentando: - Fulano tem muitos amigos, tu precisa ver...
Ou então: - Beltrano é gente boa, ele tem um bocado de amigos também...
Dai fico cá com meus botões, pensando:"Será isto uma verdade ou estão exagerando?"
Fala-se em amizades como se fala em roupas, sapatos e relógios. Fala-se na existência de uma quantidade e variedade deles, como se estivessem por ai, o tempo todo, aos montes, fácéis e amáveis, tremendamente dispostos, com seu companheirismo, com sua fidelidade e sinceridade inquestionáveis no instante em que você precisar. Basta estalar os dedos e lá estarão eles, á postos...
Eu sei que existem pessoas que tem facilidade de arrebanhar e conquistar amigos. São pessoas extremamente adoradas pelos seus admiradores. Sei também de casos de pessoas que possuem esse dom - o de fazer amigos - e que quase são idolatradas, de tão queridas que são. Mas será que essa aparência, esse apego, esse entrelaçamento, essa comunhão, é o que é na real?
Não é difícil encontrar pessoas rodeadas de gente e mais tarde vê-las sozinhas pelos cantos. Ainda mais quando estão passando por alguma dificuldade. Dai sim os "montões de amigos" de outrora se traduzirão em apenas dois, ou um, ou nenhum amigo...
Um verdadeiro amigo é aquele que o aceita do jeito que você é. Um amigo é aquele que lhe estende a mão sem pedir nada em troca. É aquele que dá seu ombro como apoio. Que dá bons conselhos. Que participa com intensidade da sua vida. Que quer te ajudar e ver o teu bem. E que isso... E que aquilo..., etc, etc, etc...
Ser amigo não é fácil. Para ser um bom e grande amigo o sujeito tem que ter mais qualidades do que um candidato á Presidência. Mas ter amigos é algo necessário, bonito e agradável. Sendo que para muitos ter amigos é mais que fundamental e essencial que o próprio ar.
Então, responda para mim:
Seus amigos são tantos que dá para encher o Maracanã, ou os dedos de sua mão direita sobram quando você os conta?
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Meu pai morreu lutando pela Igreja, e eu estou morrendo de trabalhar para este senhor feudal. Tenho que fazer alguma coisa para mudar essa situação. Do jeito que está vou acabar matando um desgraçado de tanto ódio. Pensava Enzo Strozzi.
Os meses de ausência de seu trabalho deixavam-no ainda mais nervoso. Aquela relutância, em permanecer ali em Roma, deixava seu amigo Boullon Marques extremamente preocupado:
O que posso dizer á ele?
Depois de retornar para sua casa, terminando seus afazeres de chefe do exército, naquele dia, Boullon procurou seu amigo.
Enzo estava sentado em um canto da sala, amolando um punhal.
- Olhe bem pra mim Enzo e me escute. - Disse Boullon aproximando-se dele, abraçando-o. - Não fique triste, nem pense alguma bobagem. Sou seu amigo e lhe devo a minha vida. O que mais quero nesta vida é poder te ajudar, retribuindo o que você me fez um dia. Vá para sua casa e descanse um pouco, depois veremos o que poderemos fazer para aliviar esta sua carga.

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