sábado, 24 de janeiro de 2009

Quem tem padrinho não morre Pagão


Certa feita fui convidado para ser padrinho de casamento. Uma coisa inusitada para mim, pois não sou muito afeito á este tipo de coisa. O chamado "convívio social" sempre me trouxe certa repugnância. Mas deixando este fato de lado, o mais interessante disso é que são justamente as pessoas que aceitam esses convites sociais, bajulação, tapinhas nas costas, sorrisos falsos, agrado, holofotes e etc, é que conseguem ascenção, emprego e prestígio. Muitos deles, depois, conseguem até mesmo o poder, pois se tornam conhecidos. E o importante na vista dos homens é se tornar conhecido e cheio de amigos.
Quanto mais "amigos" você tiver melhor você ficará na sociedade. Se tiver sorte então de conhecer algum político, de frequentar sua casa, de tomar café com ele, ah ai o seu futuro estará garantido.
Quantos jovens andam por ai fazendo barbaridades; tais como queimar pessoas, banalizar no trânsito, usar drogas, brigar em meio á gangues em lugares públicos e nada acontecer? Quem nunca ouviu algum caso parecido? E porque nada lhes acontece? Porque papai, mamãe ou titio é "amigo" do delegado, do juiz, do prefeito, do Governador, do Presidente...
Ao invés de ser padrinho, ter padrinho até que é bom.

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"Enzo nutria uma forte amizade com Boullon de longa data. Apesar de suas diferenças de importância e prestígio, não deixavam de sempre se ver e falar. Apenas a postura de Enzo em reclamar das autoridades religiosas constituídas, e ditas como santas incomodavam á Boullon. Em várias situações Boullon havia tirado Enzo de algumas enrascadas, mas mesmo assim sentia-se estar em dívida.
O problema de Enzo era não segurar sua revolta, e consequentemente sua língua, contra a Igreja Católica. Primeiro porque perdeu seu pai, defendendo-a, e segundo por causa dos impostos que á mesma efetuava. Apesar de não ser camponês e não pagar pelo uso do Feudo, ficava indignado por ter de dar parte do seu lucro para a Basílica, na forma do Tostão de Pedro. Segundo ele, a Igreja e o Clero gastavam as fábulas arrecadadas com orgias e bebedeiras nos aposentos Sacerdotais.
A verdade era só uma no meio do povo:
“O Clero realiza as orgias graças ao nosso suor.”
A língua de Enzo era afiada, e onde quer que ele estivesse, como um cão latia injurias e ofensas aos Sacerdotes sem medo algum. Apenas não era preso ou morto devido possuir uma estreita afeição e confiança de Boullon Marques."

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