sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O porto seguro


Bom é ter um lar. Não importa o tamanho, a qualidade, o acabamento, onde localiza-se, o importante é ter um refúgio só seu. É claro que quanto maior e mais bem decorado for melhor você se sentirá. Mas ainda que haja inúmeras reformas á serem feitas, que não seja do tamanho que sonhou e que esteja em local de difícil acesso, sendo seu pode perfeitamente ser considerado um porto seguro.
Há um ditado que diz: "Quem casa tem que ter casa."
Infelizmente grande parte da nossa população não tem um lar para chamar de seu. Muitos desses talvez nem nunca terão. A estatística, baseada nas políticas de habitação, indicam isso. Pessoas nascem, crescem e morrem sem que nenhuma oportunidade, caridade, benfeitoria ou política social os atinja, para beneficiá-los. São raríssimos os casos que houveram algum tipo de ajuda. A não ser na compra de votos, durante campanhas eleitoreiras, pouca coisa a mais move a doação de tijolos, cimento, telhas, madeira, areia, ferro e outros materiais de construção para estes "degraus da elite".
Na contramão disso existem as diversas, e porque não dizer, centenas de casas fechadas á espera de seu ilustre morador ocasional, para este poder passar um final de semana de descanso e lazer na praia ou no campo.
Bah, com as promessas, o povo se rasteja como cobra pelo chão, catando as migalhas deixada pelos sobejadores.
A foto acima diz: Sem-teto, mas preciso de mulher rica.

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"O salão apresentava uma beleza linda e tradicional. Dividido em compartimentos por meio de tapeçarias feitos de peles de animais, e outros em couro, eram totalmente ilustrados com figuras de animais. Tinha também alvéolos embutidos por toda a extensão do grande cômodo. As janelas davam a claridade necessária durante o dia, encobertas apenas por uma treliça de vime pregada sobre o Castilho. Lampiões á óleo, suspensos nas paredes compunham a luminosidade quando ao cair da noite. Os estofos dos assentos eram bordados, e afrescos tirados de histórias Bíblicas enfeitavam a parede atrás deles. Já de frente, a lareira destacava-se contendo sobre si escudos e lanças que ficavam posicionadas sobre maneira á parecer um duelo. Duas armaduras completas ficavam posicionadas na lateral das portas como se fossem guardas vigiando a entrada do salão. Compondo a mobília do local, uma arca e alguns tamboretes davam-se aos visitantes, após as refeições para repouso. Já para o dono, uma poltrona acolchoada e bem forrada ficava reservada á sua espera no outro canto do salão.
- Vejo que mantém este Castelo conservado como era no tempo de nossos pais. - Disse Antônio Gusmão ainda á mesa, feliz em poder estar novamente onde nasceu e cresceu."

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