domingo, 22 de março de 2009

Enquanto você trabalha eu descanso


- Tarefa dura, tarefa difícil essa! - Diz uma empregada qualquer, após realizar todo seu serviço de faxina.
- Nossa, como trabalhei hoje! - Diria um jardineiro qualquer, assim que pôs as ferramentas de lado.
Enquanto isso o patrão dorme tranquilo e sossegado em seu quarto.
Cena comum essa. O rico paga e o pobre trabalha pelo dinheiro. O rico tem todo tempo do mundo para fazer outras coisas, ou simplesmente para fazer nada. Já o pobre, com o tempo comandado, apenas tenta cumprir suas obrigações diárias. Isso é assim mesmo. Natural que seja assim. O que não pode, e infelizmente acontece, é aquele indivíduo que, muitas vezes sendo tão pobre quanto você, lança um fardo maior sobre seu semelhante do que ele mesmo suportaria.
Exemplifico, explicando.
Certa feita um sujeito, já de meia idade, conversava com uma mulher á respeito de um rapaz que conheciam:
- Ele trabalha no dia em que todos estão de folga? - A mulher indagou, admirada.
- É, ele trabalha sim... Mas só vai até uma ou duas da tarde. - Disse ele com desdém.
- Humm... - Ela achou interessante e murmurou, e depois manteve-se observando o rapaz trabalhar, enquanto o outro sujeito se manifestava novamente:
- Ele está trabalhando hoje, mas é só hoje. Amanhã você não o verá por aqui.
O rapaz de quem falavam estava próximo, debaixo de um sol escaldante, pegando no pesado, e logo percebeu que falavam dele. Naquele momento teve vontade, ele me disse depois, de entrar naquela conversa e indagar: "E o senhor, por acaso já fez alguma coisa anteontem, ontem ou hoje?" Mas preferiu manter-se quieto e trabalhando. No dia seguinte lá estava o rapaz de novo, na lida, debaixo do sol, enquanto o linguarudo e difamador estava sei lá aonde; na cama talvez.
Portanto uma lição podemos aprender disso. Não exija dos outros mais do que você mesmo pode fazer. Pimenta no dos outros é refresco; mas experimente colocar no seu também para ver se refresca.

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
Geralmente Félix fazia as honras da casa. Ele havia convocado mais empregados para as tarefas de arrumação dos quartos e da cozinha, e com isso, podia receber á todos com imenso prazer e felicidade. Seu irmão Antônio Gusmão já não se encontrava ali junto deles, mas, antes de partir deixou uma carinhosa mensagem para Joana, desejando-lhe sorte. Já as amigas da felizarda Joana não se distanciavam momento algum.
Todos os dias era a mesma coisa, o Castelo ficava cheio de pessoas. Havia comida e vinho em abundância para todos. Peregrinos de todos os vilarejos vinham desejar saúde e paz para os familiares e principalmente para a mãe do aguardado bebê. A notícia do prometido nascimento da criança, revelada em uma novena, disseminara-se como erva daninha, chegando ao conhecimento de ricos e pobres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário