sábado, 21 de março de 2009

As marionetes de auditório


Já notaram que quem manda geralmente fica por trás dos bastidores? Já observaram que aqueles que nós muitas vezes admiramos como pessoas eloquentes, como apresentadores ousados, que não tem papa na lingua, que dizem o querem sem medir consequência, na verdade são paus mandados dos poderosos?
Um dos únicos donos de emissora que conheço, e que mostra a cara, é o Silvio Santos. Ele comanda seu canal de TV e ainda apresenta alguns programas, fazendo brincadeiras e palhaçadas. No mais, neste e em outras emissoras, o que se vê são funcionários, empregados e artistas que realizam este tipo de proeza.
Pode até parecer liberdade, direito á livre opinião, autonomia, mas os homens e mulheres que vemos diante da tela são na verdade marionetes de auditório. Alguns deles fazem tão bem este papel que se vendem, se corrompem e até mentem para agradarem ainda mais aos seus superiores. É claro que existem aqueles que, por preço nenhum, perdem sua postura e descência para virarem instrumento de manobras políticas de quem quer que seja. Mas, para tristeza da raça humana, não são poucos os que, por um simples cargo político, por qualquer vantagem finaceira ou proposta de ascenção, vendem sua alma ao "diabo", em busca de poder a qualquer custo.
Quando eu era criança gostava de ver aqueles teatrinhos de fantoches. Juntava-me á uma turminha só para me divertir. Nós riamos das besteiras que eram faladas. Riamos das palhaçadas que os bonecos faziam. Ficávamos extaziados e impressionados de como aqueles brinquedos, presos á finíssimas linhas, se movimentavam e agiam. Não sabíamos como aquilo era feito. Como era possível seres inanimados possuirem vida. Mas na verdade, porque éramos inocentes, o que nós não sabíamos era da existência de truques, de técnicas de manuseio e principalmente dos profissonais que ficavam por detrás daquele minúsculo espetáculo. Eles sim é que faziam tudo acontecer.

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
- Um dos maiores bastardos reformadores que já se viu transitar aqui em Roma, durante recentes Pontificados, foi Arnaldo de Bréscia, não foi?
Esses meus educandos estão sabendo mais e mais á cada dia. Pensou Vittini.
- É verdade jovem. A Igreja e o Papa da época sofreram muito com esse sujeito. Ele quase conseguiu o que queria. - Respondeu Ambrósio Vittini.
E acrescentou:
- Vou deixar bem claro para quem ainda não ouviu falar desse sujeito. Esse rapaz havia nascido na Lombardia e desde que veio á Roma quis executar uma reforma no poder da Igreja Católica, e para isso liderou um movimento...
- Que movimento foi esse? - Indagou um outro aluno interrompendo seu Mestre.
- Era isso que eu ia dizer agora.
Houve risos entre os aprendizes.
- Não tem problema, seguimos. Bem,... Há sim, neste movimento empreendido por Arnaldo de Bréscia, ele pretendia ver reduzido o poder temporal do Clero e reforçado o poder Municipal. Tudo isto para ver encurtado o poder Episcopal ás custas de um Senado forte com políticos eleitos pelo povo e munidos de total autoridade. O que ele queria na verdade era expurgar o poder da Igreja, eliminando-a, e dar total autoridade ao Senado e seus políticos. Já pensaram se ele conseguisse isso, o que seria de nós? Nos transformaríamos em meros fantoches!

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