quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Uma só carne


Poucas semanas atrás soube de um convite de casamento. Não que eu era um dos convidados, mas de uma certa forma acabei sabendo deste evento. Para minha surpresa uma mulher desquitada e com filhos já grandes estaria se enlaçando matrimonialmente. Para muitos um fato normal, rotineiro, comum. Até poderia concordar com isso, afinal de contas todo mundo tem o direito de tentar se feliz na vida. Mas bastei refletir um pouco sobre o real sentido de casamento e pronto: a oposição á este acontecimento já estava formada.
Quando duas pessoas resolvem viver, morar e construir uma vida juntos, dando a isto o nome de casamento, normalmente sabem que é algo para ser duradouro. Não é como namorar ou até mesmo noivar. Esse passo é algo muito mais sério. Querendo ou não envolve, além das famílias, um conceito de união muito antigo: "Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á á sua mulher, e serão ambos uma carne." Gênesis 2:24.
O padre, pastor ou outro mestre qualquer que normalmente costuma realizar esse tipo de cerimônia sempre repete a mesma frase: "até que a morte os separe". Sei que nos dias de hoje, com o divórcio em moda e facilitado, é muito mais fácil, ainda mais quando os problemas se afunilam, partir para "uma outra". Mas pense, e pense bem sobre isso: Um corpo pleno e completo, no sentido mais amplo de cada uma dessas palavras, verdadeiramente só será formado se duas pessoas, baseadas no amor, mantiverem-se fortemente unidas e cientes de que tal união foi feita diante de uma autoridade muito, mas muito maior que elas.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"- Querida, você está tão linda hoje, - iniciou Félix, tentando se retratar das palavras que havia dito, - como sou um homem feliz!
Na verdade ele também tentava agradá-la depois de ficarem dias sem trocar uma única palavra. Estavam sem dormir na mesma cama fazia um bom tempo.
- Ora estou do jeito que sempre fui, deixe de brincadeira é hora de irmos rezar na Paróquia.
Aproximando-se mais ainda, tentou tocá-la.
- Félix não é hora disso, olhe em volta, não vê as nossas empregadas nos olhando?
Havia as tradicionais empregadas de rotina do Castelo. Umas ajudavam nas preparações das refeições matinais. Já outras faziam a limpeza e arrumação de alguns cômodos. Estavam todas ali para tomarem um café. Joana não costumava fazer distinção, e por isso os empregados comiam junto com seus patrões.
- E o que tem? Elas não sabem que sou seu marido? Aliás, nunca concordei muito com essa idéia de deixar os empregados comerem junto de nós.
Ela esquivava-se dele, não permitindo que sua mão encostasse à dela.
- Deixe disso. Não quero que pensem que somos um casal que não sabe se reservar e manter o respeito. O Padre disse que nesta semana faríamos uma reza especial e que para isto deveríamos nos manter puros.
- Mas o que há com você mulher? Até o Padre vai ficar no meio da gente agora? Ele não sabe das coisas, não tem mulher para cuidar.
Não houve resposta. Ficaram então totalmente quietos."

Um comentário:

  1. Se você quer falar com o autor do livro:Quem és tu Domingo? Envie uma mensagem pelo e-mail: marcosshabat@oi.com.br

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