quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Sonhando com uma vida mais justa


Nesses dias de pratos cheios, mesas fartas, e excesso de comida para os felizardos que podem realizar uma ceia, ponho-me a imaginar um mundo sem desigualdades. Após ler um capítulo de meu livro, que trata justamente da enorme diferença entre nobres e plebeus, percebo que depois de tantos séculos, e tantas mudanças que a humanidade já presenciou, ainda nos encontramos atados frente á um dos maiores problemas sociais do planeta: a fome. Pode parecer utópico, ou até mesmo ilusório, mas creio ser plenamente possível erradicar esse mal de nosso meio.
Se nos tempos antigos os meios de produção e escoamento, que não eram tão desenvolvidos assim, permitiam, mesmo que com carências, que um trabalhador se alimentasse e tivesse o que dar á sua família, quanto mais hoje em dia. Produz-se muito mais e melhor e com menos custo. Tudo é rápido e fácil. A variedade também é enorme. O que falta talvez seja uma melhor distribuição, passando por políticas de emprego e salário. É claro que há muitos interesses em jogo, e também má vontade. Por isso essa importante e sonhada melhora ainda não tenha sido implementada. Mudam-se os governantes, mas os problemas continuam os mesmos. Se no passado os pobres sofriam com a tirania de alguns Reis, digo que hoje sofrem pela falta de verdadeiros Senhorios. A falta de alimentos na mesa de muitos é uma dura e cruel realidade. Talvez não nos demos conta disso na prática, pois eu e você estamos do outro lado. Mas quando ouço uma notícia de que uma família está comendo ratos por falta de carne em seu prato, me sinto triste e ao mesmo tempo impotente. Mudar este quadro significará muito mais união e luta. Infelizmente os "nossos representantes"; (desde os eleitos para a câmara de seu município, até os do senado federal em Brasilia); ainda não se concientizaram que o poder foi lhes dado para cuidarem quase que exclusivamente disso. Espero que agora a barriga deles estejam cheias, e que em sua mente brotem soluções e ações para que o sonho de justiça um dia se torne latente para todas as pessoas.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"Quando vamos gozar do nosso trabalho? Pensam enquanto trabalham.
Trilha-se o grão e depois venta-o. Agora falta pouco... É hora de ensacar, ufa, finalmente mete-se no celeiro.
Triste saga á dos campesinos. Triste a vida destes pobres trabalhadores. Triste a sina da família Meléndez.
... Neste primeiro dia da semana a família camponesa está rasgando a terra com o arado para por as sementes, e sonhar que um dia irão colher novamente.
- Espero que esta próxima colheita seje melhor que a anterior. - Disse um idoso camponês.
Já seu filho mais moço dizia:
- Espero poder encher o celeiro.
E um esquelético homem, vizinho deles, que mal agüentava carregar os galhos secos, proferiu:
- Quero comer até me fartar, chega de mingau.
A fome é o medo principal de todos. A fome é negra, a fome é má e cruel."

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