terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A exploração pela exploração


Desde os tempos antigos o homem se subordina ao homem. Existe até um ditado popular que diz:"Manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Na verdade sempre foi assim. Quem detém o capital, os meios de produção, as terras, ou o que mais que seja ou sirva de objeto de dominação, fará o papel de mandante. Aquele que não detém nenhum destes recursos será obrigado a abaixar a crista e simplesmente deverá obedecer. Por isso existe patrão e empregado, dono e meieiro, rico e pobre. Durante o período da existência dos feudos o senhor feudal doava parte de suas terras para um ou mais vassalos para que este(s) lhe(s) desse segurança. O vassalo por sua vez repassava parte das terras á pobres camponeses para que estes produzissem alimento, vendessem o excedente da produção, e por fim lhe desse lucro em dinheiro, pagando-lhe impostos. Parte destes impostos, mais tarde, acabavam nas mãos do senhorio. Uma intensa cadeia em escala de importância e resultado final.
Isso hoje, mesmo com o fim do sistema feudatário, ainda é assim. Parece que os grandões gostaram da brincadeira. Ninguém pensa em dividir os seus lucros de forma igualitária. "Quanto mais melhor". "Farinha pouca meu pirão primeiro". Os negros que sofreram com a escravidão souberam na pele muito bem o que é isso.
Se tu te indignas com este famigerado e desigual sistema tendes a sofrer severas penas. É como se não tivéssemos saída. A não ser que, como o mundo capitalista costuma pregar, habilmente você monte uma empresa ou crie um produto, para poder competir com as demais já existentes no mercado, e assim poder, ou pelo menos tentar, fazer sucesso.
SHALOM ALEICHEM

Trecho do livro: Quem és tu Domingo?
"Bertone Pagani era cidadão Romano, oriundo de Pisa, morava na cidade dos Papas desde muito jovem e era também um ótimo cavaleiro. Sua destreza e obediência proporcionaram-lhe o título de vassalo daquelas terras em que agora caminhava. Félix Gusmão confiava nele, e agora era o dono de sua própria terra, podendo fazer o que pretendesse com elas.
“Tome estas terras para ti. É uma concessão minha direta á ti. Em troca apenas lhe peço proteção contra saqueadores e bastardos... As famílias que moram neste terreno ficam á seu cargo.” Lembrava-se Bertone das palavras que Félix havia dito.
Como vassalo das terras próximas ao Castelo, Bertone tinha que prestar algumas obediências á Félix como seu senhor feudal. Uma vez por ano fazia uma longa expedição de até quarenta dias pela região dos domínios da família Gusmão. Esta incursão, como era chamada, era realizada, sobretudo em tempos de guerra entre os vizinhos da nobreza. Solicitada esta guarda para a proteção da Fortaleza, com a convocação dos plebeus, o vassalo dedicava-se em manter a paz em troca da supremacia de seu feudo.
Uma das famílias de que Bertone invariavelmente convocava para estas incursões e que tinha também de tomar conta para que fizessem boa produção agrícola, para retirar dali os impostos, eram os Meléndez, moradores de uma humilde casinha naquelas terras."

Nenhum comentário:

Postar um comentário