domingo, 15 de janeiro de 2012

MORRI, AINDA ASSIM CASEI... MACABRO!



Houveram, sim, outras importantes notícias nesta semana última. O Transatlântico que naufragou na Toscana, a mulher que está a espera de quadrigêmeos, só que porta uma barriga tão avantajada que mais parece ser de uma obesa acima dos 500kg, etc, etc... Mas esta aqui chamou-me, de fato, a atenção e merece destaque:

Um tailandês, de Bangcoc, casou com o cadáver de sua namorada, morta em um acidente de trânsito, para unir suas almas na eternidade, informou a imprensa local nesta terça-feira, 10. O casamento de Chadil Deffy e sua namorada, Ann, aconteceu em 4 de janeiro na província de Surin, no noroeste do país, em cerimônia budista acompanhada por seus familiares e amigos.
“Nosso amor foi algo muito grande, mas por lástima não podemos viajar ao passado e mudá-lo. A vida é curta, e hoje realizo meu desejo e agradeço a todos os que estão presentes”, manifestou o namorado na lúgubre cerimônia.
O jovem de 28 anos enviou um convite a todos seus conhecidos através de sua página no Facebook para o evento, que foi celebrado quatro dias depois do acidente, ocorrido na noite de réveillon. As imagens do casamento foram transmitidas pela televisão tailandesa, enquanto quase 30 mil pessoas as viram e comentaram através da página pessoal de Chadil.
As fotos mostram a jovem na cama do hospital e depois vestida de noiva durante o casamento, enquanto Chadil colocava o anel em seu dedo e a beijava na mão e na testa.
Para Chadil, o melhor presente de casamento será ver cumprido seu desejo de reencontrar a amada em sua próxima vida.

Fonte: Estadão

Olha, sinceramente, não sei nem por onde começar. Quem viu esta notícia deve ter ficado como fiquei: estupefato, boquiaberto, pasmo, bobo ou até mesmo sem nada entender. Estávamos eu e minha esposa vendo TV, como normalmente fazemos nas noites do primeiro dia da semana, a fim de nos interarmos sobre o que anda acontecendo pelo mundo, quando, de repente, nos deparamos com tal manchete. O telejornal noturno prometia que daria detalhes depois dos comerciais. Mas nós, eu e minha companheira de estrada, nos olhamos, e ela, instantâneamente, sem pestanejar, mudou de canal. Lembro-me ainda da pergunta subsequente:
- Você vai querer ver?
E eu, meio atônito, respondi:
- Não.
Mas tem coisas que não saem facilmente da cabeça. Naquela dia nós realmente não vimos ou ouvimos mais nada á respeito deste macabro casamento. Só que este episódio - nem sei direito do que chamo, se louco, ediondo, patético, desvairado, triste, emocionante, ou mesmo uma prova de amor, enfim, sei lá, entende? rsrs... - então, este casamento do além ficou "martelando" na minha cabeça.

Como já citei na introdução, houveram outros destaques, curiosos e trágicos, para que deles pudesse fazer uma ligeira explanação, mas casar-se com uma morta, com um defunto, com alguém que não mais está entre os vivos, olha, eu achei o cúmulo!

Você, caro leitor, faria algo semelhante? Por amor, casaria com aquela pessoa que tragicamente perdeu a vida dias antes de subir no altar?
Não responda de supetão. Medite antes.
Eu reagi mais ou menos assim:
Não, não é possível! Pensei.
Deve ser muito amor... Ponderei outras tantas vezes.

Well, acho que nunca conseguirei entender direito isso. Acho que nós Ocidentais lidamos muito mal com a morte. Temos tanta repulsa de perder alguém, que isso de casar-se com quem se foi, nem passa pela cabeça. Ninguém, pelo menos que eu conheça, toparia realizar tal ação...

A macabra cerimônia era Budista. Bem, os Budistas acreditam em reencarnação. Até ai tudo bem. Faz parte da tradição deles. Obviamente que estão acostumados a ouvirem histórias de gente que foi e depois voltou, etc. Dizem que vão e voltam dezenas de vezes até se purificarem. Outras almas, aquelas mais ruinzinhas, digamos, ficam por ai, perambulando pelo mundo, fazendo das suas. Isso tudo é comum no meio espírita, Budista, dos Hindus, e de tantas outras religiões que acreditam na reencarnação. E isto, na verdade, a reencarnação em si, nem está em voga aqui. O "X" da questão é outro.
Não é por muito acreditar que seu espírito voltará em outro corpo, ou no mesmo, vai entender, é que Chadil Deffy se casou com sua namorada já sem vida, gelada e mudando de cor. (Lembre-se que A CERIMÔNIA OCORREU QUATRO DIAS DEPOIS DELA TER FALECIDO)! Ele ofereceu-se para tal ato, segundo consta na matéria, apenas para aparecer, para ser "diferente", para virar notícia. Sim, este Tailandês utilizou-se das redes de comunicação para propagar, divulgar, para fazer notória sua tragédia, e assim angariar curiosos e a mídia - sempre sedenta de babacas do tipo, que querem seus 15 minutos de fama - e com isso ser manchete em boa parte do mundo.

BABACA!

É, só assim consigo me dirigir á este imbecil. Um verdadeiro babaca, se foi esta mesmo sua real intenção. Onde já se viu, casar com um defunto? Mesmo com tanto amor, ora bolas, ninguém em sã consciência coloca uma aliança no dedo anelar de ninguém, este estando gélido, sem vida e pulsação. No máximo a pessoa que, digamos, ficou ainda neste mundo, presta luto, em sinal de respeito e admiração. Agora imaginem vocês, o cara nem bem casou e já está VIÚVO! Aliás, ele já contraiu laço matrimonial estando na mais pura e singela viuvez! Pode uma coisa dessas? É cada doido que me aparece...

Não se admirem se um dia desses alguma outra besta em forma de gente quiser se casar com um cachorro, com um gato, leão, tigre ou elefante. Quem sabe até irão querer realizar casamentos triplos - tipo dois homens e uma mulher, ou o contrário -, casamentos quadruplos, quintúplos, enfim, um bacanal mixto, entre bichos e humanos, todos enlaçados no "mais puro e límpido amor". Afinal de contas o importante é amar, não é? Então ame, seja lá o que for.

SHALOM ALEICHEM

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