domingo, 29 de janeiro de 2012

1,2,3... PRÉDIOS DE UMA SÓ VEZ...



Um desabamento atingiu pelo menos dois prédios no Centro do Rio, na altura da Avenida Treze de Maio. De acordo com a empresária Zilene Bernardino, que trabalha no local, desabaram um prédio de dez andares na Rua Manuel de Carvalho, esquina com Treze de Maio, e outro de 21 andares na própria Treze de Maio. A Defesa Civil Estadual informou que o desabamento deixou 11 vítimas, entre mortos e feridos, um deles retirado do meio dos escombros.
Uma moradora de um prédio vizinho relatou que três andares do prédio desabado passavam por reforma. "De repente, ouvimos um grande barulho e começou a voar tudo, e os 18 andares caíram", contou a argentina Devora Galavardo, que mora há seis meses em frente ao prédio que desabou.
Amigos e parentes cercam o local em busca de informações sobre pessoas que trabalham na região, enquanto a Guarda Municipal impede a aproximação, pelo temor de dano estrutural às construções vizinhas.
De acordo com a assessoria do Corpo de Bombeiros, há 60 homens da corporação no local do desabamento atuando no trabalho de socorro. Há bombeiros dos quartéis da Barra da Tijuca, de São Cristóvão e do Centro. Há 14 viaturas entre ambulâncias, caminhões de água e de escada magirus.

Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/01/predio-desaba-parcialmente-no-centro-do-rio-diz-prefeitura.html

Como pode-se notar, as manchetes sobre esta tragédia no Rio de Janeiro, são um pouco contraditórias e conflitantes. Desde o dia do ocorrido falam-se em dois, ora em três prédios que desabaram no Centro da cidade, outrora maravilhosa.
Mas, ao que consta, parece que confirma-se mesmo a queda de um terceiro prédio, menor, ainda em contrução, portanto inacabado, aumentando ainda mais o impacto deste incidente.
As cenas que foram divulgadas fizeram em muito lembrar-nos dos ataques ao World Trade Center. A nuvem de poeira ia cobrindo tudo que via pela frente, enquanto que as pessoas fugiam desesperadas.

É desanimador depararmos com tal acontecimento. É também chocante constatarmos, analisarmos, e talvez até imaginarmos como é se ver numa situação dessas, lá dentro, no "olho do furação." Como aquele relato do jovem que se escondeu no elevador, que em queda livre parou somente no terceiro andar, livrando, D'us sabe como, aquele rapaz da morte prematura.

Como um prédio cai assim? Um não, dois, três prédios de uma só vez...
De uma hora para outra viraram um monte de ferro retorcido, escombros e poeira. Nem uma porta, sequer, ficou inteira para contar a história. As construções simplesmente desintegraram-se. Foram pulverizadas. Tornaram-se material para aterro sanitário. Um monte de entulho sem valor algum.

Quantas vidas se perderam em mais esta tragédia? Já falaram em 19. Outros canais afirmaram que passa de 21 o número de mortos. Enfim, não importa. Tivesse sido apenas uma pessoa, ainda assim seria motivo de tristeza. Tristeza do Rio, que sediará as Olimpíadas de 2016, que é também uma das sedes da Copa do Mundo em 2014, e que permanece como cartão postal mais visto e apreciado do Brasil lá fora. Tristeza da população, que já sofria com os estouros nos bueiros, com o conflito da polícia com traficantes nos morros cariocas, com o péssimo estado de manutenção dos bondinhos, com a explosão de restaurantes, e com tantas outras mazelas e desleixos dos seus representantes públicos.

É essa a cidade que sonhamos e queremos? Onde está a segurança?
Como é que se faz uma reforma, tirando paredes do lugar, mexendo na estrutura de um prédio, sem que ninguém note ou impeça? Para mim este trágico episódio só tem uma explicação: BURRICE!

Tudo bem, vamos lá, vamos ponderar tal situação, ver o lado dos operários, coitados, que ganham pouco, trabalham muito, têem que dar produção, cumprir metas e prazos á todo custo para ganharem seu bocado de pão. Tá, vamos levar isto em consideração. Vamos analisar também que, tal como essa obra que vinha sendo feita, milhares de outras são, da mesma forma, realizadas neste nosso País, sem qualquer tipo de acompanhamento, estruturação e preparo. A correria é geral. A modernidade, o progresso, a concorrência, etc, exigem que seja assim. Tudo bem, vários pontos de vista são, podem e devem ser analisados. Mas e os tais homens estudados, aqueles com "canudo" em baixo do braço, os que lidam apenas com papel e caneta, dentro de escritórios refrigerados, muito bem pagos para pensarem, digamos, em tudo, onde estão numa hora dessas? Não poderiam, eles, terem impedido tal desgraça?

O mínimo que uma reforma exige, PRINCIPALMENTE AS REALIZADAS EM GRANDES EDIFÍCIOS, é inteligência.

Se estou no nono andar, significa que oito andares estão debaixo dos meus pés. Se preciso fazer mudanças drásticas neste andar onde estou, o mínimo que preciso é certificar-me que tais alterações não acarretarão em problema. Por exemplo, se quero adicionar mais peso ou um outro andar á uma construção, preciso então verificar se a estrutura suportará tal coisa. E isto deve ser cuidadosamente estudado por quem de direito, é só realizado após minuciosos pareceres.
E NADA DISTO FOI FEITO NO FATÍDICO EDIFÍCIO LIBERDADE!
Talvez, eu disse talvez, por isso caiu. Somente peritos é técnicos darão a resposta final. Só sei que este prédio sofreu inúmeros acréscimos ao longo dos mais de sessenta anos de sua existência.

Se anteriormente caiam prédios, como o Palace 2, daquele safado do Sérgio Naya, por falta de uso de bons materiais, agora prédios caem em maior escala por pura imperícia nos cálculos estruturais e na execução operacional.

SHALOM ALEICHEM.

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