domingo, 23 de janeiro de 2011

REGIÃO SERRANA DO RIO CONTABILIZA OS PREJUÍZOS





















Pois é, passaram-se quase duas semanas da catástrofe causada pelas fortes chuvas e a região Serrana do Rio de Janeiro ainda é notícia.
Contam-se os mortos, procura-se pelos desaparecidos - que em breve farão parte do quadro daqueles que também perderam a vida - contabiliza-se os prejuízos, refaz-se as contas e calcula-se por onde começar a reconstrução.

O número de óbitos nas seis cidades afetadas (Teresópolis, Itaipava, Friburgo, Sumidouro, Areal e Bom Jardim) já passa da casa dos 800! O número de desaparecidos não tem sido muito noticiado, mas estima-se serem mais de 400. Ou seja, numa breve conta poderemos ter mais de 1200 mortos em toda a região! Número esse que ainda poderá aumentar, visto que as últimas escavações nos lugares devastados, o corpo de bombeiros e a defesa civil, juntos, somente tem encontrado pedaços de pessoas. São diversos braços, cabeças, pernas e membros mutilados, já totalmente desfigurados e podres, que tem sido retirados dos escombros. Por esse motivo, para tentar evitar mais comoção ou dramaticidade por parte da imprensa local, as recentes buscas tem sido mantidas na obscuridade.

Enfim, são quase 14 dias que já se passaram. Dias de muito luto e dor. Dias, principalmente para aqueles que foram envolvidos diretamente nesta tragédia, de total pesadelo. Sem parentes ou casas estes pobres sobreviventes tentam ainda encontrar forças para prosseguirem vivendo. De "pires na mão" eles aguardam ansiosos pelas autoridades. Enquanto isso os líderes de seus devidos Municípios se reunem á portas trancadas para elaborarem um "plano de ação conjunta", o chamado CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL, com a finalidade de ajudar as famílias dos desabrigados e dos desalojados, além de estabelecerem projetos de segurança pública e de infraestrutura na região Serrana, visando a prevenção contra possíveis fenômenos naturais que vierem a ocorrer.

Em contrapartida as vítimas desta tragédia, aqueles que perderam tudo o que tinham, não estão nada, nada satisfeitos com o que estão vendo e ouvindo.
Houveram muitas promessas.
O Governador do Rio, Sérgio Cabral, esteve aqui na Prefeitura de Teresópolis e "soltou" palavras ao vento, comprometendo-se com Deus e com o mundo, na ânsia de aliviar o sofrimento de toda essa gente que ficou no relento. O Prefeito daqui também em nada diferiu e "lascou" historinhas sobre reconstrução, nos microfones daquelas emissoras que lhe dispuseram atenção. E assim foi com a Benedita e até com a Presidenta Dilma. Mas na realidade, até agora, NADA DE CONCRETO FOI FEITO! E o povo, coitado e sofrido, triste e abatido, continua na fila de espera, aguardando...

Essa demora vai acabar causando um terrível mal-estar entre todos os cidadãos. Pois ninguém aguenta mais tanto descaso e desmando.

Lembro-me bem da última catástrofe que atingiu Teresópolis. Foi uma chuvarada que caiu e fez despencar parte do morro do Pimentel - uma populosa área pobre da cidade. Isso foi em 2002, se não estou enganado.
Pois bem, nesse bairro morreram "apenas" 14 pessoas. Algumas outras ficaram desalojadas - umas 50 famílias se tanto. De lá pra cá praticamente nenhuma dessas famílias recebeu qualquer tipo de ajuda do Governo. A única coisa que, digamos, o Prefeito da época tentou cumprir - a despeito de também ter prometido muito - foi construir umas casinhas de péssima qualidade, na ribanceira de um vilarejo afastado da cidade.
Conclusão: Nenhum morador quis povoar essas tais casinhas de "quinta categoria" e o lugar ficou vago. Só agora algumas pessoas "toparam" morar neste malfadado lugar. Quem? Justamente os desbrigados desta nova tragédia.
As casas atualmente precisam de reforma. Necessitam urgentemente de muros de contenção, pois ameaçam cair despenhadeiro abaixo. E precisam também de uma melhor infraestrutura para aquele lugar ser considerado um lugar digno para se viver.

Será que os engravatados homens do poder farão alguma coisa? Humm... Acho difícil.

Pois eles, os Governantes, parecem não aprenderem nunca com as más gestões anteriores, e repetem os mesmo erros. Continuam com suas vãs promessas, jogando no ar cifras e mais cifras astronômicas que virão sei lá de onde para reconstruirem as cidades afetadas. Primeiro falou-se que seriam necessários 80 milhões. Depois citaram o valor de 150 milhões, por causa das pontes e estradas que ficaram comprometidas. E, pasmem vocês, já se ventilou a possibilidade dos gastos extrapolarem MEIO BILHÃO DE REAIS! Isso porque precisariam concluir dezenas de obras, que na ótica deles, são indispensáveis para que a região Serrana volte a fluir como antes...

Só que na real mesmo, até a presente data, o que de fato os sobreviventes viram foi: água, colchonetes, comida e abrigo. Pouco se pensarmos no quanto se arrecada de impostos neste País, não acham? E receberam "issozinho" só porque foram DOAÇÕES VINDAS DIRETAMENTE DO POVO BRASILEIRO, DE UMA FORMA GERAL! Pura caridade e amor ao próximo. Dos políticos mesmo, receberam apenas pose, discursos vagos e promessas, muitas promessas...

Bem, vamos torcer para que os familiares e amigos dos desabrigados lhes dê algum tipo de auxílio substancial, para que assim eles possam sair do "fundo do poço" e retomarem suas vidas.

SHALOM ALEICHEM.

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