domingo, 16 de janeiro de 2011

TRAGÉDIA EM TERESÓPOLIS



















Cá estou eu, fazendo uma nova postagem, e uma nova postagem sobre enchentes...
Desta vez tentando transcrever o caos, a tragédia que se abateu sobre minha própria cidade, Teresópolis.

O que vejo por aqui é realmente um cenário de guerra. Ruas foram destruídas. Pontes foram arrancadas. Casas simplesmente sumiram de seus locais de origem. Bairros inteiros tiveram sua topografia alterada, e centenas de pessoas perderam suas vidas.

E imaginar que eu não queria mais postar sobre chuvas e enchentes...

Pois é, logo aqui na serra o caos se abateu sobre a população de uma maneira jamais vista neste País, pelo menos nesta proporção. Este fato já é considerado pela ONU como a DÉCIMA MAIOR CATÁSTROFE NATURAL DO MUNDO, E A MAIOR DO BRASIL! Já pensaram no que é isso?

Boa parte da cidade de Teresópolis, principalmente seu interior, literalmente acabou!...

E isso não foi só aqui. Friburgo e Itaipava, além de São José do Vale do Rio Preto, Areal e Sumidouro também estão sofrendo com esta catástrofe. Quem não se lembra, por exemplo, do teleférico da praça do Suspiro, em Nova friburgo. Muitos já devem até ter passado bons fins de semana ali. Pois é, aquele lindo lugar, com hotel, boliche e amplos lugares de lazer, pode-se dizer que já não existe mais. Todo o morro está condenado e embargado pela defesa civil. Na giria dizemos que as contruções que lá ainda estão, e que por sorte não cairam, estão "pendurados", á ponto de cairem... Isso sem contar os vários mortos, feridos, desbrigados e desajolados.
Tragédia...

Foram apenas 4 horas de chuva. Na última madrugada de terça-feira as "comportas do céu" se abriram com vontade, de tal maneira, que despejaram sobre a região serrana do Rio uma quantidade de água que era esperada para o mês inteiro! Choveu a cântaros! Trovões, raios e água, muita água desceu das nuvens. Foi aquilo que chamamos de CABEÇA D'ÁGUA, e que outros conhecem como tromba d'água. Enfim, independente da nomenclatura que se dê, o fato é que as nuvens "estacionaram" no sopé das montanhas, de bairros como Caleme e Campo Grande, e descarregaram suas águas com muita força. As imensas pedras, paus e árvores rolaram morro abaixo, levando consigo comunidades inteiras, transformando tudo num cenário de total destruição e desolação...

Ainda bem que o povo solidarizou-se. Toneladas e mais toneladas de alimentos, de roupas, de água potável, e outros utensílios, tem sido trazidos aqui para a cidade. As pessoas puseram literalmente a mão-na-massa e se ofereceram como voluntários, ajudando no que fosse preciso. Milhares de pessoas estão sem teto, sem comida, sem parentes, ou encontram-se feridos e abalados emocionalmente. Muitos perderam tudo. Os sobreviventes desta catástrofe ficaram simplesmente sem nada. Então coube aos cidadãos de bem - aqueles que sairam ilesos desta tragédia - em dar uma verdadeira demonstração de irmandade, de amor ao próximo, e ajudar. Pelo menos essa manifestação do povo Teresopolitano foi algo bonito de se ver, de engajar-se e de se sentir. O povo se uniu e abraçou-se como um todo. Este foi e está sendo nosso único consolo.

Não estávamos preparados para tal evento. Por isso o sofrimento é grande. Falta água em quase toda cidade, luz em alguns pontos e sinal de telefone em outros. Boatos foram espalhados, dando conta que um arrastão estava ocorrendo no centro da cidade. Pronto, foi mais pânico para a sofrida população. Os policias tomaram conta das ruas e Avenidas. A Marinha e o Exército mandaram parte de seus contingentes para cá. A Força Tarefa enviou seus homens. A cidade parou.

Como voltar a vida normal? Quando isso acontecerá? Como voltar a sorrir?

Para não perder o bom humor, mesmo em meio ao infortúnio, digo que de agora em diante temos lama para dar e vender... Quem quer uma pedra das montanhas para guardar de recordação?... Já até batizei esta estação de CHUVÃO. De agora pra frente teremos então: Primavera, CHUVÃO, Outono e Inverno... Como chove em Terê, puts...
E quando me perguntarem: - E ai Marcos, tudo bem?
Eu lhes responderei:
- Tudo bem, se não chover...

SHALOM ALEICHEM.

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