domingo, 6 de fevereiro de 2011

A crise no Egito






















Bem, depois que meu computador mais uma vez foi "atacado" por vírus virtuais, me impedindo de postar na semana passada, cá estou de volta para comentar sobre a grave crise que assola o Egito.

A população civil de lá está insatisfeita com o Governo de seu Presidente, Hosni Mubarak - que comanda o País com mão de ferro a quase 30 anos - e pede mudanças já. O conflito estende-se por duas semanas, sem previsão de fim imediato, com o povo tomando conta das ruas e praças para protestar e realizar duros enfrentamentos contra a polícia. Grande parte do mundo Ocidental vê com apreensão o desenrolar dos fatos neste País do norte da África.

Mas, afinal de contas, o que acarretou essa grande crise social nas famosas terras das pirâmides?

Segundo especialistas e diversos cientistas políticos, este conflito civil Egípcio teve origem na Tunísia.

Em 17 de dezembro último, a corrupta polícia do regime Tunisiano confiscou o carrinho de mão, com frutas e verduras, de Mohamed Bouazizi. Este era o único sustento deste pobre rapaz, que com 26 anos, possuíndo o ensino superior, mas sem trabalho registrado, sobrevivia como ambulante. Bouazizi, desesperado pela perda, se banhou com gasolina e ateou fogo em seu próprio corpo. Ele até foi socorrido, mas acabou falecendo em 4 de janeiro, resultado das graves queimaduras.
Como consequência centenas de milhares de jovens sem trabalho e sem nada a perder tomaram as ruas, enfrentando a polícia com paus, facas e pedras. Barricadas foram feitas, impedindo o fluxo do trânsito, e provocando um tremendo caos nas principais ruas e Avenidas dos bairros mais populosos. As cenas de guerra civil posteriores já custaram a vida de mais de 100 destes bravos e revoltados jovens.

A morte de Bouazizi acabou se convertendo num símbolo, numa espécie de mártire contra a repressão. O descaso, o abandono, os maus tratos, os baixíssimos salários e as péssiams condições de vida do povo da Tunísia vieram á tona e estamparam diversas páginas de jornais, além, é claro, do noticiário televisivo e da internet. O mundo então se deu conta de que aquele regime - que comanda ditatorialmente o País a mais de 23 anos, e que anteriormente havia recebido elogios do FMI - nada mais fazia do que literalmente escravizar seus trabalhadores. Por isso que houve essa imediata identificação da classe operária, que submetida a décadas de Imperialismo, corrupção, autocracia, repressão, violação dos direitos humanos e desemprego, partiram para a luta armada.

O Egito é então, a "segunda estação" em que esta convulsão social desembarca.

Poucas vezes vi uma população tão insatisfeita com seu Governante, pedindo sua cabeça. Os gritos nas ruas ecoavam para todo canto, exigindo a imediata saída de Mubarak. Até um dia, sexta-feira última, após as rezas tradicionais Muçulmanas, havia sido escolhido como o DIA DA SAÍDA. Mas o Presidente, de 82 anos, com 30 de poder, manobrou pra lá, ajeitou pra cá, trocou o Primeiro-Ministro e o Vice-Presidente, desfez seu antigo Ministério, realizou na TV um discurso meia-boca, e por fim manteve-se no cargo, causando ainda mais ódio no povo e na oposição.

É, o poder deve ser algo muito bom mesmo, hein? Mesmo com tanta gente contra o sujeito ainda teima em prosseguir ditando as regras... Mubarak deve estar lá sentado no seu trono cantando "daqui não saio, daqui ninguém me tira", rs, rs...

Vendo tais notícias parece mesmo que o tal mundo Árabe está sofrendo uma terrível queda. Países como Marrocos, Argélia, Líbia, Sudão, Jordânia, Síria, Iêmen, Iraque, Arábia Saudita e Líbano, - com uma grande unidade histórica e cultural, - volta-e-meia dominados por governos ditatoriais que são submetidos ao imperialismo - parecem enfileirar-se para serem "a bola da vez" desta grave crise.

O "trem" da convulsão social apita ferozmente, buscando quem possa tragar...

Acho que a globalização vem mostrando para aqueles jovens Orientais do Islã que existe coisa muito melhor neste mundo do que ficarem submissos á um regime que proíbe a liberdade de expressão, que interfere diretamente na melhoria da condição de vida e que cauteriza as mentes, influenciando-os nocivamente a doarem suas vidas em prol de uma luta suicida contra o Tio Sam e Israel.

SHALOM ALEICHEM.

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