sábado, 4 de dezembro de 2010

A Fifa decidiu quais serão as duas próximas sedes...















Enfim, saiu o resultado. A Fifa decidiu - se de forma imparcial ou não, isso eu ainda não sei - mas, decidiu quais serão as próximas sedes, aqueles que deterão o direito de sediar as Copas do Mundo de Futebol de 2018 e 2022: (na ordem) Rússia e Qatar.

Joseph Blatter, Presidente máximo da entidade, sob o olhar atento e ansioso de uma enorme multidão de convidados, além, é claro, da perspectiva dos outros candidatos e da mídia em geral - que transmitiu o evento ao vivo para quase todos os Páises do mundo (após ter sido gerado grande expectativa, inúmeras cogitações e apostas de quais seriam os laureados) - Blater, finalmente, eliminando o grande suspense que havia, abriu os envelopes que continham os nomes de duas nações, que até então nada tinham em comum com o mundo do futebol: a Rússia, do bilionário do petróleo Roman Abramovit (dono do Chelsea); e o Qatar, representado pelos Xeiques do ouro negro que escorre aos turbilhões no deserto.

Ao analisarmos essa escolha temos que invariavelmente apontarmos alguns pontos que permeiam, no mínimo, o interesse econômico mundial por detrás destas "inocentes" opções. Porque será que essas sedes foram escolhidas? Terá sido mera sorte, ou outros interesses foram levados em conta?

A Fifa á muito deixou de ser uma entidade confiável. Á muito também que o futebol deixou de ser um esporte lúdico e inocente para transformar-se numa máquina de fazer dinheiro. É hoje um grande "Business" (negócio), como dizem os comentaristas entendidos do assunto. O futebol não é hoje visto e encarado como nos tempos do meu avô ou do meu pai, onde jogadores se doavam por amor ao clube. O amor agora é outro. Gera e movimenta-se bilhões de dólares por causa deste jogo. Disto todos sabem ou teem alguma idéia. Basta ver o salário que é pago para alguns ilustres atletas nas equipes de ponta.

Haviam outras fortes concorrentes que buscavam uma oportunidade. Inglaterra (que desde 1966 não sedia uma Copa), Portugal (que nunca sediou) e Espanha (a atual campeã, e que já teve essa sorte em 1982) - todas estas, sem sombra de dúvida, com muito mais tradição no esporte que as eleitas - pleiteavam, com justiça, por uma chance.

Mas porque não obtiveram êxito? Ora, não são nesses Países que estão as melhores ligas e os melhores jogadores? Sim. Mas a ganância falou mais alto.

Talvez a melhor resposta para essa questão seja a que foi dada pelo PVC (Paulo Vinícius Coelho, comentarista da ESPN) dias atrás. Dizia ele:"Não é pelo fato destes Países terem sido preteridos por outros de menor expressão que deixarão de gostar de futebol. Eles já são um MERCADO CONSOLIDADO! O que a Fifa quer é abrir novos mercados, novas portas, novos horizontes para seu produto. Basta ver o que a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) já faz hoje, expandindo e expondo seu "artigo de luxo" (Fórmula I) no Oriente Médio".

Baseado nisto, também fica claro que o que mandou na eleição da Fifa foi a quantidade de dólares que foram despejados pelos Países eleitos. Ora, esses novos compradores cosmopolitas, novos barões do petróleo, púberes consumidores e ávidos e sorrateiros negociantes pelo poder, viram e veem nisso tudo uma ótima oportunidade, uma excelente chance de multiplicarem suas fortunas.

As cifras pagas ainda não foram divulgadas. Talvez nunca nem sejem.

O fato é que tanto a Europa Oriental quanto o Oriente Médio, com seus devidos representantes, fizeram "das tripas coração" para merecerem a glória de comandar o maior evento esportivo da terra. Nenhum deles ainda havia tido esse "mérito". E agora - se olharmos apenas com os olhos da inocência - estas duas nações, por possuirem uma economia crescente e promissora, receberam esta gloriosa dádiva das mãos da dona Fifa.

A África do Sul (sede da Copa anterior), que nada de concreto absorveu para o seu povo, passou a "bola" para o Brasil (que sediará a próxima). Só por esse motivo já corre por aqui, na boca pequena (maldita talvez, rs), sobre escândalos e excusos interesses políticos, envolvendo possíveis desvios de recursos públicos e privados, que ainda serão injetados na construção de estádios e outras obras.
Pode isso?
Então, se analisarmos friamente, veremos que em ambos os casos (África e Brasil) o resultado será o mesmo. Houveram e haverão sérias denuncias e escândalos sobre superfaturamento em obras, sobre os famosos elefantes brancos, e diversos desmandos do poder público, como desvios de verbas daquilo que realmente seria essencial para a infra-estrutura das cidades onde a população de cada um destes pobres Países vive.
Aquilo que um dia fora apregoado como a grande vantagem de se ser uma sede, ou seja, O TAL LEGADO... - caiu e cairá por terra, nada restando...
Após a última Copa, por exemplo, depois das decepcionantes promessas de melhoria da condição social do povo Africano, através do futebol, a pergunta que ficou foi: ONDE ESTÁ O LEGADO DA COPA?

Triste e real constatação.

O que a África do Sul herdou? O que o Brasil herdará com isso? Seriam apenas essa esdrúxula e provisória limpeza dos morros, através da polícia pacificadora? Virão mais coisas por ai, ou será mesmo um filme repetido de tantas outras Copas? Não bastou vermos o que vimos no PAN?

Ainda assim, a despeito disso tudo, contrariando todos os fatos, a Fifa mantém a máxima de que todos os Continentes, sem exceção, terão o direito de receber este grandioso evento por ela patrocinado, como se fosse um ótimo negócio para a sociedade como um todo. Então, quem sabe, um dia tenhamos uma Copa do Mundo de futebol no Cazaquistão, outra no Zaire, no Belize e até no Haiti, hein, que tal?

SHALOM ALEICHEM.

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