sábado, 23 de janeiro de 2010

NOVA ENCHENTE NA CEAGESP


















Esta semana resolvi postar sobre algo que talvez não interesse diretamente á um grande número de pessoas. Vou tratar sobre a grande perda de alimentos que houve, por causa das fortes chuvas que insistentemente caíram sobre a cidade de São Paulo. É fato notório e claro que toda a humanidade precisa de comida para sobreviver. Portanto, mesmo esse não sendo seu "tema preferido", sugiro que você preste bastante atenção nesta postagem.

CEAGESP = COMPANHIA DE ENTREPOSTOS E ARMAZÉNS GERAIS DE SÃO PAULO.
Este entreposto, que fica na Vila Leopoldina, Zona Oeste da cidade, é responsável pelo abastecimento de 23 Estados do País e 60% do Estado de São Paulo.
Na última terça-feira fortes chuvas atingiram a ceagesp e provocaram enormes prejuízos para os comerciantes. A enchente atingiu cerca de 90% dos 650 mil metros quadrados da companhia.
Só de melancias perdeu-se aproximadamente 70 toneladas!
A melancia é uma fruta muito apreciada no verão, pois além de ser refrescante - já que a água contida nela equivale a mais de 80% do seu peso -, tem também inúmeros nutrientes, tais como sais minerais (ferro, cálcio e fósforo), e vitaminas A, B e C.
Em relação ao abacaxi - outra fruta igualmente riquíssima em vitamina C e sais minerais como o cálcio, ferro e fósforo - a perda excedeu a 15 toneladas!
Estes números correspondem a 10% de produtos comercializados no setor.
E o setor hortifrutigranjeiro foi um dos mais afetados pela enchente.
Só que os prejuízos não param por ai. As informações ainda são bem desencontradas, mas alguns cálculos iniciais dão conta que entre frutas, verduras e legumes, cerca de 5 MIL TONELADAS TENHAM SIDO JOGADAS NO LIXO!
No geral, por causa da paralisação obrigatória, estima-se também que o terminal deixou de movimentar mais de 15 milhões de reais, em apenas dois dias!

E esta não é a primeira vez, e talvez não será a última, que o ceagesp sofreu com enchentes desse tipo. Alguns funcionários descreveram para repórteres que se fizeram presentes, que em 1999 uma enchente semelhante arrasou o local. Mas outros companheiros de trabalho que ajudavam na limpeza insistiam em dizer que o volume de água desta feita havia sido muito maior. Alguns galpões registraram marcas de um metro e meio de água em suas paredes, deixando centenas de caixas de alimentos submersas.

E qual o resultado disso? O que o consumidor comum - eu e você - tem á ver com isso? Só para exemplificar: uma caixa de alface, antes vendida entre 5,00 e 10,00, hoje somente é encontrada por 20,00 ou 30,00. Cenoura, vagem e mandioquinha terão seus preços igual e altamente reajustados. E os preços dos demais produtos tendem sofrer um forte aumento.
- A procura tem sido muito maior do que a oferta. - disse um comerciante, ainda abalado pelo prejuízo pessoal de 80 mil reais.

E ainda existe o lado mais negro deste triste cenário provocado pelas enchentes de verão: os políticos.
As autoridades nunca tomam atitudes decentes. Os governantes parecem dormir durante os outros meses do ano, e só acordam diante de uma catástrofe como essa. É sempre a mesma coisa. Todo ano acontece exatamente como no ano anterior. Se a ceagesp ficou onze anos, como disseram alguns, sem sofrer danos ainda maiores com as chuvas; certamente grande parte da população não teve esse privilégio. Desabamentos, barreiras, destruição e mortes tem feito parte da vida de muitos paulistanos nestes últimos dois meses.
E a conversa dos engravatados invariavelmente é igual:
"Nós vamos fazer o possível para resolver o problema emergencial dessas pessoas..."
Ou:
"O Governo Federal já autorizou a liberação de recursos para construção de casas para as pessoas que moram em locais de risco..."
Ou ainda:
"A secretaria de obras, responsável por essa ação, já está vendo tudo isso. O orçamento deste ano cobre as despesas, e em breve teremos este problema sanado...".

É incrível como eles tem solução para tudo. Chega ser patético como eles aparecem publicamente, tentando trazer algum tipo de ajuda ou socorro na hora do caos. Na minha opinião isso não passa de teatro!
Porque não agiram antes? Porque não tomaram medidas preventivas? Porque não suspenderam o piso ou mudaram a ceagesp de lugar, visto que aquele local é conhecidamente um local propício par alagamentos? Porque as pessoas que moram em encostas e morros não tiveram novas casas, em lugares mais seguros e dignos, antes das suas cairem? Porque esses políticos miseráveis não evitaram mortes e desperdício de toneladas de alimentos? Porque???

Por que nada do que dizem condiz com a verdade... São todos, para mim, um bando de mentirosos e oportunistas!
No caso dos moradores desabrigados, cada um - exceto uns poucos escolhidos - tiveram que se virar com amigos e parentes. Para a grande maioria, se fossem esperar por ajuda Municipal, Estadual ou Federal, com certeza ficariam sem abrigo por mais um ano ou mais.
Já no caso da ceagesp, os próprios prejudicados já estão tentando encontrar um outro local para instalarem seus galpões - isso sem ajuda de prefeitura ou qualquer outro órgão público. Até mesmo porque se não agirem ninguém agirá por eles.

E a vida segue seu rumo. Cada um fazendo a sua parte: o pobre procurando ajuda e caridade com o seu vizinho, os comerciantes da ceagesp unindo-se para superarem este momento de grandes perdas, enquanto que o Governo segue aumentando os impostos e as tarifas. Isso é Brasil...

TORÁ OR (Torá de Luz)
Esta semana a Parashá a ser estudada chama-se Bô(Vem). No livro de Shemot (Êxodo), cap.10:1 - 13:16 encontramos a maravilhosa narrativa das três últimas pragas lançadas por D'us sobre o Egito, e as intruções para que o povo observasse a Lei do sacrifício de Pêssach.
HAFTARÁ (Lição dos Profetas)
A lição referente a Parashá Bô, encontra-se no livro do profeta Irmiáhu (Jeremias), cap. 46:13-28.

Boa semana de estudos. SHALOM ALEICHEM.

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