sábado, 19 de dezembro de 2009

Enfim, terminou a tal conferência ambiental...


















Nesta última sexta-feira terminou sem acordo a conferência mundial ambiental, que foi realizada em Copenhagen, na Dinamarca. O encontro, que incluiu a presença de 193 líderes de Estado, que foi considerado o mais importante da história recente sobre acordos multilaterias ambientais - e que até criou um tratado que em breve servirá para substituir o Protocolo de Kioto - terminou em total desacordo e fracasso.
Isso porque era necessário a unanimidade para que o tratado proposto entrasse em vigor. E essa unanimidade dependia de contrabalançar interesses distintos. Alguns Países só estavam e estão preocupados com os lucros e com o aumento das exportações do petróleo, enquanto que outros, menos importantes nos cenário mundial, tinham e teem sim preocupações elevadas com o aumento dos níveis dos oceanos. Então, com intenções opostas, nada foi avante.
Pelas regras da ONU - que realça e enfatiza que cada sanção deve ser unânime para que seja definitamente adotada - então a tal conferência, com a suposta conciliação prometida, e que mais uma vez foi amplamente divulgada pela TV, acabou não obtendo concenso e terminou de maneira caótica.
Nenhuma surpresa...
Até certo ponto esta falta de acordo entre os representantes de cada País membro já era esperada por grande parte da população.
A primeira grande conferência mundial ambiental foi realizada em 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia. Foi nesta conferência que o termo "desenvolvimento sustentável" foi primeiramente cunhado. Mas de lá pra cá pouquíssima coisa evoluiu no que tange a diminuição dos gase tóxicos na atmosfera - como a ploriferação de CO2 e o metano -, ou com o chamado efeito estufa. Também pouco se fez para impedir o aumento da produção através de combustíveis fósseis e o desmatamento desenfreado. Quanto ao reaproveitamento do lixo e a reciclagem de materias, da mesma forma, quase nada mudou ou foi aplicado. Este descaso descarrilhou naquilo que hoje chamamos de aquecimento global - e que propiciou o desgelo dos polos e o aumento dos níveis dos oceanos e mares que em várias partes do globo terrestre já é constatado.
Em 1982 o Brasil sediou uma destas reuniões de cúpula. Na época esse encontro foi chamado de Rio-Eco 92. Prometia-se muita coisa, e criou-se muita expectativa em torno daquele evento. 108 chefes de Estado estiveram aqui para discutirem sobre o abismo que existia entre o norte e o sul do planeta. Entre muitos debates acalorados e propostas utópicas, o que mais estava em questão era o tal desenvolvimento sustentável, para que se preservasse os recursos naturais de cada nação, para que assim ajudasse a diminuir a desigualdade social.
Lembro-me bem disso. Lembro-me bem da euforia que foi. Recordo-me do êxtase que tomou conta de grande parte das pessoas. Existiam até aqueles que, munidos de panfletos Apocalípticos, pregavam sobre o fim do mundo. Isso foi algo até certo ponto patético...
Naqueles dias eu estava no Rio de Janeiro com a minha esposa, á passeio, e pude ver com meus próprios olhos a movimentação que este evento causou. Muito se falava, muito se anunciava sobre o que aquele encontro iria causar. Ninguém, até então aqui nesse País - pelo menos da minha geração - havia visto algo assim tão importante. Nunca antes tantos líderes, tantos Presidentes, haviam estado juntos em um só lugar, dispostos a debaterem sobre o clima e sobre outras pertinentes questões sociais.
Se não estou enganado também foi a primeira vez que o exército se mobilizou, ficando de prontidão nas ruas e nas esquinas da cidade, para evitar a investida dos bandidos e dos traficantes. Foi uma verdadeira operação de guerra, que mais tarde se repetiu em outros encontros políticos e até esportivos. O mais recente foi o Pan-americano do Rio em 2007.
E cabe aqui um parêntese: "Nessas ocasiões como o nosso País fica seguro, hein..."
Mas, enfim, após dias á finco de reuniões e debates, nada de conclusivo realmente se fez. Tudo, em 1992, no Rio, no Brasil, e em todo o mundo, continuou na mesma. Até mesmo o mundo não acabou...
E agora, em 2009, a história se repetiu. Desta vez havia mais gente que acabou sendo barrada do lado de fora. Houveram mais brigas e conflitos. A segurança não foi tão eficaz como de outrora. A mídia alardeou, como sempre fez, mas desta feita, pelo menos, não iludiu o cidadão comum, gerando nele espectativas inalcansáveis.
A semana se iniciará como era para iniciar, da mesma forma que terminou. Com os mesmos carros soltando seus gases nas ruas, com a mesma fumaça tóxica das fábricas - que até já se incorporou nas paisagens das grandes cidades -, sem solução para o lixo urbano, com menos árvores e mais cimento em cada metro quadrado, e com os termômetros marcando alguns graus centígrados á mais. A única diferença que poderá ser notada será a presença dos 193 líderes que, "preocupados com tudo isso", estarão de volta para os seus lares - deixando por hora seus jatos particulares encostados nos aeroportos á espera do próximo "urgente chamado" para que salvem o planeta.

TORÁ OR (Torá de Luz)
A Parashá MIKÊTS (Ao fim) encontra-se no livro de Bereshit (Gênesis) cap. 41:1 - 44:17. Nesta porção da Torá você poderá verificar como Jossef (José) interpretou os sonhos do Par'o (Faraó) e se tornou o vice-governador do Egito, livrando aquela nação, e todo o mundo ao redor, da grande e terrível fome que lhes sobreveio. No fim desta lição a narrativa Bíblica descreve como ele, Jossef, testou os seus irmãos, acusando-os de furto - querendo, com isso, deter para perto de si seu irmão menor.
HAFTARÁ
A lição dos profetas referente a Parashá dessa semana, encontra-se no livro de Melahim Alef (I Reis) cap.3:15 - 4:1.

Que vocês tenham uma ótima leitura e estudo, e é claro uma ótima semana. Shavua Tov!
SHALOM ALEICHEM

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