sábado, 17 de abril de 2010

A violência que assola nossa sociedade


















Esta última semana tivemos vários assuntos que fizeram parte das manchetes da TV. Aliás, é sempre assim. A vida está em constante movimento, e como tal os acontecimentos também não param de ocorrer. Mas como só posso ou devo abordar um único tema por vez, então vamos á ele (aquele que mais chamou minha atenção, para que eu teça alguns comentários).
No dia 13, terça-feira última, o empresário Rogério de Souza Werneck da Silveira, 53 anos, foi assassinado por um motoqueiro (desconhecido até então), quando chegava em sua residência, na Lagoa.
- Ah, isso são coisas corriqueiras!
- Esse tipo de crime acontece todos os dias!
- Basta ler os jornais para dar de cara com milhares de fatos semelhantes!
Comentários como os citados acima já se tornaram bastante banais em nosso meio. Muitos até nem se assustam mais quando o assunto é crime, morte ou assassinato.

Triste constatação...

Rogério era dono da empresa Jirau, uma das maiores empresas no ramo de andaimes tubulares. Criada em 1997, a Jirau atua no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. No Rio, por exemplo, a Jirau participa das reformas do Cristo Redentor e do Teatro Municipal. Segundo relatos ele era trabalhador, e um bom patrão, á ponto de se vestir com o mesmo uniforme de seus empregados. Mas pesam suspeitas de que, por Rogério ter dispensado 19 funcionários no último ano, alguns destes, indignados, o teriam ameaçado de morte. E dai veio o crime...

Lamentavelmente este empresário passará agora a fazer parte do quadro daqueles que perderam suas vidas por causa de algum tipo de violência fortuita ou praticamente gratuita. Talvez o assassino ficará impune e a justiça não fará nada. A família sim, essa ficará combalida e arrasada, traumatizada para sempre.

Estaria nossa sociedade, nossos moços e moças, cada vez mais violentos?

Em minha cidade são registrados cerca de 15 casos de agressões todos os dias! São facadas, socos, pontapés, armas brancas, enfim, todo tipo de coisa que é usada para agredir o semelhante. Já o número de óbitos eu ainda não tenho ciência, mas creio que esteja também aumentando a cada ano que passa. E olha que minha cidade, Teresópolis, região serrana do estado do Rio, ainda é considerada uma cidade calma...

São dados e mais dados, estatísticas e mais estatísticas. São boletins de ocorrência, fichas criminais, entradas nas emergências de hospitais, traumas e tragédias por todos os lados. São crimes e criminosos. São diversos mortos, feridos e agressores, todos juntos incrementando as páginas policiais, participando dos boletins jornalísticos e aumentando os indíces de criminalidade do nosso País.

Por mais que surjam religiões, pastores e igrejas a violência só aumenta. Por mais que se tente falar sobre educação e cultura, a paciência humana parece se esvair ainda com mais rapidez, permitindo que o lado animalesco e canibal venha á tona e se manifeste com brutalidade e fúria.

Agride-se ou mata-se por qualquer coisa e motivo, ou até mesmo sem motivo óbvio e real. Quer seja no trânsito, entre vizinhos ou num campo de futebol, lá está alguém sempre pronto para "perder a cabeça" pelo mínimo episódio ou caso.
Lembro-me bem da morte do empresário José Nelson Schincariol, dono da companhia de cervejas Schincariol, que ocorreu nos mesmos moldes deste da Lagoa Rodrigo de Freitas. Ele também chegava em casa á noite, de carro, e ao abrir o portão de sua garagem foi alvejado com vários tiros e morreu no local.
Geralmente é assim. São mortes estúpidas, cometidas por pessoas descontroladas e de maneira cada vez mais violenta, sem nexo e sentido algum. Basta ver o caso do pedófilo de Luziânia e suas seis vítimas...

Mas porque se agride ou se mata com tanta frequência e facilidade? Porque a vida não tem mais valor? Porque as pessoas estão tão perturbadas hoje em dia? O quê as aflige tanto?
Sabe, as vezes fico até com receio de lidar com o meu próximo. Pois quanto mais conheço o ser humano mais gosto dos meus bichos de estimação. Eles (os animais) não possuem este ódio desenfreado dos humanóides. Os bichos só matam para se alimentar. Jamais ofendem ou maltratam alguém. Nunca se degladiam por vaidade, ganância ou inveja. Não pensam em lucros, e portanto, não humilham ou tiram vantagens de seus pares. E se brigam é por domínio de território - coisa intríseca á eles -, mas nós já passamos da era das conquistas e dos descobrimentos. Então porque ainda nos degladiamos tanto?

Debater sobre a violência requer muita introspecção e análise. Resolver esse dilema em nossa sociedade é algo que irá exigir de nossas autoridades - enfim, de todos nós - muito diálogo e compreensão mútua. A morte de Rogério Werneck não pode passar impune. Não pode. E além da exigência de justiça o povo como um todo deverá também cobrar novos mecanismos de reparo e ordem, pois senão regridiremos 1000 anos ou mais em nossa evolução.

SHALOM ALEICHEM.

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