
Trecho do livro: "Projeto 666"
O Q.G. funcionava somente no quarto andar da edificação. Este pavimento era dividido em duas grandes salas totalmente reformadas e preparadas com os mais altos materiais para execução tecnológica de ponta. Nesse mesmo andar ainda havia os alojamentos com camas, armários e TV, além de banheiro e refeitório para hospedagem dos cientistas. No mais os outros andares do prédio estavam totalmente abandonados, sujos e com restos das antigas instalações, totalmente desativado.
Sem se importar, por fazerem seu trabalho em um esconderijo, os cientistas se preparavam para lançar a novidade do século. Durante longos anos vinha-se testando e aprimorando um chip implantado em um ser humano. Portanto agora faltava pouco para que o mundo viesse a conhecer o “projeto 666”.
- Agora faça outros ajustes para alterar o comportamento da cobaia.
- Mas eu já emiti esses comandos. Só estou esperando outra resposta. - Argumentou Patrick Miller, o cientista responsável, diante de um monitor com acesso direto ao chip fixado no cérebro da cobaia.
- Então repita o procedimento!
- Mas...
- Não discuta! - Larry Stuart, gritou como de costume, interrompendo seu companheiro, - Faça o que eu te mando! Já se esqueceu que temos de testar toda a profusão e alcance deste sistema?
- Não, não me esqueci.
- Então siga as minhas instruções. Nós não podemos perder mais tempo. Lembre-se sempre de que essa cobaia é o nosso brinquedinho favorito. Tudo deve funcionar como estava pré-estabelecido.
As paredes da sala principal, onde o chip de implante em seres humanos era aperfeiçoado, tinha um revestimento de material totalmente maciço. Este recobrimento de chapas de aço impedia a passagem de qualquer tipo de som, e ao mesmo tempo dava um tom futurista ao local. Com isso este recinto parecia sombrio e escuro, por causa do tom acinzentado que prevalecia nas paredes e no teto. As pequenas lâmpadas de suporte que ficavam sob as mesas tinham claridade insuficiente para iluminar todo o ambiente. Os profissionais que ali trabalhavam lhe davam o apelido de sala negra, ou sala escura. O sistema de ar condicionado do Q.G. servia para aliviar o ar carregado. Não havia nenhuma janela como na sala anexa. O que se via apenas eram dutos ligados ao sistema central, protegidos por telas para a condução da entrada e saída de ar. A disposição dos móveis dava-se de forma octogonal, devido ao formato do prédio atender á essas especificações, com uma mesa para o chefe posicionada bem no centro e as demais posicionadas ao redor. O único acesso até esta sala era feito através de um elevador que subia direto do térreo até o quarto andar, e era guarnecido por escoltas armados e bem treinados que impediam a passagem de estranhos. Uma porta lateral, vigiada dia e noite por um outro guarda do lado de dentro, só era aberta para permitir a entrada de visitantes autorizados. Os cientistas estavam totalmente enclausurados. Eles eram proibidos de sair dali.
Já na sala ao lado de onde Larry e Patrick executavam os comandos do chip, alguns outros tipos de ensaios tecnológicos, todos á base de nano-experimentos, em escala milimétrica, estavam em fase de conclusão também. Neste lugar, chamado de sala anexa, cientistas de várias nacionalidades trabalhavam incessantemente. A sala era da mesma forma lacrada e bem protegida, por causa do isolamento nas paredes e nas janelas. Havia apenas uma pequena escotilha gradeada que ajudava na circulação do ar e mais o sistema de ar condicionado central. As mesas ficavam espalhadas no amplo espaço físico do ambiente e continham alguns dos monitores e teclados mais avançados, já produzidos até então. Além disso, os materiais dos cientistas, tais como almofariz com pistilo, balão volumétrico, condensador, dessecador, funil de separação, microscópios eletrônicos e tubo de ensaio, entre outros, estavam por toda a parte, fazendo deste ambiente um excelente lugar, com condições apropriadas para o desenvolvimento dos experimentos científicos. A luminosidade desta sala, diferente da sala principal, era feita através de grandes lâmpadas brancas, presas no teto, que permitiam uma claridade cintilante e até mesmo ofuscante para que os especialistas pudessem desenvolver com precisão o minucioso trabalho. Apelidada de sala branca, este anexo era parte importante desse desenvolvimento, pois muitas das próximas descobertas da ciência estavam sendo criadas ali.
SHALOM ALEICHEM
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