sábado, 1 de agosto de 2009

"PROJETO 666"


Trecho do livro: "Projeto 666"
O escritório começava a receber algumas ilustres presenças. Mesmo sendo um dia em que não havia expediente, os primeiros parlamentares e empresários adentravam o saguão principal, tomavam os elevadores para se dirigirem ao 6º andar do prédio. Uma estranha movimentação de carros e convidados agitava a tranqüila Rua Hinley, no bairro de Astória, em Nova York, naquela noite. A cada minuto novos homens do poder iam chegando e fazendo o mesmo. Eles estacionavam seus carros no estacionamento subterrâneo, cumprimentavam os guardadores e seguranças e seguiam para o andar específico do edifício. Devagar, representantes de diversos governos do mundo, que se encontravam de passagem pelo País, também chegavam para esta reunião extraordinária.
O que estes poderosos estariam planejando? Porque tantos deles, em uma noite calma, estavam seguindo para o mesmo endereço? Alguns moradores, das sacadas de seus prédios poderiam estar fazendo estas e outras indagações sem ao menos terem idéia da resposta e do que aquilo tudo significava. Mas eles chegavam discretamente, sem chamar a atenção de quase ninguém.
Assim que os últimos convidados foram recepcionados, receberam orientação para que subissem e se encontrassem com as outras importantes personalidades da política e dos negócios americanos. Parecia que todos eles tinham um urgente assunto á discutir. Cada um havia recebido um repentino e urgente telefonema. Era nítida a inquietação e agonia deles. Dois políticos, extremamente nervosos e com estreita amizade com o responsável por esta convocação, conversavam enquanto cruzavam os corredores que davam acesso para o escritório:
- O que será desta vez? - Indagou um deles.
- Não sei... - Respondeu o seu companheiro de plenário, demonstrando que estava indignado por ter tido de interromper seu jantar em família para estar ali. - Ele não me parecia nada bem quando falou comigo.
- Sei... Será que as coisas estão saindo fora dos trilhos?
- Rezemos para que não.
- Mas e se houver alguma falha agora?
- Não haverá falhas. Lembre-se de que foi ele mesmo quem induziu á todos nós neste negócio. Se algo der errado, o pescoço de todos nós estará na guilhotina!
Do lado de fora a rua principal se encontrava quase que deserta. Pouquíssimas pessoas transitavam nas calçadas. Os semáforos fechavam e abriam sem sequer que alguma fila de carros se formasse. A noite estava amena e agradável. Tudo estava muito tranqüilo e sereno. Lá dentro as limunises e os carros oficiais, com seus devidos batedores, se avolumavam e se espremiam nas vagas. Ao lado havia um terreno baldio, e que recentemente tinha sido reservado, ou adquirido, para aquela ocasião. Mas ainda não tinha dado tempo de aprontá-lo. Sendo assim, um atrasado convidado reduziu a velocidade diante do número 666 daquele terreno, em seguida parou em frente do prédio, deu seta, e entrou com seu carrão preto no estacionamento oculto no subsolo e estacionou em uma das poucas vagas que ainda permanecia vazia.
SHALOM ALEICHEM

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