domingo, 18 de dezembro de 2011

LAN + TAN = LATAN


















A LAN Airlines S.A. (LAN), sediada em Santiago, Chile, e a TAM S.A. (TAM), com sede em São Paulo, anunciaram que assinaram um memorando de entendimento, não obrigatório, que esboça suas intenções de unir suas empresas em uma única entidade controladora. A união da LAN e da TAM criará um novo grupo latino-americano de linhas aéreas que oferecerá viagens facilitadas e serviços de carga na América Latina e no mundo. O nome da nova empresa, já ventilado - e não poderia ser diferente - será LATAM Airlines Group, que incluirá a LAN Airlines e suas subsidiárias no Peru, Argentina e Equador; Lan Cargo e suas subsidiárias; TAM Linhas Aéreas S. A.; TAM Mercosur e todas as propriedades da LAN e da TAM. Tanto a LAN como a TAM continuarão operando com os certificados e marcas existentes. Cada empresa aérea manterá seus respectivos escritórios em Santiago e São Paulo.

O novo crescimento viabilizado pela transação resultará em novos destinos, mais oportunidades para funcionários de ambas as empresas, criando mais valor para os acionistas; e promovendo desenvolvimento econômico e criação de empregos nos países de origem das companhias aéreas e naqueles onde atuam. O novo grupo estará entre os maiores grupos de companhias aéreas do mundo em termos de tamanho, lucratividade e alcance de mercado. A transação está sujeita ao fechamento de um acordo definitivo e satisfação das condições de ambas as partes, incluindo aprovações coorporativas, dos acionistas e dos órgãos reguladores.
Fonte:www.latamairlines.com

É, a globalização chegou nos céus, quem diria...
Esta nova sociedade comercial, do ponto de vista teórico, fará com que nenhuma destas duas grandes empresas exista mais individualmente, dando lugar para que uma "nova empresa" exista, sem a predominância de nenhuma das duas antigas. No campo das idéias, apenas, parece ser um bom caminho o que estas empresas se põem a realizar. Se fundem, ganham força no mercado externo, cortam custos, ampliam clientela, encorpam, tornam-se gigantes em seu ramo, enfim, tudo "lindo e maravilhoso"...

Nós já presenciamos várias e várias fusões. Eis alguns exemplos:
Em 1999, a união entre as cervejarias Brahma e Antarctica deu origem à Ambev e incluiu o país na era das empresas gigantes.
Em 2000, a jovem AOL uniu-se à tradicionalíssima Time Warner. A maior fusão da história do capitalismo mudaria a história para sempre. A empresa resultante deste ajuntamento já nascia como a quarta mais valiosa do planeta.
Já em 2009 a montadora Porsche anunciou o processo de fusão com a também alemã Volkswagen, que já detinha a maior parte das ações da fabricante de carros esportivos e de alto luxo. Com isso, o novo grupo passou a contar com dez marcas: Audi, Bentley, Bugatti, Lamborghini, Scania, Seat, Skoda, MAN, Porsche e Volkswagen.
Tivemos também a união entre o Itaú e o Unibanco, só para citar alguns casos...

Dai, depois de presenciar mais um anúncio de "casamento empresarial", fico cá com meus botões encafifando - aliás, como sempre faço: Será que o mundo caminha, sem volta, para esse fim? Seria esse o arremate de toda grande corporação? Estaríamos presenciando uma nova era, onde os "tubarões" engolem os demais "peixinhos" e reinam absolutos sem concorrência?
Parando um pouco para pensar, isso é algo, lógico, fruto da tal da globalização, mas meio sem nexo, não acham? O sujeito tem uma idéia. Acende sobre sua cabeça uma lâmpada. O cara então vai e monta um pequeno negócio - seja ele qual for. Com o passar do tempo este micronegócio desenvolve-se e cresce. Uma marca surge entre as tantas já existentes. Muito trabalho, dedicação, transpiração, investimento, expansão e o sucesso vem. Os lucros também acompanham esta trajetória. Tudo muito digno, laborioso, de dar orgulho, de criar inveja e tudo naqueles que ficaram pelo caminho... Mas, como sempre tem que ter um mas, a nova empresa - as vezes já não tão nova assim - começa a passar por dificuldades. As encruzilhadas da vida tratam de por esta pessoa jurídica em novos e árduas desafios: crescer ainda mais ou apequenar-se? Investir, expor-se em outros mercados ou inferiorizar-se e perder terreno para outras companhias mais ousadas? Enfim, vencer os adversários, os rivais, os antagonistas - aqueles que querem justamente a fatia maior do bolo - ou contentar-se, cedendo terreno, prestígio, praça e lucros? E como o mercado corporativo não perde tempo e nem brinca, logo, logo aquele novo empreendedor sente-se com a faca no peito.
O que fazer?
Muitos nesta hora sucumbem. Outros, que tentam avançar, acabam engolidos pelos opositores maiores. Só uma pequena parcela galga degraus mais elevados e sem mantém entre aqueles detentores do pódio mercadológico. É briga de cachorro grande e somente para cachorro grande.

Como vimos fusão é diferente de incorporação. Fundir-se, unir sua empresa á uma outra, é compartilhar de uma nova sociedade, é disputar um outro tipo de queda de braço. Já incorporar-se é vender-se, é aceitar a derrota, é baixar a guarda, enfim, é render-se, aceitando "qualquer coisa" em troca para deixar o caminho livre para o seu concorrente. Mas não sejamos ingênuos. Também na fusão alguém vencerá o duelo. Também neste novo nincho de mercado alguém sairá ganhando e, logicamente, alguém sairá perdendo. Uma marca perpetuar-se-á, enquanto que a outra cairá no longíquo esquecimento. Vide Itaú e Unibanco. Quem ai se lembra do Unibanco, hein???

Existe até uma piadinha básica sobre o mundo corporativo, que sintetiza bem a realidade destas fusões:
O porco e a galinha conversavam na fazenda, quando a galinha sugeriu. “Podemos montar uma empresa de produtos de café da manhã para concorrer com a vaca. Eu entro com os ovos e você com o bacon e com o presunto, o que acha?”. O porco ficou animado e logo eles acertaram os termos do negócio. Depois de um tempo ele ficou preocupado e foi conversar com a galinha. “Eu só não entendi uma coisa. Os ovos você bota numa boa e pronto. Para fazer o presunto e o bacon, eu preciso morrer”. E a galinha respondeu: “Isso é uma fusão”.

SHALOM ALEICHEM.

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